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Desastre do Maranhão no Ideb e Saeb desmonta Escola Digna e Camarão
Política

Rede estadual não conseguiu atingir a meta estipulada e ainda registrou piora da educação no ensino fundamental

Apesar da forte propaganda do Palácio dos Leões, a realidade mostrada na semana passada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão do Ministério da Educação (MEC), desmonta a suposta eficiência do programa Escola Digna e gestão comercial de Felipe Camarão na Secretaria de Estado da Educação (Seduc).

Segundo resultados de 2017 do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), além de não atingir a meta em nenhum segmento do ensino fundamental e médio, a rede estadual piorou nas primeiras séries do ensino fundamental e registrou queda em relação aos seis últimos anos.

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Em português e matemática, o estado está entre os últimos dos últimos no país, por a maioria dos estudantes do ensino médio, segundo o levantamento do MEC, não conseguir interpretar os textos que acabaram de ler, nem realizar operações básicas de matemática, como adição e subtração.

O ensino público da rede estadual, no caso, em vez de haver avançado como mostra a propaganda do governo custeada com recursos públicos, fez foi regredir a níveis preocupantes, recebendo do Inep a bandeira vermelha de alerta.

Nas redes sociais, com discurso levado também para a campanha eleitoral, Camarão e o próprio governador Flávio Dino (PCdoB) têm comemorado o avanço inexpressivo no ensino médio, mesmo tendo eles conhecimento de que nenhuma das metas do principal indicador de qualidade do ensino brasileiro foi alcançada pela Seduc.

Único onde houve alguma evolução, o ensino médio na gestão comunista até chegou a obter 3,4 pontos no Ideb, mas o patamar esperado pelas autoridades educacionais era de 3,7.

A efeito de exemplo, é como se um estudante que precisasse passar numa prova final comemorasse ter tirado uma nota baixa, pelo simples fato de que a nota medíocre cresceu um pouco mais do que a do exame anterior, embora a nota continue insuficiente para aprovação no teste.

Com a educação pública estadual confirmada abaixo dos padrões necessários, fica demonstrado que, na propaganda, o programa estrutural Escola Digna enche os olhos e pode até conquistar votos. Já na realidade, porém, por não ser um programa educacional, não agrega conhecimento e aprendizagem.

Ideb: MA não atinge meta no ensino fundamental e médio da rede estadual
Maranhão

Apesar de evolução, crescimento foi inexpressivo. Saeb revelou que maioria dos estudantes maranhenses são conseguem interpretar textos e realizar operações básicas de matemática

Os novos resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) mostram que, apesar da desmoderada comemoração do Palácio dos Leões e seu entorno nas redes sociais para escamotear a realidade, a educação não avançou como deveria no Maranhão e a situação é extremamente preocupante.

Segundo as notas divulgadas, nesta segunda-feira 3, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão do Ministério da Educação (MEC), o estado não atingiu a meta em nenhum segmento do ensino fundamental e médio pertencente à rede estadual — baixe o resumo técnico completo.

Em relação aos anos iniciais do ensino fundamental da rede estadual (1º ao 5º ano), a situação é a pior possível, pois houve queda na avaliação comparada ao levantamento anterior. Nesta tabela, o desempenho do Maranhão em 2017 foi de apenas 4,1. A nota é inferior a 2015, quando o índice foi de 4,3. O desempenho é mais vexaminoso ainda quando comparado com as metas estadual e nacional para o ano, respectivamente, de 4,9 e 5,6. O resultado é destacado pelo Inep com uma bandeira vermelha, de sinal de alerta.

Já nos anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º) da rede estadual, houve um pequeno crescimento do estado na nota do Ideb 2017 em comparação a 2015, em 0,4 pontos. O desempenho, porém, não atingiu a meta de 4,7 projetada para o Maranhão para o ano, assim como ficou abaixo da meta nacional, de 4,8. Por esta razão, o resultado é destacado com uma bandeira laranja, de sinal de atenção para as escolas.

No ensino médio, apesar do Maranhão haver saído de 3,1 em 2015 para 3,4 em 2017 na avaliação do Ideb — dado usado com festa quase eleitoreira pelo governador Flávio Dino (PCdoB) e pelo secretário estadual de Educação Felipe Camarão —, a evolução foi inexpressiva, pois não foi alcançada a meta estipulada para o ano, que era de 3,7 para o estado, e ficou bem abaixo da meta nacional, de 4,4. Na tabela divulgada pelo Inep, o resultado também  é destacado com uma bandeira laranja, representando que as escolas da rede estadual no Maranhão estão em situação preocupante de atenção.

Ideb e Saeb

O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) é o principal indicador da qualidade do ensino básico no Brasil. Em uma escala de 0 a 10, sintetiza dois conceitos, a aprovação escolar (taxa de aprovação/reprovação/abandono dos alunos) e o aprendizado em português e matemática (formado pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica - Saeb, aplicada a cada dois anos).

O desempenho do Maranhão no Saeb, inclusive, é um dos piores do país, ocupando o 23º lugar em português e 24º matemática.

De acordo com os resultados divulgados pelo MEC na última quinta-feira 30, pela escala de proficiência do Saeb, apesar do avanço ocorrido no ensino fundamental, a maioria esmagadora dos estudantes maranhenses da rede estadual do ensino médio não consegue interpretar os textos que acabaram de ler nem realizar operações básicas de matemática, como adição e subtração.