Se estava pensando que continuaria a correr solto e de cofre aberto rumo à reeleição, o prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior (PDT), se confundiu e encontrou no meio do caminho um fiscalizar de contas públicas que pode até colocá-lo na cadeia.
Na sessão legislativa dessa quinta-feira 10, poucos dias após revelar o escamoteio de verba federal e municipal de uma ponte fantasma no bairro do Turu, o deputado estadual Wellington do Curso (PPS) voltou a desmontar mais um forte esquema de desvio de dinheiro público que permeia a administração do pedetista, restando pouco mais de 12 meses para o pleito.
Desta vez, a denúncia de Wellington faz referência aos mais de 33,2 milhões de reais que a Prefeitura de São Luís repassará ao Instituto Superior de Educação Continuada (Isec), de propriedade no papel de Luiz Celso Cutrim Batista e conhecido da Justiça e da polícia por maracutaias com o erário.
Escancarado, o esquemão montado no Palácio de La Ravardière foi feito por meio de um “Termo de Colaboração”, após manobra de suplementação em mais de 114.000%, feita por decreto do prefeito, no orçamento da Secretário Municipal de Governança Solidária de Orçamento Participativo (Semgop). A colaboração do Isec com a prefeitura controlada por Edivaldo Holanda Júnior, segundo o próprio extrato do documento, seria por meio prestação de serviços de “aculturamento das discussões sociais” e de “mapeamento das entidades sociais do município e sua regularidade”.
Nos bastidores, porém, a informação oficial é que a verba será fracionada entre os parlamentares aliados na Câmara Municipal de São Luís, que redistribuirão o dinheiro para 30 cabos eleitorais cada um. Todo esquema estaria sendo encabeçado pelo titular da Semgop, Olímpio Araújo, em conluio com um vereador da Câmara, na base do famigerado pixuleco.
Olímpio é apadrinhado do deputado federal licenciado Weverton Rocha (PDT).
Ao se pronunciar, Wellington do Curso questionou o destino da verba e o porquê do dinheiro não ter sido utilizado para a construção de uma maternidade prometida para o bairro da Cidade Operária, para as 25 creches que o prefeito de São Luís anunciou desde fevereiro de 2014, ou para a melhoria do transporte público da capital.
“Cadê a creche da Cidade Operária? Cadê a maternidade da Cidade Operária? Senhoras e Senhores, R$ 33 milhões, daria para construir a maternidade na Cidade Operária e daria para construir também a creche da Cidade Operária. (…) Ele [Edivaldo Júnior] podia fazer um bem para toda a sociedade ludovicense, ele podia pegar esses R$ 33 milhões e destinar para o transporte público, que é caótico, é vergonhoso e uma vergonha maior é a imoralidade de R$ 33 milhões. Destine esses R$ 33 milhões para o transporte público, baixe o valor do transporte público. Baixe o valor da tarifa, facilita a vida do ludovicense”, cobrou o deputado.
Abaixo, confira o momento em que Wellington dispara contra a operação de compra de voto antecipado:
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