Ao menos 11 dos quase 40 secretários de primeiro escalão do Palácio dos Leões devem deixar o governo comunista em abril do próximo ano para disputar as eleições de 2018. A saída será em obediência à legislação eleitoral, que prevê que, para concorrer à vagas na Câmara Federal e Assembleia Legislativa, é preciso se afastar do cargo no Executivo seis meses antes do pleito.
As baixas estão distribuídas entre o PCdoB, legenda do governador Flávio Dino, e partidos da base aliada — PDT, PSDB, PT, SD e PSB.
Há secretários que ainda não têm filiação partidária, mas que são dados como certos nas eleições do próximo ano, justamente pelo PCdoB, por determinação do próprio chefe do Executivo.
Juntos, os 11 secretários-candidatos do Palácio poderão movimentar livremente, segundo o PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual) 2017 divulgado pela Secretaria de Estado do Planejamento e Orçamento (Seplan), valor que ultrapassa R$ 4,5 bilhões em recursos públicos. Embora a disponibilidade dos recursos não seja sinônimo de uso do dinheiro público em benefício próprio, o gordo orçamento de cada uma das pastas pode ser um salto para quem deseja se movimentar bem em sua área de trabalho e, com isso, ser reconhecido pelo eleitor em outubro de 2018.
Baixe a versão final do PLOA 2017
Câmara dos Deputados
Pelo PCdoB, disputarão a Câmara Federal os secretários de Comunicação e Articulação Política, Márcio Jerry Barroso; de Infraestrutura, Clayton Noleto; e de Segurança Pública, Jefferson Portela.
O primeiro tem como Orçamento deste ano mais de R$ 58,9 milhões. O segundo, indicado e mantido no cargo pelo primeiro, tem quase de R$ 777 milhões disponível, limpinho, limpinho. Já o terceiro, por sua vez, tem disponível para o ano pré-eleitoral quase R$ 1,6 bilhão.
Assembleia Legislativa
Ainda pelo PCdoB, Flávio Dino vai lançar como candidato ao Legislativo estadual o presidente do Instituto de Proteção e Defesa do Consumidor e diretor do Viva, Duarte Júnior. Pelo Procon, ele tem como Orçamento para este ano mais de R$ 4,6 milhões. Já pelo Viva, o controle será sobre exatos R$ 21 milhões.
Embora ainda não tenha se filiado ao PCdoB, quem também é sondado pelos comunistas para disputar uma vaga da Assembleia é o secretário estadual de Educação, Felipe Camarão. Em 2017, ele tem o orçamento que ultrapassa R$ 2,7 bilhões.
Outros partidos
Pelo PT, disputará a Câmara Federal o secretário de Esportes e Lazer, Márcio Jardim. O petista tem em seu poder o orçamento de pouco mais de R$ 27,2 milhões para movimentar neste ano. Além dele, também pela Câmara, disputará o secretário de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Simplício Araújo (SD), com mais de R$ 55,4 milhões de orçamento para 2017.
Já para a Assembleia, o Palácio dos Leões tem, até o momento, quatro nomes de outros partidos que entrarão na disputa.
São eles: o secretário de Desenvolvimento Social, Neto Evangelista (PSDB) — que, se a maré estiver boa, entrará na disputa pela Câmara, com orçamento para 2017 de quase R$ 170 milhões; de Agricultura, Pecuária e Pesca, Márcio Honaiser (PDT), com orçamento de quase R$ 92,8 milhões; da Casa Civil, Marcelo Tavares (PSB), com orçamento de quase R$ 36 milhões; e o presidente da Caema, Davi Telles (PSB). Ele tem para 2017 o orçamento próximo de R$ 20,7 milhões.
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