Apontadas pela oposição durante o governo Roseana Sarney como principal canal de escoamento de dinheiro público supostamente utilizado pelo ex-secretário de Saúde, Ricardo Murad, as Oscips (Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público) ICN (Instituto Cidadania e Natureza) e Associação Tocantina para o Desenvolvimento da Saúde – Bem Viver continuarão a faturar alto no governo Flávio Dino.
A informação é do atual secretário de Saúde, Marcos Pacheco, ao Marrapá, um dos blogs em que o secretário de de Articulação Política e Assuntos Federativos, Márcio Jerry, mantém-se como ghost-writer (jargão no jornalismo para redator oculto). Além do ICN e da Bem Viver, a Fundação Sousândrade também permanecerá com contratos no governo comunista.
Apresentado aos cofres do Estado pelo chefe da Casa Civil, Marcelo Tavares, ainda no governo de seu tio, José Reinaldo Tavares, o ICN garfou durante o último mandato de Roseana e o governo-tampão do deputado Arnaldo Melo (PMDB) o total de R$ 1.386.063.890,43. O instituto é presidido pelo médico Benedito Silva Carvalho, tio de Marcelo Tavares, que foi presenteado em 2014 com mais R$ 15.017.113,48 da Prefeitura de São Luís pela secretária municipal de Saúde, Helena Duailibe, prima de Murad.
Um pouco mais nova, a Bem Viver foi criada no início do governo Roseana e, irregularmente, após um mês de existência, já começou a ganhar contratos com o Estado, por pertencer ao deputado democrata Antônio Pereira, um dos principais operadores da família Sarney na Assembleia Legislativa. De 2011 a 2014, a Bem Viver levou R$ 1.171.413.282,01 dos cofres estaduais.
Em Imperatriz, nas eleições de 2012, a Bem Viver sustentou a campanha da pedetista Rosângela Curado, sub-secretária de Saúde do Maranhão, mas de mesmos poderes que o secretário, Marcos Pacheco. Na época, Curado era filiada ao DEM, e cria de Antônio Pereira. Hoje no PDT, a sub-secretária de Saúde está politicamente rompida com o parlamentar.
Após a vitória de Flávio Dino em outubro passado, Antônio Pereira espalhou que teria doado R$ 5 milhões para a campanha de Flávio Dino, e que os contratos com a sua Oscip seriam todos mantidos.
Além dos R$ 2.557.477.172,44 que o ICN e a Bem Viver faturaram juntas nos governos de Roseana Sarney e Arnaldo Melo, outros R$ 8 milhões estão pendentes de repasse, por suspensão do governador Flávio Dino no início do mês, mas já liberados pelo comunista para cair esta semana nas contas das administradoras de saúde no Maranhão.
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