Durante discurso em homenagem ao Dia das Mães, o deputado Wellington do Curso (PPS) voltou a usar a tribuna da Assembleia Legislativa do Maranhão, na tarde desta segunda-feira (11), para lamentar e prestar condolências às mães caxienses de quase 200 crianças mortas na Maternidade Carmosina Coutinho, a “Maternidade da Morte”, pertencente ao presidente da Casa, o deputado coronel Humberto Coutinho (PDT).
A primeira manifestação foi logo após a exibição do programa Repórter Record Investigação, que mostrou ainda que, além das mortes, as crianças que conseguiram nascer na “Maternidade da Morte” ficaram cegas.
Durante o novo lamento, Wellington relembrou o protesto realizado na última sexta-feira (8) por dezenas de mães vítimas do descaso da gestão do sobrinho de Humberto, o prefeito Leonardo Barroso Coutinho, o Léo (PSB). No protesto, dezenas de cruzes foram afixadas em latas de leite vazias e espalhadas pela Praça da Matriz, além de faixas nas quais estavam escritas a chocante frase: “Quase 200 mães não poderão comemorar seu dia”.
Vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia, o parlamentar ainda chegou a pedir, insistentemente, que fosse feito 1 minuto de silêncio pelos presentes do plenário, imprensa e galeria, em respeito às mães de Caxias que realmente não puderam comemorar o seu dia.
A insistência se deu fato de que, apesar da gravidade do assunto, em um ato desumano e de completo desrespeito, o vice-presidente da Assembleia, deputado Othelino Neto (PCdoB), que estava comandando a sessão, tentou boicotar por três vezes o pedido de silêncio.
“Inicialmente, o pedido não foi compreendido pelo presidente em exercício, Othelino Neto, que parece não ter dado atenção ao meu pedido, e mais uma vez solicito a sensibilidade do presidente e dos demais parlamentares desta Casa, em homenagem e solidariedade às quase 200 mães que tiveram seus direitos de comemorarem o Dia das Mães abortados, que façamos 1 minuto de silêncio em respeito às dores destas mães”, solicitou o deputado do PPS, fazendo ainda referência à citação bíblica contida em Mateus 2:18, que retrata o massacre de inocentes.
“Assim como em Ramá se ouviu uma voz, lamentação, choro e grande pranto de Raquel chorando os seus filhos, em Caxias se viu a dor e o desespero de Marias, Raimundas, Franciscas… que não querem ser consoladas, porque seus filhos já não existem e que levarão para sempre em suas almas, feridas profundas que jamais poderão ser tratadas”, lamentou.
Deixe um comentário