O governador Flávio Dino e o secretário de Assuntos Políticos e Federativos, Márcio Jerry Barroso, ambos do PCdoB, utilizam o Twitter desde o início da tarde desta terça-feira 12 para achacar o presidente do Conselho Diretor da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH), Wagner Cabral; o advogado Luís Antônio Pedrosa, também membro da ONG; e o ex-secretário de Justiça e Administração Penitenciária do Maranhão, delegado Sebastião Uchôa.
– Sobre Pedrinhas, não há "denúncia" sobre acordo com facções. Apenas disparate produzido por gente derrotada nas últimas eleições do Maranhão. O disparate seria ridículo se não fosse trágico: uma ação oportunista de pessoas que estão com saudades do tempo das degolas e rebeliões – achacou Dino.
– As acusações de Luís Pedrosa são absolutamente irresponsáveis e muitíssimo estranhas...O que o move para além da estupidez politiqueira? (...) O combate duro às facções criminosas que queimavam ônibus a partir de Pedrinhas incomodou ao um só tempo Pedrosa e Uchôa. Por quê ??? (...) A aliança do Pedrosa com a oligarquia para espalhar mentiras sobre sistema prisional com certeza envergonha o PSOL. (...) Confesso que jamais imaginei que defensor dos direitos humanos iria reclamar de avanços que tiraram Pedrinhas da barbárie. Muito estranho – achacou Jerry.
O achaque, que conta ainda com o auxílio de membros do governo, sócios de empresas contratadas por Dino e de funcionários fantasma da Assembleia Legislativa do Maranhão, foi provocado após matéria do jornalista Diego Emir no site de O Estado de S. Paulo, onde é revelado que o governo comunista teria se rendido à lógica dos criminosos do Complexo Penitenciário de Pedrinhas em troca de uma suposta paz nos presídios maranhenses.
Além de Dino e Jerry, diversos usuários do microblogging ligados financeiramente ao governo estadual atacam sistematicamente Cabral, Pedrosa e Uchôa há quase seis horas por declarações públicas do trio contrárias ao que vem divulgando o Governo do Maranhão sobre o controle do sistema penitenciário.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, comandada por um correlegionário do governador, os presídios estariam sob o controle do Estado. Segundo os membros da SMDH e do ex-titular da Sejap, porém, são os criminosos que comandam Pedrinhas, o que estaria custando um preço alto para a sociedade maranhense. "Ações criminosas, em que facções operam assaltos a ônibus, latrocínios e explosões de banco, estão ocorrendo com maior intensidade", acusou Pedrosa.
Desde o início do governo, Flávio Dino, Márcio Jerry, secretários de governo e outras pessoas ligadas aos cofres governo estadual passaram a usar o achaque como tática de contraponto às criticas e denúncias contra o Executivo estadual. Seguindo a falta de decoro dos membros do governo, o grupo passa horas e horas nas redes sociais batendo boca e desqualificando quem apresenta qualquer oposição contra atos do Palácio dos Leões.
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