PGJ investiga Maninho por contrato de R$ 1,3 milhão com empresa de fachada

Procedimento criminal apura descobertas do MP de Contas contra o prefeito de Alto Alegre do Maranhão e a Ipiranga Empreendimentos e Locação

A Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ) do Maranhão converteu uma Notícia de Fato em Procedimento Investigatório Criminal (PIC) contra o prefeito de Alto Alegre do Maranhão, Emmanuel da Cunha Santos Aroso Neto, o Maninho (PDT), para apurar possíveis irregularidades na contratação de uma empresa de fachada pela administração municipal.

O procedimento foi feito em dezembro do ano passado, pela promotora de Justiça Ilana Morais, da Assessoria Especial da PGJ, responsável por apurar atos ilícitos praticados por agentes políticos detentores de foro por prerrogativa de função.

O prazo para conclusão do PIC é de 90 dias.

Segundo apurado pelo ATUAL7, as investigações são baseadas num levantamento do Ministério Público de Contas (MPC), que descobriu que a empresa Ipiranga Empreendimentos e Locação Ltda, contratada ao custo de R$ 1,3 milhão pela gestão de Maninho para prestar serviços de locação de 48 veículos ao município, sequer possui um único automóvel como de sua propriedade. A descoberta, segundo uma representação do MPC ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), foi feita por meio de consulta ao bando de dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran).

Além da ausência de capacidade operacional da empresa, que aponta a Ipiranga Empreendimentos e Locação como de fachada, foi também constatado indícios de práticas típicas de empresas inidôneas.

Pesquisas ao histórico da empresa contratada pela gestão Maninho de Alto Alegre revelaram que ela sofreu ao menos três alterações no seu quadro societário, sendo que nenhum de seus sócios fundadores permaneceu no quadro. Também houve mudança no local da sede da empresa várias vezes, tendo ela já registrado endereço de funcionamento nas cidades de Santa Inês, Vargem Grande e Nina Rodrigues.

Esse tipo de rotatividade de sócio e de endereço, segundo o MP de Contas, é típico de empresas fraudulentas.

Há outros indícios de irregularidades encontrados pleas investigações, como o fato de que a Ipiranga Empreendimentos e Locação Ltda teve como um de seus sócios uma pessoa sem remuneração compatível com o perfil financeiro da empresa, e ainda a falta de atividade comercial desta até o ano de 2016.

Outro lado

Procurada desde a última quarta-feira 9, por meio de sua assessoria, a prefeitura não se posicionou sobre os indícios de irregularidades apontados pelo MP de Contas sobre a contratação da empresa, que levaram a abertura do Procedimento Investigatório Criminal pela Assessoria Especial da PGJ contra Maninho de Alto Alegre.

Após pedido de manifestação encaminhado à Ipiranga Empreendimentos e Locação por e-mail, duas pessoas, apresentando-se apenas como Edson e Júnior, retornaram a solicitação na sexta-feira 11, por meio do aplicativo de mensagens instantâneas WhatsApp, garantindo que iriam se posicionar sobre as denúncias, mas o que até o momento não ocorreu.

O espaço segue aberto para manifestações.


Comentários

6 respostas para “PGJ investiga Maninho por contrato de R$ 1,3 milhão com empresa de fachada”

  1. É vim ouvir o povo aqui de Alto Alegre pra vê que não é só essa empresa com nós mesmos indícios

  2. […] conta do apurado pelo MPC, conforme publicou o ATUAL7 nessa segunda-feira 14, Maninho teve convertida pela Assessoria Especial da Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ) uma […]

  3. […] para uso da administração municipal. A vencedora foi a Ipiranga Empreendimentos e Locação Ltda, pivô de uma investigação da Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ) contra o prefeito Emmanuel da Cu…, de Alto Alegre do Maranhão, pelo mesmo esquema. (adsbygoogle = window.adsbygoogle || […]

  4. […] administração municipal. A vencedora foi a Ipiranga Empreendimentos e Locação Ltda, de fachada, pivô de uma investigação da Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ) contra o prefeito Emmanuel da Cu…, de Alto Alegre do Maranhão, pelo mesmo […]

  5. […] Instaurada no âmbito da Assessoria Especial de Investigação desde o dia 14 de dezembro do ano passado, a apuração é baseada em levantamento do MPC (Ministério Público de Contas) do TCE (Tribunal de Contas do Estado) do Maranhão, que aponta a Ipiranga como empresa de fachada. […]

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