O deputado federal Márcio Jerry (PCdoB) atacou o ex-chefe da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), Tiago Bardal, após a revelação de depoimento-bomba prestado pelo delegado relatando ter recebido ordens para investigar desembargadores do Tribunal de Justiça do Maranhão e engavetar um pedido de reabertura do Caso Décio Sá.
Em resposta ao deputado Edilázio Júnior (PSD), que cobrou explicações públicas do secretário estadual da Segurança Pública, Jefferson Portela, diante da gravidade da delação de Bardal, Jerry tentou desqualificar o depoimento do ex-chefe da Seic, argumentando tratar-se de declarações de um preso.
“Só pra esclarecer, trata-se de denúncia feita por um delegado que já por duas vezes foi preso e preso está, por comandar um esquema criminoso, reiterado, no estado do Maranhão. Por isso, inventou essa fake news absurda”, atacou.
No discurso, Jerry só esqueceu de falar ou omitiu a informação de que Tiago Bardal, poucos dias antes de ser acusado de liderar uma organização criminosa de contrabando de mercadorias, foi um dos servidores homenageados pelo governador Flávio Dino (PCdoB), em janeiro do ano passado, ao custo dos cofres públicos, como um dos que teriam contribuído para que o comunista fosse, na visão dele, apontado como o “melhor governador do Brasil”, pelo G1, portal de notícias da Rede Globo.
Durante o ataque a Bardal, que pode ser visto na íntegra no site da Câmara, além de ser solenemente ignorado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e demais membros da Mesa Diretora e do plenário, Jerry sequer conseguiu terminar a fala, pois teve o microfone cortado.