Embora a pandemia não tenha terminado nem exista vacina para a Covid-19, o candidato a prefeito de São Luís pela coligação composta pelos partidos DEM / PDT / MDB / PTB / PSL, Neto Evangelista, iniciou a campanha eleitoral, oficialmente liberada desde esse domingo 27, ignorando normas sanitárias de prevenção e combate ao novo coronavírus.
Segundo fotos e vídeos divulgados nas redes sociais pelo próprio democrata e políticos aliados, ele deu o pontapé inicial com uma caminhada no bairro São Francisco. No local, distribuiu abraços e apertos de mãos, beijou crianças, descumpriu o distanciamento seguro de 1,5 metro e retirou a máscara para, aos berros, discursar.
Embora crítico das irresponsabilidades do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante a pandemia por estimular aglomerações, e até tenha publicado nas redes sociais que esteve de luto pelas mortes no país provocadas pela Covid-19, o senador Weverton Rocha (PDT), padrinho da candidatura de Neto ao Palácio de La Ravardière, participou da aglomeração no São Francisco.
Desde o início da pandemia, apesar do lockdown (isolamento social mais rígido) decretado em maio pelo governador Flávio Dino (PCdoB) por determinação da Justiça, 20.794 pessoas foram diagnosticadas com Covid-19 em São Luís e 1.236 morreram em decorrência da doença.
Segundo recomendações conjuntas expedidas pelo Ministério Público e Ministério Público Eleitoral no Maranhão, candidatos da capital e demais municípios maranhenses devem se abster de realizar caminhadas, assim como comícios e confraternizações, por ocasionarem aglomeração de pessoas.
Os documentos foram assinados pelo procurador-geral de Justiça, Eduardo Nicolau, e pelo procurador-regional Eleitoral, Juraci Guimarães Júnior, na última sexta-feira 22, com o objetivo de garantir cumprimento às medidas de controle da disseminação do novo coronavírus durante o período de campanha eleitoral, conforme recomendações estabelecidas em parecer técnico da Vigilância Sanitária do Maranhão, emitido no último dia 18.
Candidatos que colocarem em risco a saúde pública, como fez Neto Evangelista, serão alvos de inquéritos policiais, ações penais e cíveis, incluindo por danos morais coletivos. A atuação e repressão ao desrespeito com a saúde da população em meio à pandemia, segundo as recomendações, devem ser feitas pelos promotores das áreas eleitoral e de saúde.
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