O deputado estadual e candidato a prefeito de São Luís pelo PMN, Eduardo Braide

Braide abandona perfil de 2016 e vai às urnas em 2020 carregado pelo PDT, Roseana Sarney, bolsonaristas e ex-aliados de Dino

Há quatro anos, candidato era crítico aberto de alianças que pudessem macular sua eventual gestão municipal e que o obrigassem a lotear a prefeitura

O Eduardo Braide (Podemos) que vai às urnas neste domingo 29, data no segundo turno das eleições municipais de 2020, é um político com perfil integralmente destoante do que disputou e quase conquistou o comando do Palácio de La Ravardière em 2016 por meio do voto livre e consciente, sob o mote de que São Luís tinha jeito.

Há quatro anos, Braide era crítico aberto e ferrenho de alianças eleitorais que pudessem macular sua eventual gestão no município e que o obrigassem a lotear a prefeitura. No pleito deste ano, porém, para chegar ao segundo turno, além de deixar um partido pequeno e independente para se filiar em um que lhe garantisse tempo e estrutura para gastos de campanha, juntou toda espécie da fauna política em um mega consórcio, mais inchado nos últimos dias.

No primeiro turno, a coligação e comando da campanha eleitoral do novo Braide era formada pelo ex-secretário de Segurança do Maranhão, Aluísio Mendes (PSC); o deputado e genro da desembargador Nelma Sarney, Edilázio Júnior (PSD), que se colocou contra a circulação de pessoas pobres no bairro nobre da Península; e o ex-vice-prefeito de São Luís e senador Roberto Rocha (PSDB), ex-aliado do governador Flávio Dino (PCdoB) e com quem Braide firmou compromisso público para 2022.

Para garantir musculatura e evitar nota derrota, foram agregados, com poder de articulação, o PDT do senador Weverton Rocha, que há mais de 30 anos está enraizado na prefeitura de São Luís e que em 2016 foi combatido pelo antigo Eduardo Braide; a ex-governadora Roseana Sarney (MDB), que com a movimentação busca sobrevivência política e brecha para retorno ao poder nas eleições de 2022; e diversos outros hoje adversários de Dino na disputa municipal, entre estes os deputado estaduais Neto Evangelista (DEM), Zé Inácio (PT) e Yglésio Moysés (PROS), que no primeiro turno o acusaram, por diversas vezes, de envolvimento em casos relacionados à suposta corrupção nos municípios de Anajatuba e Icatu. O DEM de Juscelino Filho e o PTB de Pedro Lucas Fernandes também entraram no mesmo pacote.

Por afinidade, Bolsonaristas também carregam o novo Braide para as urnas em 2020, capitaneados pelo autoproclamado apóstolo e candidato derrotado a prefeitura, Silvio Antônio. Como naturalmente ocorre na troca de apoio político e eleitoral, ele precisou primeiro garantir algo: o comprometimento com as bandeiras da direita, já desde a campanha.

Ignorando o perfil que o transformou em fenômeno eleitoral na eleição passada e orgulhando-se do peso da bagagem que passou a carregar neste pleito, nas últimas semanas, o novo Eduardo Braide tem tentado emplacar junto ao eleitorado ludovicense que, se desta vez for eleito, a esperança vencerá o medo.

O adversário do novo Braide na disputa é o deputado estadual Duarte Júnior (Republicanos), apoiado pelo governador Flávio Dino e aliados do comunista.


Comentários

4 respostas para “Braide abandona perfil de 2016 e vai às urnas em 2020 carregado pelo PDT, Roseana Sarney, bolsonaristas e ex-aliados de Dino”

  1. […] Júnior (PSD). No segundo turno, porém, na eminência de repetir a derrota sofrida em 2016, abandonou mais ainda o perfil independente que havia construído nos últimos anos e montou um mega consórcio, incluindo bolsonaristas, com […]

  2. […] que não tem familiares na política, entrou na vida pública eleitoral há apenas dois anos e que enfrentou três grandes caciques da política estadual: Roberto Rocha (PSDB), Roseana Sarney (MDB) e Weverton Rocha (PDT), que se uniram em torno de […]

  3. […] que não tem familiares na política, entrou na vida pública eleitoral há apenas dois anos e que enfrentou três grandes caciques da política estadual: Roberto Rocha (PSDB), Roseana Sarney (MDB) e Weverton Rocha (PDT), que se uniram em torno de […]

  4. […] Qualificando o processo como “normal e democrático”, o comunista explicou que a análise sobre quem é ou não seu aliado —e, consequentemente, quem deve continuar ou perder espaços no governo— ocorre em razão da debandada em prol da eleição de Eduardo Braide (Podemos) para a prefeitura de São Luís. […]

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