Na tentativa de atrair alianças na disputa pela presidência da Câmara, o líder do bloco centrão, Arthur Lira (PP-AL), esteve em São Luís, nesta terça-feira 12. Ele tem viajado pelo país em campanha pelo voto dos colegas na disputa legislativa.
Na capital do Maranhão, participou de reuniões com a bancada federal maranhense e o vice-governador Carlos Brandão (Republicanos), no Palácio dos Leões, e com o prefeito Eduardo Braide (Podemos), no Palácio de La Ravardière –que não é mais deputado federal nem tem, até onde se sabe, ingerência sobre o mandato Josivaldo JP (Podemos), efetivado em seu lugar na Câmara, em Brasília.
Na costura por votos, Arthur Lira tem como principal cabo eleitoral o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), de quem tem a fidelidade elogiada, por ser considerado respeitador de acordos.
Apesar da proximidade com Braide ser natural, por este ter feito parte da base bolsonarista quando exerceu mandato na Câmara, chama a atenção a aproximação estratégica de Lira com o Palácio dos Leões, com participação de secretários estaduais.
Embora o governo esteja sob exercício de Brandão, o chefe titular do Executivo do Estado é o esquerdista Flávio Dino (PCdoB), desafeto de Bolsonaro e que não permite, mesmo estando de férias, qualquer movimentação de Brandão sem sua autorização.
O adversário de Arthur Lira na disputa é Baleia Rossi (MDB-SP), candidato da esquerda e do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que na eleição passada recebeu o apoio da bancada federal maranhense sob articulação direta de Dino.
A antecipação da minirreforma administrativa feita por Dino, inclusive, tem relação com a eleição da Câmara dos Deputados. Ao já tirar da Casa Márcio Jerry e Rubens Pereira Júnior, ambos do PCdoB, o governador do Maranhão abriu possibilidade para Gastão Vieira (PROS) e Dr. Elizabeth Gonçalo (Republicanos) votarem no candidato do presidente Jair Bolsonaro, sem pressão da esquerda.
Se aliar com um sujeito como Arthur Lira é no mínimo desconfortável para quem tem vergonha e repudia a corrupção. Eu não confio em nenhum político e menos ainda em político fisiológico.