Arthur Lira
Aliado de Bolsonaro e da maioria da bancada do MA, Lira é eleito presidente da Câmara
Política

Maioria dos deputados federais maranhenses também é contra o impeachment do presidente da República, por crime de responsabilidade

Aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e da maioria da bancada federal do Maranhão, o deputado Arthur Lira (PP-AL), líder do centrão, foi eleito presidente da Câmara em primeiro turno, nesta segunda-feira 1º, pelos próximos dois anos.

Lira recebeu 302 votos, contra 145 de Baleia Rossi (MDB-SP), seu principal adversário na disputa.

A votação foi secreta, mas é possível medir quem votou em quem pela bancada federal do Maranhão. Dos 18 integrantes, sete declaram ao ATUAL7 voto em Arthur Lira: Aluísio Mendes (PSC), André Fufuca (PP), Cléber Verde (Republicanos), Edilázio Júnior (PSD), Gil Cutrim (PDT), Pedro Lucas Fernandes (PTB) e Pastor Gil (PL).

Embora não tenham retornado o contato, sob a liderança de Josimar Maranhãozinho (PL), que posteriormente anunciou publicamente voto em Lira, a tendência de que tenham contribuído para eleição do candidato bolsonarista os deputados Júnior Lourenço (PL) e Marreca Filho (Patriotas). Josivaldo JP, que não quis anunciar o voto, é admirador público do presidente da República, e por isso a tendência é de que também tenha votado em Arthur Lira, assim como Juscelino Filho, pelo espalhafatoso entusiasmo com que recebeu e acompanhou o deputado do PP durante sua visita ao Palácio dos Leões, no Maranhão, em busca de votos da bancada maranhense em Brasília.

Em Baleia Rossi declararam voto apenas Bira do Pindaré (PSB), Hildo Rocha (MDB), João Marcelo Souza (MDB) e Márcio Jerry (PCdoB). Zé Carlos (PT) e Rubens Júnior (PCdoB), embora de partidos de esquerda, não quiseram abrir o voto. A decisão de não tornar o voto público, assim como a iniciativa de Jerry em abrir a vaga para o suplente Simplício Araújo (SD) votar, indica que possa ter havido traição a Rossi, e todos os três últimos votado em Lira.

Além de declarar votar em Arthur Lira para a presidência da Câmara, a maioria da bancada federal do Maranhão também declarou ser contra a abertura de impeachment de Jair Bolsonaro, por crime de responsabilidade.

Maioria da bancada do MA declara voto em Arthur Lira para presidência da Câmara
Política

Sete dos 11 parlamentares maranhenses em Brasília que abriram voto ao ATUAL7 apostam no candidato do Centrão e do presidente Jair Bolsonaro

Às vésperas da eleição que definirá o próximo presidente da Câmara dos Deputados, a maioria dos parlamentares da bancada maranhense já tem voto definido.

Dos 18 deputados federais do estado, 11 declararam abertamente ao ATUAL7 em quem vão votar, sete deles em Arthur Lira (PP-AL), candidato do Centrão e apoiado por Jair Bolsonaro (sem partido). Já Baleia Rossi (MDB-SP), apoiado por Rodrigo Maia (DEM-RJ) e por um grupo de partidos que inclui siglas da oposição ao presidente da República, tem o voto declarado de apenas quatro parlamentares federais do Maranhão.

Declararam que vão votar em Lira os deputados Aluísio Mendes (PSC), André Fufuca (PP), Cléber Verde (Republicanos), Edilázio Júnior (PSD), Gil Cutrim (PDT), Pedro Lucas Fernandes (PTB) e Pastor Gil (PL).

Em Rossi, declararam voto Bira do Pindaré (PSB), Hildo Rocha (MDB), João Marcelo Souza (MDB) e Márcio Jerry (PCdoB), que retornará à Câmara apenas para a votação.

Júnior Lourenço (PL), Juscelino Filho (DEM), Marreca Filho (Patriotas), Josimar Maranhãozinho (PL) e Josivaldo JP (Podemos) não retornaram a tentativa de contato.

Os deputados Zé Carlos (PT) e Rubens Pereira Júnior (PCdoB), que também precisa deixar o cargo que ocupa no Governo do Maranhão e reassumir o mandato para poder votar, estranhamente, embora pertencentes a partidos de esquerda, não quiseram declarar o voto, sob a alegação de que é secreto.

Embora não tenham retornado o contato, pela declaração de voto do Pastor Gil, por fidelidade, também devem votar em Arthur Lira os deputados Júnior Lourenço (PL), Marreca Filho (Patriotas) e Josimar Maranhãozinho (PL). Isto porque todos são liderados por Maranhãozinho, controlador de própria bancadinha federal maranhense. Com isso, o candidato apoiado por Jair Bolsonaro deve ter mais da metade dos votos da bancada do Maranhão em Brasília.

Embora aliados, o governador Flávio Dino (PCdoB) e o vice-governador Carlos Brandão (Republicanos) estão em campos diferentes em relação à disputa pela presidência da Câmara dos Deputados, com Brandão, que recebeu Lira no Palácio dos Leões, levando vantagem sobre o comunista. Dino, quando voltou de férias, recebeu Rossi.

A eleição para a Câmara acontece no dia 1º de fevereiro, presencialmente, e o vencedor terá de somar ao menos 257 votos. Como a votação é secreta, apesar das declarações abertas, até o momento da urna, os parlamentares podem votar diferente, inclusive contrariando a orientações dos partidos, como caminha para acontecer, principalmente, com o DEM de Juscelino Filho.

Também concorrem os deputados federais Alexandre Frota (PSDB-SP), André Janones (Avante-MG), Capitão Augusto (PL-SP), Fábio Ramalho (MDB-MG), General Peternelli (PSL-SP), Luiza Erundina (PSOL-SP) e Marcel Van Hattem (Novo-RS).

Candidato de Bolsonaro, Arthur Lira costura votos no Palácio do Leões e com Braide
Política

Líder do centrão tem viajado pelo país em busca de votos de bancadas federais para a presidência da Câmara dos Deputados

Na tentativa de atrair alianças na disputa pela presidência da Câmara, o líder do bloco centrão, Arthur Lira (PP-AL), esteve em São Luís, nesta terça-feira 12. Ele tem viajado pelo país em campanha pelo voto dos colegas na disputa legislativa.

Na capital do Maranhão, participou de reuniões com a bancada federal maranhense e o vice-governador Carlos Brandão (Republicanos), no Palácio dos Leões, e com o prefeito Eduardo Braide (Podemos), no Palácio de La Ravardière –que não é mais deputado federal nem tem, até onde se sabe, ingerência sobre o mandato Josivaldo JP (Podemos), efetivado em seu lugar na Câmara, em Brasília.

Na costura por votos, Arthur Lira tem como principal cabo eleitoral o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), de quem tem a fidelidade elogiada, por ser considerado respeitador de acordos.

Apesar da proximidade com Braide ser natural, por este ter feito parte da base bolsonarista quando exerceu mandato na Câmara, chama a atenção a aproximação estratégica de Lira com o Palácio dos Leões, com participação de secretários estaduais.

Embora o governo esteja sob exercício de Brandão, o chefe titular do Executivo do Estado é o esquerdista Flávio Dino (PCdoB), desafeto de Bolsonaro e que não permite, mesmo estando de férias, qualquer movimentação de Brandão sem sua autorização.

O adversário de Arthur Lira na disputa é Baleia Rossi (MDB-SP), candidato da esquerda e do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que na eleição passada recebeu o apoio da bancada federal maranhense sob articulação direta de Dino.

A antecipação da minirreforma administrativa feita por Dino, inclusive, tem relação com a eleição da Câmara dos Deputados. Ao já tirar da Casa Márcio Jerry e Rubens Pereira Júnior, ambos do PCdoB, o governador do Maranhão abriu possibilidade para Gastão Vieira (PROS) e Dr. Elizabeth Gonçalo (Republicanos) votarem no candidato do presidente Jair Bolsonaro, sem pressão da esquerda.

Em Alagoas, Bolsonaro afirma que Collor ‘luta pelo interesse do Brasil’
Política

Presidente também elogiou Arthur Lira. Parlamentares são réus no STF por corrupção no âmbito da Lava Jato

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) elogiou, nesta quinta-feira 5, o senador Fernando Collor (PROS-AL) e o deputado federal Arthur Lira (PP-AL), ambos réus por corrupção no STF (Supremo Tribunal Federal) no âmbito da Lava Jato. Os elogios ocorreram durante cerimônia de entrega da obra de ampliação do SAA (Sistema de Abastecimento de Água) em Piranhas, em Alagoas, estado dos dois parlamentares.

“Queria agradecer, porque eu fiz um convite e ele aceitou, e com muita satisfação está integrando essa comitiva, o nosso senador Fernando Collor. Também um homem que luta pelo interesse do Brasil e em especial do seu estado”, discursou Bolsonaro.

Collor é réu em uma ação penal do STF, acusado de lavagem de dinheiro, corrupção passiva e organização criminosa. A PGR (Procuradoria-Geral da República) afirma que o grupo do senador recebeu mais de R$ 29 milhões em propina entre 2010 e 2014. As investigações têm como foco a BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras.

Já Arthur Lira, um dos principais aliados de Bolsonaro no Congresso e também réu no STF por corrupção passiva, não participou do evento porque está em isolamento domiciliar, diagnosticado com o novo coronavírus. Contudo, ele foi lembrado e também elogiado pelo presidente durante o evento. Lira é acusado pela Lava Jato de ter recebido propina de R$ 106 mil do então presidente da CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos), Francisco Colombo, em troca de mantê-lo no cargo.

“Falta uma pessoa muito importante na nossa articulação política na Câmara dos Deputados, que é um alagoano. É o prezado deputado Arthur Lira. Mais do que fazer articulação, é uma pessoa sempre pronta, sempre alerta a trabalhar pelo seu estado”, disse Bolsonaro.

Apesar dos elogios a Fernando Collor na agenda presidencial de hoje, Jair Bolsonaro votou pela admissibilidade do pedido de impeachment do então presidente quando era deputado federal. Em um discurso na Câmara, em abril de 1992, Bolsonaro chegou a chamar Collor de mentiroso.

“Aprendi, na caserna, que o Chefe que mente não merece credibilidade. E o Senhor Presidente da República, Chefe do Supremo das Forças Armadas, não deixa de ser um grande mentiroso”, disse na ocasião.