Três meses depois do ato de filiação ao PSD com objetivo de disputar o governo do Maranhão em 2022 contra o candidato do grupo liderado pelo governador Flávio Dino (PSB), o ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior, se aproxima do fim do ano pré-eleitoral com estatura de pré-candidato competitivo.
Sondagens para consumo interno do próprio grupo encastelado no Palácio dos Leões apontam que, de todos os possíveis adversários de Carlos Brandão (PSDB) na corrida, Edivaldo tende a figurar como o que pode dar maior trabalho, devido ao potencial eleitoral que pode alcançar, segundo apontam as pesquisas.
Para se manter em pé, porém, terá de fazer mais do que vestir uma camisa azul e abrir um sorriso largo quando for pressionado a prestar contas à população maranhense sobre as dezenas de promessas de campanha que assumiu, mas não cumpriu, durante os oito anos em que esteve à frente da gestão municipal.
Eventual retorno dos olhares apaixonados da esposa, Camila Holanda, golpe de marketing que garantiu crédito para Edivaldo Júnior na capital, também não terão força para afastar a ameaça de que o eleitorado descortine o ex-prefeito de São Luís como incompetente ou como um estelionatário eleitoral.
Ou mesmo como ambos, além de traidor.
Das promessas registradas no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Maranhão ou em entrevistas e debates nos pleitos de 2012 e 2016, foram deixadas no papel ou não totalmente implementadas por Edivaldo: construção do Hospital Dr. Jackson Lago, com no mínimo 350 leitos, na entrada da cidade; construção da Maternidade da Cidade Operária; construção de viadutos no Calhau e na Forquilha; valorização dos professores; construção do novo corredor para o sistema de BRT (Bus Rapid Transportation); criação do Prouni municipal; construção de um grande e moderno Hospital da Criança; ampliação do sistema de esgoto; implantação do Centro de Controle Integrado; ampliação do programa Leite na Escola; implantação de faixa exclusivas de ônibus; reforma em escolas da rede pública municipal de ensino para colocação de ar-condicionado e internet; construção de 22 creche-escolas; e elaboração e execução de programa de habitação no Centro Histórico.
Também continuaram na gaveta ou foram iniciadas apenas em parte: implantação de biblioteca comunitária na zona rural; implantação de novas UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento); criação de subprefeituras; implantação de novas unidades de urgência e emergência; realização de concursos públicos; criação do Bolsa Atleta e o Fundo do Esporte; criação do IPTU Verde; colocação de internet wifi nos ônibus; e construção de novas avenidas e asfaltamento de qualidade com drenagem e sinalização nas vias públicas de todos os bairros da cidade.
Até mesmo na questão da construção e reforma de praças, ação eleitoreira que recebeu atenção especial no fim do primeiro e do segundo mandato de Edivaldo Holanda Júnior, houve descumprimento de promessa. Na campanha pela reeleição, por exemplo, Edivaldo garantiu que ao menos 60 praças teriam acesso à internet wifi liberado para comunidade, porém a conexão disponibilizada não chegou à meia dúzia e, pior ainda, com relatos de dificuldades de acesso.
Sobre Edivaldo Júnior pesam ainda suspeita de irregularidades e ilícitos envolvendo dinheiro público, com investigações sigilosas da Polícia Federal em andamento. Há também apurações da PF em que a mira não está diretamente apontada para Edivaldo, mas que atinge o período em que o responsável pela gestão dos cofres públicos era ele, e nada ou pouco fez para evitar a sangria de recursos, principalmente os destinados para enfrentamento à Covid-19.
O senso comum da política maranhense aponta que um pretendente ao Palácio dos Leões precisa primeiro ter a capital do estado no centro de seu radar. No caso de Edivaldo, porém, é também a sua principal vidraça.
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