O empresário Eduardo José Barros Costa está na cela 01, do pavilhão do Centro de Observação Criminológica e Triagem de São Luís, o COCTS, do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no Maranhão.
Mais conhecido como Eduardo DP ou Imperador, ele foi preso pela Polícia Federal nessa quarta-feira (20) no bojo da Operação Odoacro, que mira fraudes em licitações, lavagem de dinheiro e desvios de recursos federais na Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba).
De forma incomum, apesar do mandado de prisão e do guia de recolhimento de Eduardo DP ter sido recebido pela Central de Inquéritos desde ontem, o registro da entrada dele em Pedrinhas foi feito apenas nesta quinta (21), após o ATUAL7 questionar a SEAP (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária) sobre possíveis regalias.
Murilo Andrade, que comanda a pasta, também foi procurado. Até o momento, não houve resposta.
Mais cedo, o ATUAL7 publicou fotos que mostravam Eduardo DP de cabeça raspada e com o mesmo uniforme laranja de agora, utilizado por detentos do sistema penitenciário maranhense. As imagens são referentes à prisão de 2016 pela Polícia Civil do Estado.
Até às 11h, horário da publicação, o prontuário dele no SIISP (Sistema de Inteligência, Informação e Segurança Prisional) da SEAP estava inativo. Apenas a partir das 11h52 foi atualizado para ativo, com a inclusão dos novos registros fotográficos, do mandado de prisão temporária e do guia de recolhimento de preso.
Procurada, a PF confirmou ao ATUAL7 que Eduardo DP foi enviado para Pedrinhas desde ontem.
De acordo as investigações, Eduardo DP seria o cabeça de associação criminosa que utiliza uma rede de empresas de fachada para fraudar e ganhar licitações na estatal. O esquema, aponta a investigação, seria o mesmo operado pelo empresário no Maranhão, e que o levou à Pedrinhas por mais de uma vez, no início do governo de Flávio Dino (PSB).
Desde que se aliou ao Palácio dos Leões sob Dino, porém, deixou de ser alvo de operações no âmbito estadual, subiu em palanque com o agora ex-governador, participou de eventos privados com membros do Executivo e avançou sobre os cofres do Estado em contratos fechados, majoritariamente, com as pastas da Infraestrutura e de Cidades e Desenvolvimento Urbano, principalmente com a Construservice C Empreendimentos e Construções, empresa em que é sócio oculto.
Mesmo após a ascensão de Carlos Brandão a governador do Maranhão, os contratos com a empresa permanecem ativos.
Nas apurações do Ministério Público e da Polícia Civil maranhenses -e que miraram a Construservice, mas apenas por contratos com prefeituras municipais-, Eduardo DP é apontado também como agiota. O dinheiro emprestado para campanhas eleitorais, segundo as investigações, seria oriundo das próprias licitações fraudadas.
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