Paulo Cesar Baltazar Viana
Fábio Macedo mantém silêncio sobre investigações contra a Clasi
Política

Solicitação para acesso ao contrato de mais de R$ 4,9 milhões entre a Seduc e a empresa foi autorizado pela AL-MA desde o ano passado

Mais de dois meses depois da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Maranhão ter autorizado o deputado estadual Fábio Macedo (PDT) a solicitar, pela Casa, acesso à cópia cópia integral de um processo administrativo que resultou num contrato firmado entre a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) e a Clasi Segurança Privada Ltda, o pedetista permanece em silêncio tumular sobre as investigações.

No último dia 10, o ATUAL7 tentou contato com o parlamentar por meio de sua assessoria de imprensa, em busca de informações sobre o andamento do levantamento feito por ele com base em dados oficiais. Na terça-feira passada, dia 14, nova solicitação foi feita. Até a publicação desta matéria, porém, não houve retorno.

A Clasi Segurança pertence aos sócios Pedro Ricardo Aquino da Silva, que detém 70% do capital financeiro da empresa, e Paulo César Baltazar Viana, que possui apenas 30%. Ao custo de mais de R$ 4,9 milhões aos cofres públicos, a contratação foi feito em abril de 2016, e se refere a serviços de vigilância armada e ostensiva, diurna e noturna, nas dependências das escolas e prédios estaduais vinculados à Seduc, localizados em São Luís e nos municípios de Raposa, São José de Ribamar e Paço do Lumiar.

Desde a cruzada de Macedo em busca de acesso ao processo, o contrato passou a ficar sob grave suspeita.

E há motivos para isso.

Segundo a Lei de Licitações e Contratos Administrativos, a contratação da Clasi foi feita à margem do que determina a legislação. Pelo texto, contratações na modalidade de regime de urgência, como a firmada entre o secretário Felipe Camarão e a empresa, são permitidas somente quando há situação decorrente de fatos imprevisíveis que exigem imediata providência, sob pena de potenciais prejuízos para o cidadão, para o patrimônio público ou para interesses e valores protegidos pelo Direito.

Ocorre que, desde quando substituiu a professora Áurea Prazeres, à época indicada para o cargo pelo deputado federal Weverton Rocha (PDT), Camarão não deu divulgação a qualquer indício de que houve algum ato de improbidade administrativa durante a passagem da pedetista pela pasta.

Se, apesar da marginalidade na contratação, durante esses mais de 60 de autorização da Mesa Diretora, Fábio Macedo ainda não fez a solicitação dos documentos ou já recebeu o contrato, averiguou e nada de ilícito encontrou nos autos, uma manifestação pública sobre o caso já deveria ter sido feita, até por ele fazer parte da base aliada do Palácio dos Leões na Assembleia.

Contudo, se durante esse período, a solicitação foi feita, mas não houve retorno de Felipe Camarão, pelo que prevê o Regimento Interno da AL-MA, o secretário de Educação pode ser acionado na Justiça estadual pela Procuradoria da Casa por Crime de Responsabilidade.

A reportagem entrou em contato com a Seduc e a Clasi Segurança, e aguarda retorno.

Em dois anos e meio, primo de Edivaldo Júnior já levou R$ 47,5 milhões da prefeitura
Política

Dinheiro foi repassado para duas empresas, pertencentes à Pedro Ricardo Aquino da Silva e Paulo Cesar Baltazar Viana

O prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior (PDT), é um homem de família. Protótipo do discurso da mudança inventado pelo governador Flávio Dino (PCdoB), desde que sentou na cadeira do Executivo municipal, Edivaldo tem ajudado um de seus primos, Pedro Ricardo Aquino da Silva, derramando gordas somas de dinheiro público em pelo menos duas empresas pertencentes ao parente, em sociedade com o forasteiro Paulo Cesar Baltazar Viana, dono de outra empresa conhecida pelo erário, a Gestor.

Pedro Ricardo Aquino, de funcionário de banco privado para dono de empresa milionária após contratos com a Prefeitura de São Luís
Arquivo pessoal Primo do prefeito Pedro Ricardo Aquino, de funcionário de banco privado para dono de empresa milionária após contratos com a Prefeitura de São Luís

Levantamento realizado pelo Atual7 no Portal da Transparência da Prefeitura de São Luís, aponta que, de janeiro de 2013 - quando passou a comandar o Palácio de La Ravardière - até o final do mês de maio passado, as empresas Clasi Comércio e Serviços e Clasi Segurança Privada receberam o total de R$ 47.554.915,45 (quarenta e sete milhões, quinhentos e cinquenta e quatro mil, novecentos e quinze reais e quarenta e cinco centavos) dos cofres da prefeitura.

Em apenas dois anos e meio, pelo menos R$ 36.777.968,71 (trinta e seis milhões, setecentos e setenta e sete mil, novecentos e sessenta e oito reais e setenta e um centavos) já foram abocanhados pela primeira Clasi, a Comércio e Serviços, empresa espécie de faz tudo, segundo declaração de prestação de serviços à Receita Federal: trinta e sete atividades, que vão de estacionamento de veículos à serviços de entrega rápida.  De acordo com o Diário Oficial do Município, a empresa de primo do prefeito presta serviços de limpeza e montagem e desmontagens de mobílias para a Prefeitura de São Luís.

Já para a segunda Clasi, a Segurança Privada, também no período de dois anos e meio, o total de R$ 10.776.946,74 (dez milhões, setecentos e setenta e seis mil, novecentos e quarenta e seis reais e setenta e quatro centavos) já foram pagos por Edivaldo Holanda Júnior. Segundo os extratos dos contratos, tudo por prestação de serviços de vigilância ostensiva armada.

Tanto a Clasi Comércio e Serviços como Clasi Segurança Privada faturam a verba paga pelo primo prefeito por meio de dispensa de licitação.