O governador Flávio Dino, do PCdoB, tem a obrigação de divulgar a gravação completa da reunião do Comitê de Combate à Tortura, ocorrida na última sexta-feira (26), nas dependências do Palácio dos Leões, para tornar público o que realmente aconteceu por lá.
Após revelação do Atual7 de que o comunista bateu boca com o padre Roberto Perez Cordova, da Pastoral Carcerária do Maranhão - confirmada logo depois pela própria entidade e pela Arquidiocese de São Luís -, a Secretaria de Comunicação estadual emitiu nota informando que a reunião teria sido toda gravada.
No mesmo dia, por meio das redes sociais, Dino acusou o clérigo, sem qualquer prova, de ter sido beneficiado com "mensalinho" pelo governo anterior para ficar calado diante do caos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Papagaios, secretários de Estado e deputados da base aliada chegaram a dar eco as acusações do chefe de Estado, chegando inclusive a mudar o termo utilizado para "boquinha", ferindo a honra e rebaixando ainda mais o padre e a Igreja, além de abrir espaço para a população maranhense desconfiar dos trabalhos realizados pela Carcerária e outras pastorais.
Para acabar com a confusão e provar que falou a verdade, além de ter de explicar aos maranhenses porque também manteve o padre no suposto "mensalinho" por três meses de seu governo, Flávio Dino tem ainda a obrigação de provar se a acusação feita é realmente verdadeira, sob risco de suas palavras não passarem de calúnia, injúria, achincalhe e difamação contra um membro da Igreja Católica.
A simples divulgação de apenas uma parte editada da reunião ocorrida do Palácio dos Leões, além de ser insuficiente para provar quem está falando a verdade, é de extrema má-fé. Segurar-se em uma foto festiva com os participantes dessa reunião, além de super apelativo, é algo irrisório. Afinal, acontecido o bate boca na sede do governo, esperar uma foto com Dino e o padre Roberto em posição de lutadores de MMA ou UFC é algo inimaginável.
Desde o início da peleja do governador do Maranhão para justificar à população que não está escamoteando os números reais de fugas, mortes e rebeliões no Sistema Penitenciário estadual, o comunista tem se garantido apenas no próprio gogó, como se o dito por ele fosse algo incontestável, papal, sem a necessidade de provas documentais ou testemunhais. E olha que Flávio Dino é formado em direito e é ex-juiz federal.