Apesar da baixa testagem, da alta taxa de contágio de Covid-19 e da ocupação dos leitos de UTI na capital e em Imperatriz estar acima de 90% e nas demais regiões acima de 75%, o governador Flávio Dino (PCdoB) editou novo decreto, nesta sexta-feira 29, autorizando a reabertura das escolas das redes pública e privada do estado a partir de 15 de junho.
O retorno estabelece que a reabertura será feita de forma gradual, iniciando pelos cursos de graduação e pós-graduação; depois escolares de ensino médio; seguindo por escolares de ensino fundamental; educação infantil; até chegar a instituições educacionais de idiomas e similares, bem como de educação complementar.
Além de não apresentar qualquer estudo ou critério técnico-científico para a autorizar a retomada das atividades escolares presenciais, o governador decidiu jogar a responsabilidade sobre a propagação da doença causada pelo novo coronavírus para diretores e alunos.
De acordo com o decreto, caberá à direção das instituições, mesmo sem a divulgação de projeções pelo Palácio dos Leões sobre contaminação e óbitos por Covid-19 nas próximas semanas, decidir sobre a retomada das atividades pedagógicas presenciais.
Ainda segundo o decreto, os estudantes deverão atuar como fiscalizadores do cumprimento de normas sanitárias de enfrentamento da pandemia.
“Em cada estabelecimento educacional, a respectiva direção deve buscar a formação de coordenações de saúde entre os estudantes, de modo a que estes atuem como protagonistas para persuadir seus colegas a cumprir as normas sanitárias estabelecidas pelas autoridades de saúde e afixadas nas salas de aulas e nos demais espaços do ambiente escolar”, diz trecho do documento.
Com a liberação, nos moldes do decreto, Dino parece estar adotando no Maranhão a chamada imunidade de rebanho, termo usado para expressar um cenário no qual a porcentagem de pessoas que já foram infectadas e se curaram seria elevada o suficiente para que essas pessoas sirvam de escudo para as que ainda não tiveram a doença.
Desde o início da pandemia no país, a estratégia de que 70% dos brasileiros devem pegar a Covid-19 tem sido defendida pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), como forma de contrapor medidas restritivas de isolamento social.
Contudo, enquanto o presidente da República fica apenas no discurso contra as medidas de prevenção e distanciamento, Dino, apesar de se dizer defensor da ciência, efetiva.
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