Carlos Braide e Eduardo Braide

Gaeco encontra fantasmas na AL-MA envolvendo Carlos e Eduardo Braide

Grupo do MP de combate ao crime organizado encaminhou à PGJ documentos para abertura de investigação contra o parlamentar e seu pai, ex-presidente da Assembleia Legislativa

O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Maranhão, encaminhou à Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ) documentos que envolvem o deputado estadual Eduardo Braide (PMN) e o seu pai, o ex-presidente da Assembleia Legislativa estadual, Carlos Braide, na contratação irregular de servidores fantasmas na Casa.

O encaminhamento foi obtido pelo ATUAL7 por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), e está numa das movimentações internas da Notícia de Fato n.º 028109-500/2015, aberta contra o deputado do PMN em novembro de 2015, no bojo das investigação contra a chamada Máfia de Anajatuba.

No documento, há uma interação entre os promotores de Justiça Gladston Fernandes de Araújo e José Maria Pinheiro Júnior, ambos do Gaeco e da Coordenadoria de Assuntos Estratégicos e Inteligência (Caei). Nela, é descrito sobre uma manifestação endereçada à então PGJ, Regina Rocha, informando sobre ser “imperiosa” a apuração dos fatos pela Promotoria Especializada de Combate à Improbidade Administração.

“De vista dos autos e documentos que o instruem e conforme assinalado no último parágrafo (…) parecer da Assessoria Especial (…) que considera imperiosa a investigação de eventual ‘contratação irregular de servidores (fantasmas), na Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão, envolvendo o Deputado Estadual Eduardo Salim Braide e o ex-deputado Estadual Antônio Carlos Braide’, entendo, d.m.v, em face da especialidade da matéria e o objeto delimitado, imperiosa a apuração dos fatos peça Promotoria Especializada de Combate à Improbidade Administra que, por delegação, incumbir-se-á da análise e providências cabíveis”, diz o Gaeco.

Um desses fantasmas, segundo apurou o ATUAL7, é Fabiano de Carvalho Bezerra, apontando pelo Gaeco e pela Polícia Federal como vendedor de notas frias e um dos cabeças da organização criminosa (Orcrim) que atuou no município de Anajatuba.

Ele embolsou R$ 840 mil, entre os anos de 2008 e 2012, quando era lotado no cargo em comissão de Técnico Parlamentar Especial de Carlos Braide, recebendo R$ 10 mil como salário; e 2012 a 2014, quando permaneceu na AL-MA no mesmo cargo, desta vez lotado no gabinete de Eduardo Braide, mas com o salário maior, de cerca de R$ 15 mil.

Toda a investigação contra o deputado foi anexada a um inquérito civil, com o objetivo mais amplo, que apura supostas irregularidades na estrutura funcional da Assembleia Legislativa do Maranhão.

Censura

Por conta de reportagens a respeito dessas investigações, o Poder Judiciário maranhense, em primeira e em segunda instância, determinou a exclusão no site e nas redes sociais de quatro publicações que envolvem Eduardo Braide, além do pagamento de indenização em mais de R$ 50 mil ao parlamentar.

Aguarda-se o julgamento de um novo recurso contra a decisão.

Outro lado

Procurado pelo ATUAL7, Eduardo Braide informou por meio de sua assessoria que “não investigado” no Procedimento Investigatório Criminal (PIC) do Gaeco que resultou na ação penal contra a Máfia de Anajatuba. O deputado encaminhou à reportagem uma certidão emitida pelo próprio Gaeco, de setembro de 2015, que atesta a informação.

Sobre a Notícia de Fato n.º 028109-500/2015, instaurada pela PGJ contra ele a partir dos levantamentos contra a Orcrim, Braide alega que “desconhece a existência” dessa investigação e diz que “nunca foi citado, intimado ou recebeu qualquer outra comunicação acerca da notícia”.


Comentários

7 respostas para “Gaeco encontra fantasmas na AL-MA envolvendo Carlos e Eduardo Braide”

  1. Enquanto isso o Gaeco e o MPE não vêm estes funcionários fantasmas, apadrinhados do PCdoB, que estão na Assembleia Legislativa desde 2015, pode!? cliquem no link abaixo:

    https://atual7.com/noticias/politica/2016/07/cupula-do-pcdob-do-maranhao-entre-os-funcionarios-fantasmas-da-al-ma/

  2. […] de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) sobre possível esquema de lavagem de dinheiro e desvio de dinheiro público por meio de funcionários fantasmas, somadas a entrada de opositores bons de debate na disputa, estão prejudicando a eventual […]

  3. […] próprio Braide, inclusive, segundo investigações do Grupo de Atuação de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) e da Polícia Federal, pode ter relação direta com um grande esquema de corrupção, lavagem de […]

  4. […] passado pelas mãos de José Reinaldo Tavares, João Castelo, Roseana Sarney e de Flávio Dino, além de estar relacionado a casos de corrupção —, mas terá de tentar a reeleição para estadual, com grandes dificuldades de conseguir pelo […]

  5. […] em outro procedimento do Ministério Público, que tramita em sigilo há mais de quatro anos, por haver atuado como funcionário fantasma nos gabinetes de Carlos Braide e Eduardo Braide, pai e filho, na Assembleia Legislativa do […]

  6. […] por haver relatado censura de pelo menos quatro reportagens que o mostravam como investigado pelo Gaeco (Grupo de Combate ao Crime Organizado) e pela Polícia Federal, em apurações relacionadas à […]

  7. […] de pelo menos quatro reportagens que mostravam Eduardo Braide como investigado pelo Gaeco (Grupo de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público do Estado e pela Polícia […]

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