Ataque de Duarte a Rubens Júnior ameaça apoio do PCdoB a Brandão em 2022
Política

Ataque de Duarte a Rubens Júnior ameaça apoio do PCdoB a Brandão em 2022

Pré-candidato do Republicanos passou a mirar em comunista para fazer parecer que é anti-sistema. Traição conta com silêncio do vice-governador

A série de ataques do deputado estadual e pré-candidato a prefeito Duarte Júnior (Republicanos) ao seu próprio grupo político, com o objetivo de se fazer parecer anti-sistema e surfar na onda do oposicionista e líder absoluto nas pesquisas Eduardo Braide (Podemos), passou a ameaçar as articulações eleitorais entre o PCdoB e o vice-governador Carlos Brandão (Republicanos), sucessor natural de Flávio Dino em 2022.

Na última segunda-feira 9, pressionado em entrevista à TV Difusora pelo vazamento de mensagens de grupos de Telegram atribuídas a ele —com conteúdos que apontam para liderança sobre supostas milícia virtual e rede de fakes, homofobia, gordofobia, assédio moral e censura à imprensa—, Duarte Júnior perdeu o controle e alfinetou o deputado federal licenciado e secretário estadual Rubens Pereira Júnior (Cidades e Desenvolvimento Urbano), pré-candidato do PCdoB ao comando da capital. Dias antes, também em possível referência a Rubens Júnior, e embora filho político adotivo do governador Flávio Dino (PCdoB), já havia criticado o filhotismo político.

“Eu sou ficha limpa. Eu não sou candidato porque meu pai é ficha suja e eu sou plano B”, disse o pré-candidato do Republicanos.

Embora não seja ficha suja, de fato, Rubens Júnior entrou na política em 2006 após o seu pai, o ex-deputado estadual Rubens Pereira, o Rubão, tornar-se inelegível por condenação no TCU (Tribunal de Contas da União).

Ao atacar o comunista, porém, além trair seu antigo partido, Duarte Júnior começa a criar obstáculos para Brandão nas negociações eleitorais com o PCdoB, o que favorece o senador Weverton Rocha (PDT), também aliado de Dino e principal adversário do vice-governador na sucessão do Palácio dos Leões.

A avaliação é de integrantes do próprio PCdoB, ouvidos pelo ATUAL7 sob condição de anonimato.

Segundo eles, como não freia o destempero e ataques de Duarte Júnior, principalmente os agora concentrados em Rubens Júnior, há um clima de incerteza no partido em relação a Carlos Brandão.

A ameaça a Brandão como resposta ao estilo desagregador de seu correligionário chegou também à Assembleia Legislativa. Na última quarta-feira 11, a maioria esmagadora da Casa mostrou-se avessa a Duarte Júnior, em apartes em massa a um discurso do deputado Wellington do Curso (PSDB), que faz oposição ao governo de Dino.

Indignados com a traição de Duarte Júnior a Rubens Júnior, todos os parlamentares governistas presentes na sessão legislativa —Hélio Soares (PL), Rigo Teles (PV), Yglésio Moyses (Pros), Cleide Coutinho (PDT), Roberto Costa (MDB), Antônio Pereira (DEM), Helena Duailibe (SD) e Rildo Amaral (SD)— criticaram o pré-candidato a prefeito pelo Republicanos.

“Rubens enfrentou Temer, defendeu o povo do Maranhão. Lamento que Duarte Júnior, que sempre pode contar com os aconselhamentos de Rubens Pereira, tenha atacado de maneira vil e por conta de uma eleição, uma pessoa a quem ele sempre pediu apoio. Para mim, trata-se de comportamento de gente sem caráter e covarde mesmo”, declarou Yglésio, também pré-candidato a prefeito de São Luís.

Fiel a Flávio Dino, apesar da avalanche criada por seu afilhado, até o momento, Carlos Brandão parece pouco se importar com os ataques de Duarte Júnior ao seu próprio grupo político. Silêncio que, se perdurar, pode passar a ser entendido como aval.



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