Racha da base entre Duarte e Braide põe em xeque capacidade de articulação de Dino
Política

Racha da base entre Duarte e Braide põe em xeque capacidade de articulação de Dino

Governador tem enfrentado ainda a neutralidade de Edivaldo Holanda Júnior, seu maior afilhado político no estado

Defensor nas redes sociais da construção de uma aliança ampla para enfrentar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em 2022, o governador Flávio Dino (PCdoB) não está conseguindo por em prática o discurso nem mesmo na própria base de sustentação do seu governo no Maranhão.

No segundo turno da disputa pela prefeitura de São Luís, apesar de Dino haver declarado publicamente o voto em Duarte Júnior (Republicanos), boa parte de encastelados e do entorno do Palácio dos Leões têm fechado voto e ido para as ruas fazer campanha para Eduardo Braide (Podemos), crítico ferrenho da atual gestão estadual e que tem apoio aberto do senador Roberto Rocha (PSDB) e da ex-governadora Roseana Sarney (MDB), adversários do comunista.

Dos poucos dinistas que aderiram a Duarte, menos ainda tem ido às ruas. E nas declarações de apoio dadas nas redes sociais por essa fração da base, é sempre apenas destacado que a decisão é por orientação de Dino, como que uma ordem a ser cumprida, em vez de exaltação às propostas ou à vida pública do candidato do Republicanos. Mais aparenta mais vassalagem do que articulação política.

Além da falta de capacidade para garantir a adesão integral da base a Duarte Júnior, Flávio Dino está tendo também de enfrentar a neutralidade do prefeito da capital, Edivaldo Holanda Júnior (PDT), seu maior afilhado político no estado.

Quase 72 horas depois da primeira declaração de voto do governador, Edivaldo segue alheio ao pleito municipal, pouco se importando com quem vai sucedê-lo no Palácio de La Ravardière, onde o padrinho o colocou por dois mandatos, e mesmo diante da possibilidade de Flávio Dino ser novamente derrotado no pleito —com iminência de repercussão em 2022.

Até o PDT, partido de Edivaldo e quem ocupa espaços importantes em todos os escalões do governo estadual desde a primeira gestão de Flávio Dino , sob a complacência de Edivaldo Holanda Júnior, fechou com Eduardo Braide em São Luís.

Como Braide tem atuado na Câmara mais a favor do Palácio do Planalto do que contra, e de sua coligação ser toda formada por partidos e congressistas bolsonaristas, eventual vitória do candidato do Podemos no segundo turno em São Luís, com o apoio de boa parte da base de Dino, pode ser encarada também uma vitória do próprio Bolsonaro na capital do Maranhão, mesmo local onde o dinismo, há oito anos, começou.



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