Alexandre Lopes de Abreu
Juiz revoga censura a Wellington do Curso e dá lição em Flávio Dino
Política

Coligação do comunista alegou ser inverídico que ele tenha tomado motos e carros dos maranhenses. Magistrado asseverou que “quem decide entrar numa campanha eleitoral deve abandonar o não me toques”

O juiz Alexandre Lopes de Abreu, do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Maranhão, revogou liminar concedida por ele próprio, no início do mês, e julgou improcedente representação movida pela coligação Todos pelo Maranhão, encabeçada por Flávio Dino (PCdoB), contra o deputado estadual Wellington do Curso (PSDB). O objetivo era censurar o tucano, para que ele fosse proibido de dizer que o governador tomou “as motos e carros dos maranhenses com IPVA em atraso”.

Na decisão monocrática, proferida na última quinta-feira 13, além de assegurar ao parlamentar o direito à crítica social e política ao governo comunista, o magistrado ainda deu diversas lições em Dino. Numa delas, ele reproduziu trecho de uma manifestação do ministro Marco Aurélio de Melo, em que é ensinado que “quem decide entrar numa campanha eleitoral deve abandonar o não me toques”.

Em outro trecho, utilizando jurisprudência adotada pelo TRE do Tocantins nas eleições de 2016, Alexandre Lopes de Abreu ressaltou que o horário destinado à propaganda eleitoral é o ambiente propício para a divulgação de críticas e manifestação de ordem política - como a feita por Wellington em relação a famigerada blitze do IPVA, do governo Flávio Dino, que levou o Estado a leiloar milhares de motos e carros e a arrecadar milhões com o pagamento forçado do imposto, durante quase a totalidade de seu mandato. Ele ainda deu um chega pra lá na coligação de reeleição do governador, advertindo-a sobre a demente tentativa de judicializar o pleito.

“Não é papel da Justiça Eleitoral intrometer-se no debate de ideias e contestações, a ponto de colocar-se em substituição aos protagonistas do certame democrático. As críticas - mesmo que veementes - fazem parte do jogo eleitoral. (...) Ocupante de cargo público, devido a seu mister, deve estar propenso a eventuais críticas a seus posicionamentos e posturas profissionais, críticas que visam, exatamente, o aperfeiçoamento do exercício do cargo público e legitimam o processo democrático de governabilidade. Aplicação da Teoria da Proteção Débil do Homem Público”, frisou.

“Assim, o candidato, tem sua tutela da honra abrandada, quando a crítica disser respeito ao exercício da atividade pública, e deverá se mostrar mais tolerante a reprovação da opinião pública, razão pela qual não vejo como caracterizar a propaganda impugnada [de Wellington do Curso dizer que Dino tomou “as motos e carros dos maranhenses com IPVA em atraso”] como uma afirmação caluniosa, difamatória e injuriosa”, concluiu.

A decisão seguiu parecer da Procuradoria Regional Eleitoral (TRE).

Juiz determina nova censura e proíbe Roseana de falar contra Flávio Dino
Política

Alexandre Lopes de Abreu já havia proibido Wellington do Curso de dizer governador tomou motos e carros dos maranhenses. Cerceamento agora é sobre o fim dos programas Viva Luz e Leite é Vida

O juiz Alexandre Lopes de Abreu, do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Maranhão, determinou que candidata Roseana Sarney (MDB) pare de utilizar seus programas eleitorais gratuitos para divulgar que o governador Flávio Dino (PCdoB), principal adversário da emedebista na disputa pelo Palácio dos Leões, acabou com programas sociais criados por ela, tais como o Viva Luz e o Leite é Vida.

A decisão foi proferida pelo magistrado na última quarta-feira 5, em caráter liminar, em atendimento a uma representação formulada pela coligação Todos pelo Maranhão, encabeçada pelo comunista.

Esta não é a primeira censura imposta pelo juiz da Corte Eleitoral maranhense contra quem faz oposição a Flávio Dino. A censura, na verdade, já está virando regra.

Antes do cerceamento a Roseana, Alexandre Lopes de Abreu já havia proibido, contrariando parecer do Ministério Público Eleitoral (MPE), que o deputado estadual e candidato a reeleição Wellington do Curso (PSDB) continuasse a dizer que foi o único parlamentar a lutar para que o governador do Maranhão “parasse de tomar as motos e carros dos maranhenses com IPVA em atraso”.

Nas três censuras, ele acolheu o argumento de que Flávio Dino foi ofendido por afirmação sabidamente inverídica.

Tanto a coligação de Roseana, quanto Wellington do Curso, já recorreram. Ambas afirmam, com base em dados e documentos de conhecimento público, que as informações veiculadas em suas propagandas eleitorais são verdadeiras.