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Área técnica do Ministério Público faz devassa em licitações do ‘clube de empreiteiras’
Política

Investigação é conduzida pelo promotor Marcos Valetim Paixão, ex-Gaeco. Suspeita é de que as construtoras Terramata, TAC, Edeconsil, Lucena, Construservice e Enciza teriam formado cartel em contratos da Secid

Por determinação do promotor de Justiça Marcos Valentim Pinheiro Paixão, do Ministério Público do Maranhão, a área técnica da PGJ (Procuradoria-Geral de Justiça), órgão máximo da instituição, deu início a uma devassa nas licitações vencidas pelo chamado “clube de empreiteiras”.

A denominação faz referência a suposto conluio de seis construtoras maranhenses suspeitas de formação de cartel em contratos com a Secid (Secretaria de Estado das Cidades e Desenvolvimento Urbano).

Valentim é ex-integrante do Gaeco, o Grupo de Atuação Especial no Combate às Organizações Criminosas do Ministério Público maranhense.

Conforme mostrou o ATUAL7, ao menos duas frentes de investigação foram instauradas, uma no âmbito criminal, ainda em 2021, e outra na área cível, em 2022. As apurações se concentram agora na análise dos procedimentos licitatórios vencidos pelas empreiteiras, para emissão de parecer técnico.

Os alvos são a Terramata, TAC, Edeconsil, Lucena, Construservice e Enciza. Procuradas pela reportagem desde o mês passado, nenhuma delas retornou o contato.

O titular da Secid, na época das contratações, entre 2021 e 2022, era o novo coordenador da bancada federal maranhense no Congresso, Márcio Jerry (PCdoB). Desde que deixou o cargo, em abril do ano passado, por decisão do governador Carlos Brandão (PSB), assumiu o controle da pasta Joslene Rodrigues, esposa do parlamentar.

Ao ATUAL7, Jerry disse não ter conhecimento sobre as investigações do Ministério Público, e alegou que cumpriu a lei nas contratações.

“Desconheço tais investigações, portanto não posso me posicionar. Se de fato houver, as investigações constatarão inexistência de quaisquer fraudes em licitações, todas concluídas sem contestação ou apenas com contestação pontual dirimida. E todas rigorosamente em conformidade com a legislação atinente”, disse.

Lene não retornou a solicitação de posicionamento, feita desde janeiro. Também não respondeu o Governo do Estado.

Os contratos investigados ultrapassam o valor de R$ 250 milhões, em valores não corrigidos e sem contar aditivos. Pelo montante, deveriam realizar obras de conservação e/ou manutenção de pavimentação de vias urbanas e rurais nas regionais de São Luís, Imperatriz, Presidente Dutra, Caxias, Santa Inês e Barreirinhas.

A suspeita do Ministério Público é de que o “clube de empreiteiras” teria firmado uma espécie de pacto com a gestão da pasta –acertando por fora do processo licitatório, mediante prévio ajuste com a fixação artificial de preços e de acordo com suas preferências, quem seria a vencedora de cada lote.

Com a movimentação, segundo apura a investigação, em detrimento da concorrência, o suposto esquema simulava aparência de lisura ao certame.

Além da suposta fraude, a apuração se debruça também sobre possíveis superfaturamento no valor das obras e pagamento de propina a agentes públicos.

Investigações contra ‘clube de empreiteiras’ na Secid pode avançar sobre outras pastas
Política

Ministério Público apura se Terramata, TAC, Edeconsil, Lucena, Construservice e Enciza formaram cartel para ganhar contratos na gestão de Márcio Jerry. Todas as seis construtoras são ou já foram investigadas por suspeita de ilicitudes com o dinheiro público

Um dos próximos passos do Ministério Público do Maranhão nas investigações que miram suposto ‘clube de empreiteiras’ suspeito de manipular resultados para vencer licitações da Secretaria de Cidades e Desenvolvimento Urbano é averiguar se as construtoras teriam formado cartel em outras pastas do governo estadual.

Segundo o Portal da Transparência do Executivo maranhense, além da Secid, todas as seis empresas do mercado de construção civil alvo das apurações –Terramata, TAC, Edeconsil, Lucena, Construservice e Enciza– também firmaram diversos contratos com outras secretarias, ao longo dos últimos oito anos.

Na maioria, as empreiteiras também disputaram uma mesma licitação, em processos semelhantes ao investigado pelo MP-MA em procedimento criminal sigiloso e de improbidade.

Conforme revelou o ATUAL7, o órgão apura se suposto “clube de empreiteiras” teria firmado uma espécie de pacto com a gestão da Secid, com objetivo de fraudar e superfaturar obras da pasta relacionadas à serviços de conservação e/ou manutenção de pavimentação de vias urbanas e rurais em municípios do estado.

O titular da pasta, na época das contratações, entre 2021 e 2022, era o deputado federal reeleito Márcio Jerry (PCdoB). Desde que deixou o cargo, em abril do ano passado, por decisão do governador Carlos Brandão (PSB), assumiu o controle da Secid Joslene Rodrigues, esposa do parlamentar.

Ao ATUAL7, ele disse não ter conhecimento sobre as investigações do Ministério Público, e alegou que cumpriu a lei nas contratações.

“Desconheço tais investigações, portanto não posso me posicionar. Se de fato houver, as investigações constatarão inexistência de quaisquer fraudes em licitações, todas concluídas sem contestação ou apenas com contestação pontual dirimida. E todas rigorosamente em conformidade com a legislação atinente”, disse.

Procurada, Lene, como é chamada pelos mais próximos a secretária de Cidades e Desenvolvimento Urbano, não retornou o contato.

O total das contratações da pasta alvo das investigações do MP maranhense soma R$ 258 milhões, em valores não corrigidos e sem contar com aditivos.

Além do suposto cartel, a apuração se debruça também sobre possível pagamento de propina a agentes públicos.

Todas as seis construtoras são ou já foram investigadas por suspeitas de outros ilícitos com o dinheiro público.

Ministério Público investiga se ‘clube de empreiteiras’ driblou licitações na Secid
Política

Os alvos são a Terramata, TAC, Edeconsil, Lucena, Construservice e Enciza. Construtoras foram procuradas pelo ATUAL7, mas não deram retorno. Pasta era comandada por Márcio Jerry, que diz ter cumprido a lei

O Ministério Público do Maranhão apura em duas frentes de investigação a suspeita de que pelo menos seis empresas maranhenses do mercado de construção civil tenham manipulado resultados de licitações e formado cartel com objetivo de repartir contratos da Secid (Secretaria de Estado das Cidades e Desenvolvimento Urbano).

Uma das frentes, um procedimento investigatório criminal instaurado desde 2021, está sob sigilo. A outra, na área cível, de possível improbidade administrativa, foi aberta em 2022, sob responsabilidade do promotor de Justiça Marco Valentim Pinheiro Paixão, ex-gaeco, o Grupo de Atuação Especial no Combate às Organizações Criminosas do MP-MA.

Os alvos são a Terramata, TAC, Edeconsil, Lucena, Construservice e Enciza. As construtoras foram procuradas pelo ATUAL7 ao longo das últimas duas semanas, mas não deram retorno.

As apurações se concentram em obras de conservação e/ou manutenção de pavimentação de vias urbanas e rurais nas regionais de São Luís, Imperatriz, Presidente Dutra, Caxias, Santa Inês e Barreirinhas.

O total desses contratos soma R$ 258 milhões, em valores não corrigidos e sem contar com aditivos. Todos foram celebrados em 2021 e 2022, quando o governo maranhense ainda estava sob Flávio Dino (PSB). Desde abril do ano passado, o Palácio dos Leões tem como chefe o governador reeleito Carlos Brandão (PSB).

A reportagem buscou posicionamento do hoje senador pelo Maranhão e ministro da Justiça e Segurança Pública do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas ele não retornou. Também não respondeu o Governo do Estado.

A suspeita do Ministério Público é de que o “clube de empreiteiras”, como está sendo chamado internamente o suposto conluio das construtoras, tenha firmado uma espécie de pacto com a gestão da pasta –acertando por fora do processo licitatório, mediante prévio ajuste com a fixação artificial de preços e de acordo com suas preferências, quem seria a vencedora de cada lote.

Com a movimentação, segundo apura a investigação, em detrimento da concorrência, o suposto esquema simulava aparência de lisura ao certame.

Além da suposta fraude, a apuração se debruça também sobre possíveis superfaturamento no valor das obras e pagamento de propina a agentes públicos.

À época da contratação, a Secid era comandada pelo deputado federal e presidente do PCdoB no Maranhão, Márcio Jerry. No controle dos cofres da pasta, ele próprio quem assinou a homologação do resultado da licitação suspeita.

Ao ATUAL7, ele disse não ter conhecimento sobre as investigações do Ministério Público, e alegou que cumpriu a lei nas contratações da Secretaria de Cidades e Desenvolvimento Urbano.

“Desconheço tais investigações, portanto não posso me posicionar. Se de fato houver, as investigações constatarão inexistência de quaisquer fraudes em licitações, todas concluídas sem contestação ou apenas com contestação pontual dirimida. E todas rigorosamente em conformidade com a legislação atinente”, disse.

Jerry deixou o controle da pasta em abril de 2022, para disputar a reeleição do mandato para a Câmara, sendo substituído pela esposa, Joslene Rodrigues, também filiada ao partido presidido pelo marido. A Secid também não respondeu o contato da reportagem.

Antes de se filiar ao PSB, Dino também era do PCdoB.