Lene Rodrigues
Lene estende prazo de contratos de Jerry com empreiteira operada por Eduardo DP
Política

Acordos aditados com a Construservice chegam a R$ 62 milhões. Polícia Federal, Polícia Civil e Gaeco afirmam em investigações que empreiteira é usada pelo agiota em fraudes em licitação e desvios de dinheiro público

Joslene Silva Rodrigues, secretária das Cidades e Desenvolvimento Urbano do governo Carlos Brandão (PSB) estendeu o prazo de vigência de pelo menos dois contratos com a Construservice Empreendimentos e Construções, empreiteira com sede em Codó, a 300 quilômetros de São Luís.

Os aditivos, que acrescentaram ao prazo contratual de cada acordo mais seis meses de vigência, foram celebrados entre janeiro e fevereiro de 2023.

Lene, como é conhecida, é esposa do deputado federal Márcio Jerry (PCdoB), de quem herdou a pasta. Foi no período dele na Secid, e do hoje ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), no comando do Palácio dos Leões, que os contratos foram celebrados.

Segundo investigações da Polícia Federal e da própria Polícia Civil maranhense, além do Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate às Organizações Criminosas) do Ministério Público, a Construservice é operada em fraudes em licitação e desvios de recursos públicos por Eduardo José Barros Costa, o Eduardo DP ou Imperador, apontado como agiota.

Alvo de quase uma dezena de operações policiais entre 2015 e 2022, ele foi preso em todas elas e enviado para o Complexo Penitenciário de Pedrinhas, na capital maranhense. Contudo, consegue sempre ser colocado em liberdade em seguida, circular livremente entre as cúpulas dos Poderes e ganhar novos contratos com municípios maranhenses e com a gestão estadual.

Os contratos aditados por Lene Rodrigues têm como objeto a execução dos serviços de conservação e/ou manutenção de pavimentação de vias nas regionais de Santa Inês e Itapecuru-Mirim, ao custo inicial de R$ 62 milhões aos cofres públicos.

Pela Construservice, que integra o chamado “clube de empreiteiras”, assinou os acordos o engenheiro civil Rodrigo Gomes Casanova Júnior, que aparece nos registro da Receita Federal como proprietário da empreiteira, e nas investigações sobre corrupção e agiotagem como laranja de Eduardo DP.

Carlos Brandão sofre para formar secretariado e começar novo governo
Política

Após mistério inoportuno, mandatário tem anunciado os mesmos nomes para maioria do primeiro escalão. Com quase dois meses de nova gestão, governador maranhense ainda não tem realizações para apresentar balanço à população

A vitória em primeiro turno na disputa pela reeleição ao Palácio dos Leões e o totalitarismo imposto na Assembleia Legislativa do Maranhão não traduziram ao governador Carlos Brandão (PSB) capacidade para formação do próprio secretariado nem serviu ainda para mostrar qual a cara da nova gestão estadual.

Depois de passar cerca de cinco meses fazendo mistério inoportuno sobre os auxiliares que farão parte do primeiro escalão, dos pouco mais de 20 nomes anunciados a conta-gotas ao longo dos últimos dias, até o momento, a maioria é de quem já ocupava ou ocupou os mesmos cargos no Executivo, revelando a dificuldade do mandatário em encontrar novos nomes para compor o próprio governo.

Das poucas novidades, parte está longe de ter o conhecimento técnico prometido. Para a Indústria e Comércio, por exemplo, foi anunciado o ex-prefeito de Itaperu-Mirim, Antônio da Cruz Filgueira Júnior. O perfil de Júnior Marreca (Patriota), como é conhecido o futuro titular da Seinc, já condenado por improbidade, é melhor identificado em páginas do Ministério Público e órgãos de controle da internet, sempre relacionado à suspeita de vasta experiência em desvio de recursos públicos.

Além disso, até mesmo onde não há espaço para mudanças inesperadas, o governador maranhense tem mostrado inabilidade política para definir e anunciar quem serão seus auxiliares.

Pastas consideradas já definidas desde acordos de campanha com o PT e o PCdoB, como a devolução da Educação para o agora vice-governador Felipe Camarão e a continuação da Cidades e Desenvolvimento Urbano com Lene Rodrigues, por exemplo, ainda não tiveram os nomes oficializados.

A demora já provoca ruídos, provoca desavenças inconvenientes, desarticula quem criou expectativas em ocupar pasta turbinada –como o presidente da Câmara de São Luís, Paulo Victor (PCdoB), que aguardava prevalência no governo, mas foi reempacotado na Cultura–, e atrasa também o preenchimento de vagas dos segundo e terceiro escalões da máquina estadual.

Desordenada, a formação do novo secretariado tem sido ainda feita de trás para frente, como no anúncio da permanência do coronel Célio Roberto no Corpo de Bombeiros, enquanto o nome de quem comandará a Segurança Pública segue desconhecido.

Prestes a completar dois meses de nova gestão, o governador maranhense não conseguiu apresentar ainda sequer balanço de realizações para a população. O motivo: as únicas realizações concretamente já efetuadas foram as festas de recondução ao cargo e de Carnaval. Ainda assim, sem transparência sobre os gastos com o dinheiro público.

Alguns obras até foram entregues no período, mas integram a relação execuções sem relevância social nem econômica para o estado, mas apenas de cunho político, como reformas ou construção de prédios de Câmara de vereadores de municípios do interior maranhense.

Área técnica do Ministério Público faz devassa em licitações do ‘clube de empreiteiras’
Política

Investigação é conduzida pelo promotor Marcos Valetim Paixão, ex-Gaeco. Suspeita é de que as construtoras Terramata, TAC, Edeconsil, Lucena, Construservice e Enciza teriam formado cartel em contratos da Secid

Por determinação do promotor de Justiça Marcos Valentim Pinheiro Paixão, do Ministério Público do Maranhão, a área técnica da PGJ (Procuradoria-Geral de Justiça), órgão máximo da instituição, deu início a uma devassa nas licitações vencidas pelo chamado “clube de empreiteiras”.

A denominação faz referência a suposto conluio de seis construtoras maranhenses suspeitas de formação de cartel em contratos com a Secid (Secretaria de Estado das Cidades e Desenvolvimento Urbano).

Valentim é ex-integrante do Gaeco, o Grupo de Atuação Especial no Combate às Organizações Criminosas do Ministério Público maranhense.

Conforme mostrou o ATUAL7, ao menos duas frentes de investigação foram instauradas, uma no âmbito criminal, ainda em 2021, e outra na área cível, em 2022. As apurações se concentram agora na análise dos procedimentos licitatórios vencidos pelas empreiteiras, para emissão de parecer técnico.

Os alvos são a Terramata, TAC, Edeconsil, Lucena, Construservice e Enciza. Procuradas pela reportagem desde o mês passado, nenhuma delas retornou o contato.

O titular da Secid, na época das contratações, entre 2021 e 2022, era o novo coordenador da bancada federal maranhense no Congresso, Márcio Jerry (PCdoB). Desde que deixou o cargo, em abril do ano passado, por decisão do governador Carlos Brandão (PSB), assumiu o controle da pasta Joslene Rodrigues, esposa do parlamentar.

Ao ATUAL7, Jerry disse não ter conhecimento sobre as investigações do Ministério Público, e alegou que cumpriu a lei nas contratações.

“Desconheço tais investigações, portanto não posso me posicionar. Se de fato houver, as investigações constatarão inexistência de quaisquer fraudes em licitações, todas concluídas sem contestação ou apenas com contestação pontual dirimida. E todas rigorosamente em conformidade com a legislação atinente”, disse.

Lene não retornou a solicitação de posicionamento, feita desde janeiro. Também não respondeu o Governo do Estado.

Os contratos investigados ultrapassam o valor de R$ 250 milhões, em valores não corrigidos e sem contar aditivos. Pelo montante, deveriam realizar obras de conservação e/ou manutenção de pavimentação de vias urbanas e rurais nas regionais de São Luís, Imperatriz, Presidente Dutra, Caxias, Santa Inês e Barreirinhas.

A suspeita do Ministério Público é de que o “clube de empreiteiras” teria firmado uma espécie de pacto com a gestão da pasta –acertando por fora do processo licitatório, mediante prévio ajuste com a fixação artificial de preços e de acordo com suas preferências, quem seria a vencedora de cada lote.

Com a movimentação, segundo apura a investigação, em detrimento da concorrência, o suposto esquema simulava aparência de lisura ao certame.

Além da suposta fraude, a apuração se debruça também sobre possíveis superfaturamento no valor das obras e pagamento de propina a agentes públicos.

Ministério Público investiga se ‘clube de empreiteiras’ driblou licitações na Secid
Política

Os alvos são a Terramata, TAC, Edeconsil, Lucena, Construservice e Enciza. Construtoras foram procuradas pelo ATUAL7, mas não deram retorno. Pasta era comandada por Márcio Jerry, que diz ter cumprido a lei

O Ministério Público do Maranhão apura em duas frentes de investigação a suspeita de que pelo menos seis empresas maranhenses do mercado de construção civil tenham manipulado resultados de licitações e formado cartel com objetivo de repartir contratos da Secid (Secretaria de Estado das Cidades e Desenvolvimento Urbano).

Uma das frentes, um procedimento investigatório criminal instaurado desde 2021, está sob sigilo. A outra, na área cível, de possível improbidade administrativa, foi aberta em 2022, sob responsabilidade do promotor de Justiça Marco Valentim Pinheiro Paixão, ex-gaeco, o Grupo de Atuação Especial no Combate às Organizações Criminosas do MP-MA.

Os alvos são a Terramata, TAC, Edeconsil, Lucena, Construservice e Enciza. As construtoras foram procuradas pelo ATUAL7 ao longo das últimas duas semanas, mas não deram retorno.

As apurações se concentram em obras de conservação e/ou manutenção de pavimentação de vias urbanas e rurais nas regionais de São Luís, Imperatriz, Presidente Dutra, Caxias, Santa Inês e Barreirinhas.

O total desses contratos soma R$ 258 milhões, em valores não corrigidos e sem contar com aditivos. Todos foram celebrados em 2021 e 2022, quando o governo maranhense ainda estava sob Flávio Dino (PSB). Desde abril do ano passado, o Palácio dos Leões tem como chefe o governador reeleito Carlos Brandão (PSB).

A reportagem buscou posicionamento do hoje senador pelo Maranhão e ministro da Justiça e Segurança Pública do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas ele não retornou. Também não respondeu o Governo do Estado.

A suspeita do Ministério Público é de que o “clube de empreiteiras”, como está sendo chamado internamente o suposto conluio das construtoras, tenha firmado uma espécie de pacto com a gestão da pasta –acertando por fora do processo licitatório, mediante prévio ajuste com a fixação artificial de preços e de acordo com suas preferências, quem seria a vencedora de cada lote.

Com a movimentação, segundo apura a investigação, em detrimento da concorrência, o suposto esquema simulava aparência de lisura ao certame.

Além da suposta fraude, a apuração se debruça também sobre possíveis superfaturamento no valor das obras e pagamento de propina a agentes públicos.

À época da contratação, a Secid era comandada pelo deputado federal e presidente do PCdoB no Maranhão, Márcio Jerry. No controle dos cofres da pasta, ele próprio quem assinou a homologação do resultado da licitação suspeita.

Ao ATUAL7, ele disse não ter conhecimento sobre as investigações do Ministério Público, e alegou que cumpriu a lei nas contratações da Secretaria de Cidades e Desenvolvimento Urbano.

“Desconheço tais investigações, portanto não posso me posicionar. Se de fato houver, as investigações constatarão inexistência de quaisquer fraudes em licitações, todas concluídas sem contestação ou apenas com contestação pontual dirimida. E todas rigorosamente em conformidade com a legislação atinente”, disse.

Jerry deixou o controle da pasta em abril de 2022, para disputar a reeleição do mandato para a Câmara, sendo substituído pela esposa, Joslene Rodrigues, também filiada ao partido presidido pelo marido. A Secid também não respondeu o contato da reportagem.

Antes de se filiar ao PSB, Dino também era do PCdoB.

Brandão une política tradicional e quadros técnicos em secretariado, e derrapa com feudo para Jerry
Política

Apesar de parte dos indicados possuir especialidade na área, maioria foi empossada por apadrinhamento visando a reeleição do novo governador do Maranhão

Para pavimentar o caminho para reeleição à frente do Palácio dos Leões, Carlos Brandão (PSB) adotou uma fórmula na escolha do novo secretariado do governo do Estado, empossado na noite dessa quarta-feira (6): aliou nomes da política tradicional ou apadrinhados por esta a figuras consideradas quadros técnicos na formação no primeiro escalão.

Na parte técnica, priorizou a escolha de mulheres, tratamento diferenciado ao dado pelo seu antecessor Flávio Dino (PSB), tanto no primeiro quanto segundo mandato à frente do Executivo.

Uma das mulheres de caráter mais técnico é Amanda Costa, indicada por Brandão para a pasta de Direitos Humanos e Participação Popular, a Sedihpop. Ela é mestre em Direito e Instituições do Sistema de Justiça pela UFMA (Universidade Federal do Maranhão), e desenvolve projetos de pesquisa e extensão sobre direitos humanos e políticas públicas, com foco em violência, adolescentes em conflito com a lei e medidas socioeducativas.

Amanda já era servidora da Sedihpop, desde 2016, com atuação na equipe técnica da Comissão Estadual de Prevenção à Violência no Campo e na Cidade, em mesas de diálogos com movimentos sociais e na garantia de reparação de vítimas de violação dos direitos humanos, além de em questões de conflitos no campo e cidade e ações de enfrentamento ao trabalho escravo e ao tráfico de pessoas.

Em cumprimento imediato à promessa de ter a educação como prioridade da nova gestão estadual, o socialista indicou para a pasta da área a professora concursada Leuzinete Pereira, que é doutora em Ciências da Educação pela Universidad Americana, do Paraguai, além de especialista em Supervisão Escolar pela UCAM (Universidade Cândido Mendes), do Rio de Janeiro, e em Inspeção Escolar, pela UEMA (Universidade Estadual do Maranhão).

Ela já ocupou os cargos de superintendente de Educação Básica e de adjunta de Ensino na Secretaria de Estado da Educação.

Já no lado da política tradicional, visando apoio para a disputa nas urnas em outubro, o novo governador do Maranhão empossou na Secretaria de Estado de Esporte e Lazer, a Sedel, o contador Naldir Vale, que trabalhava na Assembleia Legislativa como assessor do deputado estadual Fábio Macedo (Podemos), padrinho da indicação.

Na Secretaria de Cidades e Desenvolvimento Urbano do Maranhão, derrapou feio no discurso de moralidade e na própria história política da família em Colinas, e aceitou colocar para chefiar a pasta Joslene Rodrigues, a Lene, esposa do ex-titular da pasta, o deputado federal Márcio Jerry (PCdoB), dono do feudo e um dos principais conselheiros de Flávio Dino –de quem era secretária-chefe da Assessoria Especial.

Outros principais empossados por apelo eleitoral voltado para a manutenção de Carlos Brandão no comando do Palácio dos Leões são Paulo Victor (Cultura), Diego Galdino (Secretaria de Governo), Paulo Ribeiro (Desenvolvimento Social), José Antônio Heluy (Agricultura, Pecuária e Pesca), Paulo Matos (Turismo) e Diego Rolim (Agricultura Familiar).

Também visando as eleições de 2022, apesar da própria natureza dos cargos, Sebastião Madeira (Casa Civil) e Rubens Pereira (Articulação Política).

Pegadores: sócio de sorveteria tem bom trâmite no Palácio e com membros do governo
Política

Em publicações nas redes sociais, Osias Filho aparece em reunião na Caema e ressaltando a amizade que possui com Lene Rodrigues e Odair José

O advogado Osias de Oliveira Santos Filho, um dos 17 presos pela Polícia Federal durante a deflagração da Operação Pegadores na semana passada, tem bom trâmite dentro do Palácio dos Leões e com membros do governo Flávio Dino (PCdoB).

Sócio-proprietário da O.R.C Gestão e Serviços Médicos Ltda, a tal empresa especializada na gestão de serviços médicos que antes era uma sorveteria e o governo se defende afirmando que era uma empresa de Coaching, Osias Filho tem várias fotos em suas redes sociais onde deixa claro sua proximidade com pessoas do alto escalão comunista.

Em um desses registros ele aparece numa reunião na Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema), à época em que o órgão era presidido pelo também advogado Davi Telles. A publicação foi feita no final julho de 2015, poucos meses após, segundo a PF, a empresa de fachada começar a fornecer notas frias para desviar mais de R$ 1,2 milhão dos R$ 18 milhões subtraídos dos cofres da Secretaria de Estado da Saúde (SES), nos primeiros anos do governo Dino.

Como não há legenda da foto detalhando o que Osias Filho discutia dentro da Caema com Davi Telles, o ATUAL7 solicitou um posicionamento da Secretaria de Estado da Comunicação Social e Assuntos Políticos (Secap) sobre o assunto, e aguarda retorno.

Em outras imagens, publicadas ainda em 2014, antes de Flávio Dino tomar o poder no Maranhão, Osias aparece com pelo menos duas pessoas ligadas justamente ao chefe da Secap, Márcio Jerry — já em estado de alerta em razão de uma de suas cunhadas haver sido apontada pela PF com uma das cabeças da organização criminosa que saqueou os cofres da saúde.

Uma delas é a própria esposa de Jerry, Joslene da Silva Rodrigues, a Lene, chefe de Gabinete do governador. A outra pessoal é Odair José Neves Santos, ex-marido de Lene e presidente da Central Permanente de Licitação (CPL) do Governo do Maranhão na gestão comunista. Em ambas as fotos, além da evidência apontada pelas próprias imagens, Osias Filho faz questão de destacar a proximidade que possui com Lene e Odair.

“Com a minha amiga querida” e “com o meu amigo e agora dr. advogado”, diz ele, nas respectivas publicações.

Os membros do alto escalão do Palácio dos Leões também foram procurados, por meio da Secap, a se manifestarem sobre a proximidade com o proprietário da tal sorveteria Coaching especializada na gestão de serviços médicos. O ATUAL7 não conseguiu o contato de quem faz a defesa de Osias Filho.

Márcio Jerry quer a mulher na primeira suplência de Weverton Rocha
Política

Pedetista disputará o Senado Federal em 2018. Lene Rodrigues é secretária-chefe da Assessoria Especial de Flávio Dino

Está explicado o apoio aberto dado pelo secretário estadual de Comunicação e Assuntos Políticos, Márcio Jerry Barroso, à pré-candidatura do deputado Weverton Rocha (PDT) ao Senado Federal.

Presidente do PCdoB no Maranhão, Jerry quer garantir para a mulher, Joslene Silva Rodrigues, a vaga de primeira suplente da chapa do pedetista.

O assunto, que corre nos bastidores há algumas semanas, foi trazido a público pelo ex-secretário estadual de Esportes e Lazer, Joaquim Haickel, numa publicação em seu blog.

Além de ser esposa do homem forte da dinastia comunista, Lene, como é mais conhecida, tem a confiança irrestrita do governador Flávio Dino (PCdoB), ocupando o cargo de secretária-chefe da Assessoria Especial do governo.

Secretário flagrado em vandalismo tem cunhada de Márcio Jerry como adjunta
Política

Joslea Rodrigues é irmão de Lene Rodrigues, secretária-Chefe de Gabinete do governador Flávio Dino

Pode estar explicado o silêncio e inércia do governador Flávio Dino (PCdoB) em relação ao vandalismo praticado pelo secretário estadual de Esporte e Lazer, Márcio Jardim, flagrado com uma barra de ferro e desacatando um policial militar no último sábado 5, na Praça Maria Aragão, em São Luís.

Jardim tem como adjunta de esporte educacional a judoca Joslea Rodrigues, irmã da professora Joslene da Silva Rodrigues, a “Lene”, secretária-Chefe de Gabinete do governador e mulher do secretário de Comunicação e Articulação Política (Secap), Márcio Jerry.

Enquanto Dino segue calado e se escandalizando com a condução coercitiva do ex-presidente Lula, Jerry usou o Twitter para sair em defesa do chefe direto da cunhada.

Para a eminência parda do governo comunista, as diversas fotos e vídeos de Márcio Jardim agindo como delinquente são um “não fato”, e por isso não merecem resposta do Comando Geral da Polícia Militar e do Ministério Público do Maranhão.

“Essa que é a mulher do dinheiro”, diz Flávio Dino sobre namorada de Jerry em Açailândia
Política

Governador confessou que Lene Rodrigues é quem controla os cofres públicos do Palácio dos Leões

Sem qualquer cerimônia, e ainda fazendo piada sobre o assunto, o governador Flávio Dino (PCdoB) confessou, em visita ao município de Açailândia, que a secretária-Chefe de Gabinete, Joslene Silva Rodrigues, a Lene, namorada do secretário de Articulação Política e Assuntos Federativos, Márcio Jerry Barroso, é quem detém o controle total sobre os cofres do Estado.

A confissão foi feita na sexta-feira 11, três dias antes do Atual7 revelar como foi feita a manobra na estrutura administrativa do Estado para que Lene pudesse assumir o comando sobre as ações administrativa, financeira e orçamentária do Palácio dos Leões.

"Essa mulher aqui que é a mulher do dinheiro, porque eu sou sabido, e eu boto a mulher pra tomar conta do dinheiro porque toma conta melhor, tem mais sabedoria. É essa moça aqui que movimenta e que arruma o dinheiro. E ela vem comigo porque ela fica vendo só os cheques [ordens de pagamento] que eu vou assinando pra ela pagar depois. Eu assino e ela quem paga. E ela fica só com o olho cumprido, porque ela diz: oh, governador que gasta dinheiro", disse Dino, apontando para a namorada de Márcio Jerry.

Ainda em sua fala, apesar de já ter consumido e enchido a pança, com dinheiro público, com muito mais do que quilos de farinha d'água, sorvetes e picolés, Dino mentiu e fez demagogia com a verba do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), afirmando que os 10 quilômetros de asfalto para Açailândia seria fruto de 3 milhões de reais economizados com luxo no Palácio dos Leões.

Ouça o áudio:

Mulher de Jerry é quem controla fechamento de contratos do Palácio dos Leões
Política

Lene Rodrigues também deu autoridade a si própria de mexer no dinheiro público da CH-GG sem precisar da autorização do governador

A professora Joslene Silva Rodrigues, que desde janeiro saltou de uma salário de R$ 1.917,78 para um super salário de R$ 13.800, é quem controla as ações administrativa, financeira e orçamentária do Palácio dos Leões, após manobra na estrutura administrativa do Estado por meio da Medida Provisória nº 208.

Márcio Jerry e Lene Rodrigues; cada vez mais donos do governo e do governador do Maranhão
Arquivo Pessoal Oligarquia Márcio Jerry e Lene Rodrigues; cada vez mais donos do governo e do governador do Maranhão

Mulher do secretário de Articulação Política e Assuntos Federativos, Márcio Jerry Barroso, Lene, como é mais conhecida, é quem decide, por exemplo, quais editais de licitações, bem como quais os contratos, convênios ou ajustes antes celebrados no âmbito da Casa Civil, podem ser feitos ou desfeitos por Flávio Dino (PCdoB). E mais: sem precisar do aval do governador, como acontecia quando o secretário-Chefe da Casa Civil, Marcelo Tavares, é quem prestava assistência ao chefe do Executivo estadual.

Sem precisar do aval de Dino, por exemplo, a mulher de Jerry autorizou a si própria, por meio da Portaria n.º 003/2015, a ser ordenadora de despesas das atividades referentes à movimentação dos recursos da CH-GG junto ao Banco do Brasil, tais como solicitar a abertura de contas; efetuar transferências e pagamentos; além de cadastrar, alterar e desbloquear as senhas de contas e sistemas da instituição financeira. Em outras palavras, sem a assinatura de Flávio Dino lhe dando autoridade para o ato, a mulher de Jerry simplesmente decidiu que tem poder para meter a mão no dinheiro público e o que fazer com este.

Já no que tange ao poderes que passou a ter sobre os contratos do governo, um dos exemplos é o de n.º 001/2015, celebrado no dia 31 de julho último. Embora o contrato tenha sido iniciado pela Casa Civil, foi Lene Rodrigues quem fechou em nome de Flávio Dino com a empresa Heringer Táxi Aéreo Ltda o aluguel de duas aeronaves, pelo período de seis meses, ao valor de pouco mais de 5,6 milhões de reais.

Vaidosa, a mulher de Jerry não gostou do extrato ter sido publicado no Diário Oficial do Estado como contrato feito pela Casa Civil, e, em vez de publicar uma Errata, que seria a forma legal, mandou repetir o publicação do extrato, com a informação de que a contratação foi feita diretamente por ela. Diferente de todos os outros contratos assinados por Marcelo Tavares, porém, o contrato com a Heringer não precisou vir acompanhado da assinatura do governador do Maranhão, autorizando a contratação. A assinatura da mulher de Márcio Jerry já estava lá.

Salário da mulher de Márcio Jerry aumentou em 600% após sinecura no governo
Política

Vencimentos de Lene Rodrigues pulou de pouco menos de R$ 2 mil para quase R$ 14 mil. Ela tem direito ainda a carro e gasolina pagos pelos cofres públicos

O governador Flávio Dino (PCdoB) pode alegar para a população maranhense que não há dinheiro nos cofres do Estado para manter o reajuste de 21,7% no vencimento base do funcionalismo público estadual, porém a mesma argumentação não serve para gastos com a própria imagem e para conter a fome de seu secretário de Articulação Política e Assuntos Federativos, Márcio Jerry Barroso, especie de Alexandra Tavares/Jorginho Murad em seu governo, e que empregou e com isso super aumentou o salário de sua mulher, Joslene da Silva Rodrigues, logo nos primeiros dias de novo governo.

O casal Lene Rodrigues e Márcio Jerry, empregados e engordados em suas contas bancárias pelo governador Flávio Din
Facebook Governo de todos nós O casal Lene Rodrigues e Márcio Jerry, empregados e engordados em suas contas bancárias pelo governador Flávio Dino

Uma dos maiores beneficiadas na farra de distribuição de cargos públicos a parentes e sócios de secretários no governo comunista, a Chefe de Gabinete de Flávio Dino teve o aumento de mais de 600% em seus vencimentos.

Explica-se: Lene, como é mais conhecida, é professora efetiva da rede pública estadual de ensino, mas, com a boquinha no governo estadual, além de não precisar mais lecionar, pulou de um salário de R$ 1.917,78 para um super salário de R$ 13.800, que pode ainda crescer ainda em mais R$ 4 mil, além de ter direitos à mordomias como carro e gasolina pagos pelos cofres públicos, por fazer parte do chamado 1º escalão do governo.

Para quem pensa que a vida da mulher de Márcio Jerry sempre foi dura e difícil antes de Flávio Dino chegar ao comando do Palácios dos Leões, como ocorreu durante os quase nove anos de luta dos servidores estaduais para conquistarem o reajuste de 21,7% em seus salários, uma rápida pesquisa no site da Câmara dos Deputados mostra que, quando o governador do Maranhão exerceu o cargo de parlamentar na Câmara Baixa, Lene Rodrigues foi beneficiada com uma sinecura em seu gabinete.

Perseguição?

No início do ano, quando o Atual7 revelou a farra de boquinhas no governo Dino e a vida [mais] fácil de Lene Rodrigues após a posse do governador do PCdoB em janeiro último, a hoste comunista nas redes sociais tratou o assunto como perseguição machista, pelo fato de Joslene ser mulher. A tática deve ser novamente adotada agora.

Para que não se recorda, porém, vale a lembrança: a defesa da soldadesca de Flávio Dino é apenas um discurso copiado da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), que o utilizava sempre que descoberta em suspeitas de tramoias com dinheiro público.

"Sou guerreira, sou mulher", esquivava-se também a filha de Sarney.

Política

Máfia é chefiada pela chefe do Cerimonial do governador do Maranhão, Telma Moura. Ela é esposa do braço direito de Humberto Coutinho

Telma Moura e o esposo, Jean Alves. Força do padrinho garantiu permanência no governo mesmo pega com a mão na botija
Facebook Co$ta$ larga$ Telma Moura e o esposo, Jean Alves. Força do padrinho garantiu permanência no governo mesmo pega com a mão na botija

Um esquemão montado dentro do Palácio dos Leões, e que conta com o aval do próprio governador Flávio Dino (PCdoB), tem faturado alto por meio do direcionamento de contratos a uma empresa de São Luís que presta serviços de eventos e buffet, a Visão & Perfil - Assessoria, Eventos e Serviços Ltda, que tem como sócio o empresário Jorim Wanderley Ithamar.

A máfia é chefiada pela chefe do Cerimonial do governador do Maranhão, Telma Moura de Oliveira, que acordou com o proprietário da Visão & Perfil a adesão à uma Ata de Registro de Preços feita em 2014, durante o governo Roseana Sarney, e despachou na surdina um ofício, obtido com exclusividade pelo Atual7, para todas as secretarias do governo, afirmando que era de interesse do próprio Dino a contratação da referida empresa.

No acordo com Jorim, Telma receberia 20% por cada contrato fechado com o governo.

Ofício de Telma de Oliveira já rendeu mais de R$ 2,6 milhões para a Visão & Perfil
Atual7 Mulher de Vi$ão Ofício de Telma de Oliveira já rendeu mais de R$ 2,6 milhões para a Visão & Perfil

Descoberto que Telma Moura estava comendo sozinha, em vez de exonerar a subordinada, Dino apenas indicou sua chefe de Gabinete, Joslene da Silva Rodrigues, para assumir, nos bastidores, o controle Cerimonial.

Lene, como é mais conhecida, é namorada do secretário de Articulação Política e Assuntos Federativos, Márcio Jerry Barroso. Já Telma é esposa de Jean Alves, assessor especial e homem de confiança do presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, Humberto Coutinho (PDT).

Ao todo, a empresa beneficiada deve embolsar, até agora, o total de R$ 2.607.759,33 dos cofres do estado, tendo já recebido R$ 257.570,49, dos R$ 1.470.061,54 já empenhados para cair em sua conta.

Até a publicação desta reportagem, a Visão & Perfil o esquemão já havia alcançado nove pastas: Casa Civil, Secretaria de Estado das Cidades e Desenvolvimento Urbano (Secid), Secretaria de Estado da Mulher (Semu),  Secretaria de Estado do Planejamento e Orçamento (Seplan), Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Maranhão (Fapema), Secretária de Estado da Cultura do Maranhão, Universidade Estadual do Maranhão (Uema), Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Maranhão e o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) do Maranhão.

Ex-marido da mulher de Márcio Jerry também ganha alto cargo no governo
Política

Governador do Maranhão nomeou o líder grevista Odair José para a Comissão Central de Licitação

O governador Flávio Dino, do PCdoB, durante a primeira crise instalada em seu governo com a descoberta de nomeações de parentes e ex-sócios de secretários, saiu-se em entrevista à IstoÉ com a seguinte frase: "Não posso punir o amor, não posso controlar a vida afetiva das pessoas".

O casal Lene Rodrigues e Márcio Jerry, empregados e engordados em suas contas bancárias pelo governador cupido, Flávio Dino
Facebook A ex e o empregador de Odair O casal Lene Rodrigues e Márcio Jerry, empregados e engordados em suas contas bancárias pelo governador cupido, Flávio Dino

A frase cai como uma luva em uma nova nomeação no governo comunista, ou melhor, como uma flecha.

Na tarde desta sexta-feira (8), o líder grevista Odair José Neves Santos (foto acima) passou a compor a equipe da Comissão Central de Licitação (CCL) do governo Dino, responsável por, dentre outras atividades, realizar os procedimentos licitatórios de interesse dos órgãos e entidades da Administração Estadual.

Odair é ex-marido da chefa de Gabinete do governador do Maranhão, Lene Rodrigues, atual mulher do secretário de Articulação Política e Assuntos Federativos, Márcio Jerry Barroso, que intercedeu pelo ex da namorada, garantindo-lhe a sinecura. Tudo no mais perfeito amor.

Quem esteve presente na cerimônia de assinatura de sua nomeação garantiu que Odair José, acostumado a apunhalar Jerry pelas costas, aparentou ser um novo homem, completamente renovado, e super amável com Márcio Jerry.

Como Dino não mantém as mesmas práticas do clã Sarney e tudo não passa de uma simples coincidência, percebe-se que com pouco mais de cinco meses a frente do Palácio dos Leões, este é mais um ato de amor que o governador cupido não somente não pode evitar, mas também contribuir.

Bolsa Boquinha: Flávio Dino vai gastar R$ 18,2 milhões com Conselhão
Política

Integrantes garfam verba mensal para participarem de apenas uma reunião. Falta pode ser justificada

Apesar de vender o discurso de terra arrasada desde que sentou na cadeira do Palácio dos Leões, o governador Flávio Dino (PCdoB) vai retirar dos cofres do estado, até 2018, o total de R$ 18,2 milhões para sustentar o novo Conselho de Gestão Estratégica das Políticas Públicas do Governo (Congep), composto com 65 integrantes do primeiro escalão do governo e cargos equivalentes, e reativado em seu primeiro mês de governo.

O casal Lene Rodrigues e Márcio Jerry, empregados e engordados em suas contas bancárias pelo governador-cupido, Flávio Dino
Arquivo Pessoal/Facebook Tem mais é de comemorar O casal Lene Rodrigues e Márcio Jerry, empregados e engordados em suas contas bancárias pelo governador-cupido, Flávio Dino

Criado oficialmente em 2004 pelo ex-governador e deputado federal José Reinaldo Tavares (PSB), mantido em 2007 pelo ex-governador Jackson Lago (PDT), e alvo de ferrenhas críticas da ex-oposição durante o governo da peemedebista Roseana Sarney, o chamado Conselhão é uma espécie de bolsa boquinha paga a título de jetons a secretários, aliados políticos do interior do estado e ao próprio governador e seu vice, que recebem R$ 5.850 por mês para dar as caras em uma única reunião mensal.

A verba serve apenas para engordar os já gordos salários dos participantes das reuniões do Congep, já que não conta como salário e por isso não entra no limite salarial previsto na Constituição, o teto do servidor, hoje na casa de R$ 29 mil, e não pode sofrer descontos de impostos.

É o caso, por exemplo, do casal Márcio Jerry e Joslene Rodrigues,  respectivamente, secretário de Articulação Política de Assuntos Federativos e chefe de Gabinete do governador.

Membros indispensáveis do Congep, Jerry e Lene, como é mais conhecida, deverão receber mais de meio milhão de reais pela participação no conselho até o final do mandato de Dino, mesmo se faltarem em uma das reuniões que lhes o dá direito à verba.

É que o benefício, que vale para todos os integrantes, pode ser abocanhado de forma bem simples: além de justificar a impossibilidade de comparecimento às reuniões por motivo de doença, o gazeteiro pode ainda usar a desculpa de que estava trabalhando a serviço do Estado.

Salário de namorada de Jerry aumentou em 600% com boquinha no governo
Política

Lene Rodrigues pulou de salário de 1,6 mil para quase 14 mil

A namorada do secretário Márcio Jerry, Lene Rodrigues (vestido branco), acompanhada na irmã, Joslea Rodrigues, também emplacada pelo cunhado no governo Dino
Facebook Trabalhadoras A namorada do secretário Márcio Jerry, Lene Rodrigues (vestido branco), acompanhada na irmã, Joslea Rodrigues, também emplacada pelo cunhado no governo Dino

Uma dos maiores beneficiadas na farra de distribuição de cargos públicos a familiares de secretários no governo Flávio Dino, a chefe de gabinete do comunista, Joslene da Silva Rodrigues, teve o aumento de mais de 600% em seus vencimentos.

Lene, como é mais conhecida, é professora efetiva da rede pública estadual de ensino e namorada do secretário de Articulação Política e Assuntos Federativos, Márcio Jerry Saraiva Barroso. Com a boquinha no governo estadual, ela não precisou mais lecionar.

A vida fácil e bancada com dinheiro público não é inédita. Na Câmara Federal, quando Dino exercia o cargo de deputado, a chefe de Gabinete do comunista foi beneficiada com uma sinecura.

Até dezembro de 2014, quando ainda precisava trabalhar como professora, o salário da namorada de Jerry era de apenas R$ 1.697 - e aumentaria em janeiro último para R$ 1.917,78 em cumprimento à politica nacional de reajuste do piso salarial do magistério em 13,01%.

Com o emprego público que garfou sem a necessidade de prestar concurso, a namorada do secretário conhecido nos bastidores como "primeiro-damo", devido ao seu alto poder de influência sobre o governador Flávio Dino, pulou para R$ 13.800, e pode ainda ter um aumento de mais R$ 4 mil, além de carro e gasolina pagos pelos cofres públicos, por fazer parte do chamado 1º escalão do governo.

Sou guerreira, sou mulher

Capitaneada pelo dono de um perfil fake criado - e agora bancado com dinheiro público - para achincalhar adversários, Lene Rodrigues usou seu perfil pessoal no microblogging Twitter e na rede social Facebook para tentar justificar a boquinha perante a opinião pública.

Apossando-se da tática utilizada há anos pela ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), a namorada do secretário de Márcio Jerry insinuou que as críticas à sua sinecura seriam atitudes machistas. A mando de Jerry, secretários e amilhados do governo também fizeram as vezes de Roseana.

- Sou militante do meu partido há 16 anos. Luto e vou continuar lutando pela Emancipação Política da MULHER.  #NãoAoMachismo!!! - escreveu.

Durante o tempo em que permaneceu sentada nos Leões do Palácio, sempre que se sentia acuada por ações ilegais ou imorais, a ex-governadora do Maranhão também acusava seus opositores e a própria população do Maranhão de machismo.

Com parentes em boquinhas, Jerry diz que Dino está moralizando a gestão pública
Política

Conhecido como "primeiro-damo" pelo poder exercido sobre o governador, Márcio Jerry foi o que mais emplacou familiares no governo

Um dos maiores beneficiados na farra de distribuição de cargos públicos à parentes de aliados no governo Flávio Dino, o secretário de Articulação Política e Assuntos Federativos, Márcio Jerry Saraiva Barroso, fez pouco caso ao ciclo de privilégios e esquemas na administração pública, criados no Maranhão desde a época de Vitorino Freire, mantidos pela oligarquia Sarney, e agora continuados no governo comunista.

Márcio Jerry com os privilegiados Lene e Caetano, namorada e filho, respectivamente
Facebook O dono das bocas Márcio Jerry com os privilegiados Lene e Caetano, namorada e filho, respectivamente

Por meio de seu perfil no microblogging Twitter, Jerry desdenhou da cobrança feita pela população maranhense e pelo futuro secretário de Representação Institucional no DF, Domingos Dutra, e disse que Dino está moralizando a gestão pública, acabando privilégios que sustentavam uma elite parasita e corrupta.

Com familiares espalhados em cargos no governo, a fala do secretário acabou sendo motivo de chacota nas redes sociais.

Conhecido como  "primeiro-damo" nos corredores do Palácio dos Leões - apelido criado pelo ex-governador e futuro secretário de Minas e Energia, José Reinaldo Tavares, ainda na pré-campanha eleitoral, devido ao seu alto grau de poder sobre Flávio Dino -, Márcio Jerry emplacou a namorada, Joslene da Silva Rodrigues, e a cunhada, Joslea Rodrigues, em sinecuras de gordos salários no governo estadual.

Para driblar a Súmula n.º 13 do Supremo, que trata do crime de nepotismo, elas foram nomeadas pelo próprio Dino nos cargos de chefa de gabinete do governador e secretária-adjunta de Esportes, respectivamente. Juntas, elas embolsarão quase R$ 1,2 milhão dos cofres do estado, se mantidas no cargo até o final do mandado do comunista.

Além da namorada e da cunhada, Márcio Jerry presenteou ainda ao seu irmão, Samuel Barroso, com a pró-reitoria do IEMA (Instituto Estadual de Educação, Ciência, Tecnologia do Maranhão), órgão criado no início de janeiro pelo novo governo, e o seu filho, Caetano Barroso, é quem dá as cartas na Secretaria de Estado da Juventude.

Nepotismo legal

As nomeações de parentes do secretário de Articulação Política e de outros aliados do governador Flávio Dino é amparada por uma brecha na Súmula 13 do Supremo Tribunal Federal, aprovada em agosto de 2008, justamente para coibir o nepotismo no serviço público.

O comunista tem em seu favor o fato do texto da súmula do STF não vedar expressamente a nomeação de familiares de secretários para cargos políticos em uma Pasta diferente da que ocupa ou do próprio governador para cargos de primeiro escalão.

Para efeito de comparação - por mais aberrante e imoral que possa parecer -, a nomeação do cunhado da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), Ricardo Murad, para o cargo de secretário de Estado da Saúde, encontrava a mesma legalidade das nomeações de parentes de aliados feitas por Dino.

Na questão ética e moral, porém, a mamata dada a parentes, que continuam a entrar em cargos públicos no governo do estado sem a necessidade de realização de concurso, são condenáveis, por mais que o governador do Maranhão possa negar - agora, depois de eleito.

Maranhão é destaque negativo nacional por nomeação de parentes no governo Dino
Política

Namorada e até sócio de auxiliares têm cargos; governo diz que aptidões, e não apadrinhamento político, levaram a escolhas

A farra de distribuição de cargos públicos à familiares de aliados no governo Flávio Dino ganhou destaque negativo nacional, nesta sexta-feira (30). As nomeações, reveladas pelo Atual7 desde o início do atual governo, foram publicadas pelo jornal Folha de S. Paulo, com destaque na página principal de seu site.

Nomeação de parentes de aliados feitas por Flávio Dino ganham destaque negativo
Folha de S. Paulo A grande família Nomeação de parentes de aliados feitas por Flávio Dino ganham destaque negativo

Embora a prática não configure nepotismo, a nomeação de parentes, namorada e até sócio de secretários de estado são imorais, e vem rendendo críticas da população maranhense a Dino, que condenava o ciclo de privilégios e esquemas na administração pública mantidos pelo governo da peemedebista Roseana Sarney, filha do principal adversário do comunista, o senador José Sarney (PMDB-AP).

As boquinhas dadas a Joslene e a Joslea Rodrigues, namorada e a cunhada, respectivamente, do secretário de Articulação Política, Márcio Jerry, ganharam destaque. De acordo com a Folha, a companheira de Jerry havia ganhado também uma sinecura na Câmara Federal, quando Dino exercia o mandato de deputado.

As nomeações de Ana Karla Silvestre Fernandes, mulher do ex-governador e futuro secretário de Minas e Energia, José Reinaldo Tavares (PSB), para o super cargo de corregedora-geral do Estado; e de Marcos Caminha, sócio do secretário de Transparência e Controle, Rodrigo Lago, também foram lembradas.

A reportagem da Folha revelou duas nomeações até então desconhecidas no Maranhão.

Na Secretaria de Representação Institucional do Maranhão no Distrito Federal, comandada pelo ex-petista Domingos Dutra, a adjunta carrega um sobrenome conhecido: Liz Ângela Gonçalves de Melo é irmã do presidente do instituto de terras do Estado.

Outro parente nomeado, o advogado César Pires Filho, assessor jurídico do Instituto de Metrologia e Qualidade Industrial do Maranhão, tem sangue oposicionista. Seu pai, o deputado estadual César Pires (DEM), foi líder do governo Roseana na Assembleia.

De acordo com a Folha, apesar do governo defenda as privilegiadas nomeações, Dutra admite "incômodo político".

- Do ponto de vista jurídico, é evidente que não caracteriza nepotismo. Sob o ponto de vista político, não deixa de ser um certo incômodo, porque afinal de contas a gente vinha se debatendo com o grupo Sarney - afirma o secretário de Representação Institucional no DF.

República em chamas

Em nota distribuída à imprensa quando do suposto nepotismo cruzado, o governo do Maranhão disse seguir "rigorosamente" a súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal que trata de nepotismo – para o STF, não podem ser nomeados parentes de autoridades ou gestores em um mesmo órgão.

O governo Flávio Dino afirmou ainda que Joslene Rodrigues, Joslea Rodrigues e Ana Karla Fernandes são funcionárias públicas de carreira e que, assim como César Pires Filho e Liz Ângela Gonçalves de Melo, foram nomeadas por suas aptidões e não por apadrinhamento político.

Sobre o secretário Rodrigo Lago e Marcos Canário Caminha, alegou que a dupla encerrou a empresa que tinham para entrar na administração pública.

Governador do Maranhão vem nomeando parentes de aliados para cargos de alta importância na administração pública estadual
Folha de S. Paulo Família Dinossauro Governador do Maranhão vem nomeando parentes de aliados para cargos de alta importância na administração pública estadual