Apesar do Governo do Maranhão divulgar que ainda há vagas na rede pública estadual de saúde, 35 pessoas diagnosticadas com Covid-19 ou suspeitas de infecção pelo novo coronavírus aguardavam, até essa terça-feira 9, por um leito de atendimento em hospitais do Maranhão. Sem transparência, o dado não está disponível para acesso público pela gestão de Flávio Dino (PCdoB), mas foi obtido pelo jornal O Estado de S.Paulo junto à SES (Secretaria de Estado da Saúde) e divulgado nesta quarta-feira 10.
De acordo com o levantamento, até ontem, desse total, 14 pacientes estavam na fila de espera por leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Em outra reportagem, o Estadão revela ainda que há problemas no Maranhão no abastecimento de medicamentos usados no processo de intubação, como sedativos, anestésicos e relaxantes musculares.
No boletim epidemiológico dessa terça, a ocupação de leitos de UTI custeados pelo SUS (Sistema Único de Saúde) na Grande Ilha e em Imperatriz, mesmo com a abertura de novo hospital de campanha para atender a região, apresentou taxa superior a 90%, situação crítica próxima ao colapso do sistema. Nas demais regiões, a taxa de ocupação registrada era de 75,15%.
Ou seja, mesmo com 10 UTI móveis para transporte de pacientes, e, levando em conta a informação do boletim epidemiológico, com 60 leitos de UTI Covid-19 livres (13 na Grande Ilha, 6 em Imperatriz e 41 em outras cidades maranhenses), os 14 pacientes em situação grave que aguardam transferência para leitos de terapia intensiva tiveram a vaga negada pela gestão comunista.
A situação é ainda pior em relação aos leitos clínicos. Apesar de 21 pacientes na fila de espera aguardando uma vaga nesse tipo de leito, até essa terça-feira, segundo o balanço da própria SES, ao menos 269 estavam livres.
Parte do agravamento da pandemia no Maranhão ocorre em decorrência das eleições municipais de 2020, quando o próprio titular da SES, Carlos Lula, que é ainda presidente do Conass, aglomerou sem máscara em diversos palanques de candidatos. Negacionista, o governador Flávio Dino, que participou virtualmente da violação em Coroatá e incentivou nas redes sociais aglomeração na capital em prol de Duarte Júnior (Republicanos), mantém Lula no cargo apesar do ocorrido, com o objetivo de fazê-lo deputado federal ou estadual em 2022, quando novas aglomerações eleitorais devem se repetir.
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