A candidata a prefeita pela coligação “São Luís de Verdade”, Eliziane Gama (PPS), que já esteve surfando na liderança absoluta em todas as pesquisas de intenção de votos, mas despencou após revelação de sua aliança com o ex-prefeito João Castelo (PSDB) e de ter evitado trabalhar na CPI da Petrobras contra o vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), após um almoço num restaurante de luxo da capital, pode terminar a eleição municipal de 2016 em quinta colocada.
É o que aponta leitura mais profunda nos números divulgados pelo Instituto Ibope Inteligência/TV Mirante, na quarta-feira 14. A pesquisa foi realizada entre os dias 10 e 13 de setembro. Foram feitas 805 entrevistas na capital. A margem de erro máxima é de três pontos porcentuais para mais ou para menos, em um nível de confiança estimado de 95%. Ou seja, se fossem feitas 100 pesquisas idênticas a esta, 95 deveriam apresentar resultados dentro da margem de erro. A pesquisa foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) da Maranhão sob o protocolo MA-00239/2016.
De acordo com o levantamento, Gama apareceu com apenas 10% de intenção de votos, figurando na terceira colocação na pesquisa, seguida dos candidatos Eduardo Braide (PMN) e Fábio Câmara (PMDB), ambos com exatos 3% da preferência do eleitorado. Ocorre que, considerando a margem de erro de três pontos percentuais, para mais ou para menos, e como a candidata segue em queda livre a cada resultado divulgado de qualquer instituto de pesquisa, Eliziane pode estar, na verdade, com apenas 7% de intenção de votos, e tanto Braide como Câmara podem estar com 6%.
Com isso, a diferença que separa a candidata do PPS e os candidatos do PMN e do PMDB pode ser, na verdade, de apenas 1%. Como a tendência aponta para uma nova queda de Gama, diante do sumiço da candidata durante toda a gestão do atual mandatário de São Luís, só aparecendo agora em época eleitoral; da falta de confiança da população e da classe política nela; e do ataque de Eliziane Gama aos policiais militares, colocando-os com pés de cavalo no primeiro programa eleitoral, a incoerente candidata pode perder mais posição e aparecer nas urnas no dia 2 de outubro atrás de Braide e de Câmara.
Ataques
Já se antecipando a iminente queda de Eliziane Gama, o candidato Fábio Câmara resolveu partiu para o ataque.
Contudo, como Gama vem caindo sem precisar ser atacada pelos adversários, mas por erros e incoerências próprias, Câmara iniciou ataques contra o segundo colocado e vencedor no segundo turno da pesquisa Ibope, o candidato pela coligação “Por Amor a São Luís”, Wellington 11 (PP).
Desde essa quinta-feira 15, o programa eleitoral do peemedebista vem veiculando um vídeo em chama o progressista de “empresário espertalhão” e “cara de pau”. Para isso, usou acusações infundadas patrocinadas pelos palácios dos Leões e de la Ravardiére, já derrubadas por Wellington em entrevista exclusiva ao jornalista e blogueiro Gilberto Léda, e admitida como factoide pelo jornalista Raimundo Garrone, de onde partiu a falsa denúncia da venda de um terreno.
Já Eliziane Gama, em vez de focar-se em apresentação de propostas para tirar a capital do Maranhão da lama em busca de impossível recuperação eleitoral, também resolveu partir pro ataque a Wellington, como estratégia de recuperação.
Na manhã desta sexta-feira 16, por exemplo, a coluna do jornalista Murilo Ramos, da revista Época, publicou uma notinha delirante sobre um suposto pedido feito por Wellington a Waldir Maranhão, para que este não participasse de seus comícios e nem aparecesse em seus programas de TV. A intenção da nota, assinada por Nonato Viegas, é passar para os eleitores da capital que, em vez de Eliziane Gama, Waldir Maranhão estaria sendo escondido por Wellington. Uma de forçação de barra, já que os eleitores de São Luís acompanharam, com atenção, as várias tentativas de Maranhão de tomar o partido para retirar a candidatura de Wellington, em atendimento aos Leões, mas todas derrubadas pela Justiça.
O curioso desse estratagema é que a falsa informação foi repassada à Época pelo jornalista Marco Aurélio D’Eça, um dos coordenadores de Comunicação da campanha de Gama e editor de política do jornal O Estado Maranhão, pertencente à oligarquia Sarney. Marco D’Eça, inclusive, embora não faça parte diretamente da Comunicação de campanha de Fábio Câmara, também dá pitacos na campanha do peemedebista, que curiosamente resolveu promover um novo ataque a Wellington hoje, tentando ligá-lo ao clã.
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