Pelo menos seis deputados estaduais agiram em desserviço com a função de fiscalizador da coisa pública, nesta quarta-feira 7, na Assembleia Legislativa do Maranhão, ao insinuar o uso eleitoreiro da máquina pública por secretários do governo Flávio Dino, do PCdoB, mas sem revelar ou cobrar pela revelação dos nomes de nenhum deles.
Numa especie de denúncia sem apontamento do autor do suposto crime, que mais pareceu reclamação de quem não está sendo prestigiado como acha que deveria estar, o deputado Raimundo Cutrim (PCdoB) encabeçou o movimento. Segundo ele, prefeitos que estão indo ao Palácio dos Leões em busca de recursos e obras para os municípios estão ouvindo que as ações bancadas pelo erário serão liberadas, mas desde que em troca de votos. “Aqui tem um secretário de Estado que foi a alguns prefeitos, e disse: ‘Olha, eu vou dar isto aqui para ti para você votar em mim. Se não for, eu não dou’”, reclamou o parlamentar.
Embora de oposição, o que os obrigaria — ou, pelo menos, deveria obrigá-los — a cobrar o nome do titular da pasta que estaria agindo em abuso de poder político, e assim buscar o reparo cível e criminal aos cofres públicos contra o suposto marginal, os deputados Eduardo Braide (PMN), Sousa Neto (PROS), Edilázio Júnior (PV) e até Wellington do Curso (PP) entraram no tema, mas para permanecer no mesmo lenga-lenga de Cutrim.
Até pior.
Durante os apartes e uso da tribuna, todos os oposicionistas aproveitaram a oportunidade mais para criticar Flávio Dino, classificando-o como mentiroso, perseguidor, retaliador e infiel, do que para dedicar a devida atenção a grave revelação feita pelo parlamentar governista.
O deputado Vinícius Louro (PR), outro da base leonina, também chegou a insinuar rebeldia ao Palácio, durante aparte ao discurso de Raimundo Cutrim, porém não passou do campo das lamúrias, por ser considerado por Dino e seu entorno como baixo-clero, razão de estar tendo suas bases invadidas e tomadas por secretários-candidatos.
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