Após espalhar fake news, o governador Flávio Dino (PCdoB) anunciou, em live em que promoveu seu nome de urna enquanto informava medidas adotadas pela gestão estadual no combate ao novo coronavírus, que vai cobrar de hospitais da rede privada de São Luís a transparência de leitos disponíveis para Covid-19. Segundo ele, a notificação e fiscalização será feita pelo Procon (Instituto de Promoção e Defesa do Cidadão e Consumidor) do Maranhão, já a partir desta segunda-feira 20.
“Procon hoje vai notificar os hospitais privados, para que eles publiquem, em respeito ao Código de Defesa do Consumidor, a sua situação real, porque nós precisamos, a sociedade precisa saber, qual a real oferta de leitos de Coronavírus na rede privada de saúde. Aos clientes dos planos de saúde, que precisam saber”, disse, em meio a gestos, oratória e desenvoltura de voz com técnicas de media training.
Ocorre que, conforme mostrou o ATUAL7 na semana passada, sobre o relatório mais recente da (OKBR) Open Knowledge Brasil, a transparência cobrada por Dino à rede hospitalar privada da capital não é cumprida pela SES (Secretaria de Estado da Saúde), sob sua própria gestão. A pouca transparência que existia, inclusive, foi reduzida.
No boletim epidemiológico divulgado pela pasta, até há informações sobre a quantidade de leitos ocupados no estado em relação ao total disponível, mas de forma total, e não por unidade de saúde.
Devido à falta desses dados mais detalhados, apontam denúncias em vídeos gravados em frente e dentro de ambulâncias, operadores do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) estão sendo obrigados a peregrinar em UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e hospitais da rede pública em São Luís, em busca e vagas e leitos com respirador para pacientes com suspeita de Covid-19, e nem assim conseguindo atendimento para os infectados.
O próprio governador, inclusive, durante a live, confirmou essa informação, ainda que tergiversando, ao ser questionado sobre o colapso já existente no sistema de saúde pública em São Luís.
“Sim, nós já temos concretamente essa sobrecarga. Constatamos esse esgotamento de capacidade de atendimento nas UPAs”, confessou, afirmando que haverá a ampliação de leitos clínicos, isto é, que não são de UTI (Unidades de Tratamento Intensivo), para solucionar o colapso nas UPAs. “Esse é o nosso esforço, neste momento”, garantiu.
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