Em menos de 12h, Dino ignora segunda onda de Covid-19 no MA e recua de medidas restritivas

Em reversão de prioridades, governo comunista manteve decisão de suspender parte das cirurgias eletivas para evitar novas contaminações

O governador Flávio Dino (PCdoB) ignorou decisão científica do COE (Centro de Operações de Emergências), anunciada pela própria gestão estadual, e, em decisão política, recuou de medidas restritivas para conter a segunda onda de transmissão comunitária da Covid-19 no Maranhão. O novo ciclo epidemiológico no estado, onde números que estavam caindo, agora, voltaram a subir, foi agravado pelo período eleitoral e festas de final de ano, devido à diminuição do distanciamento social –incentivada institucionalmente, por integrantes do primeiro escalão do Palácio dos Leões e pelo próprio comunista.

Na manhã desta segunda-feira 25, durante coletiva, o secretário estadual da Saúde, Carlos Lula, anunciou que, a partir de amanhã, estariam proibidos eventos que gerassem qualquer quantidade de aglomeração, pelos próximas 14 dias, incluindo casamentos, festas de aniversários e batizados.

Segundo a própria gestão comunista, a adoção da medida se dava pela necessidade de conter o aumento da doença no estado, e evitar colapso do sistema com casos de internações.

Menos de 12 horas depois, porém, o mesmo Carlos Lula, desta vez pelas redes sociais, informou que o governo Dino havia voltado atrás e mantido decreto estadual de setembro do ano passado que autoriza a realização de eventos com aglomeração de até 150 pessoas.

O recuo, além de revelar desorganização, falta de planejamento e viés político maior do que científico no combate à doença, afronta orientação por protocolos sanitários mais rígidos feita Ministério Público do Maranhão, a quem cabe agora acionar Flávio Dino e Carlos Lula por improbidade administrativa.

De acordo com dados da SES (Secretaria de Estado da Saúde), nas últimas semanas, houve uma aceleração muita alta no número de internações por conta da Covid-19, comparável a junho de 2020, no auge da pandemia.

Na coletiva para anunciar a medida restritiva derrubada pelo próprio governo de Flávio Dino logo depois, entre outros alertas, foi destacado o aumento de casos de infecção pela novo coronavírus entre a população jovem e de meia idade. Segundo a SES, a maior parte dos pacientes é do sexo masculino, entre 50 e 65 anos, com ou sem comorbidades, com estado clínico de moderado a grave, ativos no mercado de trabalho e com filhos jovens. O outro perfil, são de pacientes jovens em leitos de UTI, entre 24 e 35 anos, sem nenhum tipo de comorbidade que apresentam estado clínico grave.

Apesar de haver recuado na medida restritiva que evitaria aglomerações, que é principal forma de disseminação do novo coronavírus, o governo Dino reverteu prioridades e manteve a decisão de suspender parte das cirurgias eletivas para evitar novas contaminações.