O discurso de traição criado pelo Palácio dos Leões contra o senador Weverton Rocha (PDT), em razão do pedetista decidir não acompanhar a escolha pessoal do governador Flávio Dino (PSB) para a sucessão ao governo do Maranhão em 2022, esbarra em outro nome ao Executivo, até então, não atacado publicamente por nenhum dos aliados do mandatário nem do vice-governador Carlos Brandão (PSDB).
Trata-se de Simplício Araújo, secretário de Industria e Comércio do Maranhão e presidente estadual do Solidariedade.
A uma semana da reunião de Dino com aliados para reafirmar apoio a Brandão, Simplício segue destoando da fidelidade demonstrada pelo secretário de Educação Felipe Camarão (PT), permanece abertamente na disputa e até já antecipou qual seria o tripé de sua plataforma de governo, caso eleito: geração de empregos, crescimento econômico e justiça social.
A insistência em manter a pré-candidatura atrapalha ainda a exigência capitaneada pelo ex-governador José Reinaldo Tavares desde o ano passado: Dino precisa exonerar de todas as esferas do governo todos os indicados por Weverton e sectários do pedetista, e repartir o espaço deixado vago pelos chamados “desertores” com aqueles que, segundo entendem os brandonistas, seriam os verdadeiros aliados e fieis ao líder do grupo.
“Quem discordar, que saia do governo”, pregou Zé Reinaldo no início de 2021. “É um jogo de poder; e o jogo de poder não tem essa compreensão. É como rivalidade futebolística, não tem conversa”, completou.
O encontro de Flávio Dino com lideranças partidárias que sustentam a base governista está marcada para o próximo de 31 de janeiro. Para alimentar o discurso de que está sendo novamente traído por quem alçou ao Senado, o mandatário precisará desencastelar não apenas Weverton Rocha, mas também Simplício Araújo, ou terá a estratégia esvaziada.
Há forte articulação no bastidor, porém, para que outra ação seja adotada por Dino, dependente de apoio de todos para chegar ele próprio ao Senado: Weverton e Simplício manterão o controle de pastas até 31 de março, quando Carlos Brandão quem sentará na cadeira de governador. Contudo, por essa manobra o traidor será o próprio Flávio Dino.
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