O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) colocou em risco o plano do governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), de disputar o Senado na chapa a ser encabeçada pelo ainda vice-governador Carlos Brandão (PSDB), sua escolha pessoal para a própria sucessão ao Palácio dos Leões.
Nesta quarta-feira (19), em uma declaração de pouco mais de 13 segundos, o petista apequenou Dino, descartou Brandão e declarou abertamente apoio ao senador Weverton Rocha (PDT) para o Governo do Maranhão em 2022. Segundo Lula, o socialista e o pedetista não podem estar em campos opostos em outubro.
“Nós defendemos a candidatura do Flávio Dino. Agora, o companheiro Flávio Dino tem um candidato, dele, que é o vice, que é do PSDB. Ele sabe que é difícil a gente apoiar o PSDB. Nós temos a candidatura do Weverton, então eles vão ter que se acertar lá para facilitar a nossa vida”, afirmou Lula em encontro com jornalistas, que teve transmissão pelas redes sociais.
Flávio Dino ainda não se manifestou sobre a declaração do petista.
A fala do ex-presidente, que sequer citou o nome de Carlos Brandão e indicou que ele próprio e o PT estão fechados com Weverton, revela que, mesmo que deixe o PSDB e migre para o PSB como vem sendo discutido nos bastidores, dificilmente o ungido de Dino conseguiria algum apoio petista.
A possível ida do vice-governador para o PSB é articulada por Flávio Dino há mais de dois meses, mas sem avanços justamente pela incerteza de que o movimento garantiria aproximação com o PT e o ex-presidente da República.
A eventual saída do PSDB poderia ainda fazer Carlos Brandão perder o comando do partido no estado para a senadora Eliziane Gama, que apoia Weverton, ou para o senador Roberto Rocha, ainda indefinido sobre o pleito, além do Cidadania, também para Gama.
Ao evidenciar publicamente, pela primeira vez, que defende o mandatário do Maranhão na disputa pelo Senado, mas que ele está atrapalhando a formação de uma aliança com o PT por não estar com Weverton Rocha no mesmo palanque estadual, Lula também rebaixa Flávio Dino com a cobrança.
O prazo criado pelo próprio chefe do Executivo para resolver o problema termina no fim do mês, dia 31 de janeiro, data em que marcou nova reunião com a base aliada para definir a formação de uma única chapa majoritária pelo grupo.
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