Arlene Costa
Prescrição livra Arlene Costa em caso de desvio de R$ 500 mil em Dom Pedro
Política

Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Maranhão ainda absolveu ex-prefeita de Dom Pedro porque testemunhas não confirmaram fotos e documentos sobre obra fantasma

A Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Maranhão reconheceu a prescrição e livrou de punição a ex-prefeita de Dom Pedro, Maria Arlene Barros Costa, pelo desvio de R$ 500 mil do município.

Os recursos foram obtidos por meio de convênio com a Sedel (Secretaria de Estado de Esporte e Lazer), celebrado em 2011, e tinham como finalidade a execução de reforma, ampliação e eletrificação do Estádio Municipal de Dom Pedro.

Para o Ministério Público maranhense, o dinheiro teria sido desviado por Arlene Costa em razão da ex-prefeita não ter comprovado nem justificado ao TCE (Tribunal de Contas do Estado) o destino dado aos recursos. Além disso, em inspeção realizada durante procedimento investigatório, não foi localizada no município a obra referente ao convênio.

Por um dos crimes apontados, de apropriação e desvio de dinheiro público, ela deveria ser condenada a oito meses de detenção.

Contudo, devido à lentidão das engrenagens do Judiciário, em julgamento no dia 13 de dezembro de 2022, a Primeira Câmara Criminal do TJMA reconheceu que o Estado deixou passar tanto tempo entre o crime e o julgamento que não poderia mais fazer com que a ré cumprisse pena.

Em relação ao outro crime, de deixar de prestar contas sobre os recursos recebidos, em que não havia ocorrência de prescrição e cuja condenação resultaria em três anos e quatro meses de reclusão, Arlene Costa foi absolvida.

Para os magistrados do TJ maranhense, a denúncia do Ministério Público não foi confirmada por nenhuma testemunha –mesmo com diversos registros fotográficos e documentos utilizados como elementos de prova de que a obra não foi executava e que não foi comprovado nem justificado ao TCE o destino dado aos recursos.

“Portanto, não é possível condenar o embargante às reprimendas do preceito secundário do tipo penal, sem elementos probatórios mínimos produzidos em juízo e sob o crivo do contraditório e da ampla defesa”, diz o acórdão.

Participaram da sessão, que teve votação unânime, os desembargadores José Joaquim Figueiredo dos Anjos, Samuel Batista de Souza e Antônio Fernando Bayma Araújo. A PGJ (Procuradoria-Geral de Justiça) foi representada pela procuradora Domingas de Jesus Froz Gomes, que adequou o parecer durante o julgamento.

Com a decisão da Corte estadual, a juíza Arianna Rodrigues de Carvalho Saraiva, da Comarca de Dom Pedro, arquivou o caso no último dia 17 de fevereiro.

A prescrição acontece quando a Justiça, em um processo, demora demais para julgar um fato do passado. A contagem se refere à data do crime até o momento em que o juiz recebe a denúncia e abre uma ação penal.

Dessa forma, mesmo que Arlene Costa seja culpada ou inocente da acusação de desvio de meio milhão de reais, a Justiça nunca vai esclarecer essa questão, e ainda garantirá à ex-prefeita uma espécie de certidão positiva.

A ex-prefeita de Dom Pedro é mãe do dito empresário Eduardo José Barros Costa, mais conhecido como Eduardo DP ou Imperador, com quem enfrenta outros processos criminais no âmbito estadual e federal também relacionados à subtração de recursos públicos.

MPF pede condenação de Arlene Costa e oferece acordo a Eduardo DP por desvio de R$ 700 mil
Política

Inquérito aponta que ex-prefeita de Dom Pedro teria desviado e se apropriado do valor recebido do Ministério da Educação. Valor teria sido transferido no último dia no mandato para empresa pertencente ao filho da ex-gestora

O MPF (Ministério Público Federal) pediu a condenação da ex-prefeita de Dom Pedro, Arlene Costa, pelo crime de desvio e apropriação de R$ 700 mil destinados pelo Ministério da Educação ao município.

O pedido consta em denúncia recebida pelo juiz federal substituto da 2ª Vara Criminal da Seção Judiciária do Maranhão, Pedro Alves Dimas Júnior, em julho do ano passado, e diz respeito a parte de recursos que deveriam ter sido utilizados para a aquisição de três ônibus escolares, materiais escolares, carteiras, aparelhos de ar-condicionado e computadores durante a administração da ex-gestora, entre 2009 e 2012.

No documento, o MPF aponta ainda o envolvimento do filho Arlene Costa, Eduardo Barros Costa, mais conhecido como Eduardo DP ou Imperador, no esquema.

Segundo a denúncia, sem a celebração de qualquer contrato nem comprovação de qualquer contraprestação de serviços, a ex-prefeita de Dom Pedro teria efetuado a transferência do montante para a empresa Rio Anil Locação e Terraplanagem, cujo proprietário de fato seria Eduardo DP.

A transferência dos R$ 700 mil, diz o MPF, foi feita no último dia no mandato de Arlene Costa.

Contudo, apesar dos fortes indícios de autoria e materialidade delitiva do filho da ex-gestora –e do envolvimento dele em diversos outros casos de desvio de recursos públicos, inclusive encabeçando organização criminosa de agiotagem–, o MPF decidiu propor um acordo de não persecução penal a Eduardo DP.

Pelo acordo, para que não haja prosseguimento do processo criminal contra ele, as condições são a de aceitação de reparação do dano, consistente no pagamento de prestação pecuniária no valor de R$ 700 mil, em benefício de entidade a ser determinada pela Justiça; e prestação de serviços à comunidade, pelo período de 16 meses, em local também a ser indicado pela Justiça Federal.

Ex-prefeita de Dom Pedro vai passar cinco dias na cadeia; Eduardo DP está foragido
Política

Arlene Barros foi presa na manhã desta terça-feira feira (31).

A ex-prefeita de Dom Pedro, Maria Arlene Barros, presa por homens da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (SEIC) na manhã desta terça-feira (31), durante a "Operação Imperador", permanecerá temporariamente na cadeia, em São Luís, por cinco dias, quando será liberada após interrogatório.

De acordo com a Polícia Civil do Maranhão, Arlene é suspeita de envolvimento no esquema de agiotagem que fraudou licitações da merenda escolar, aluguel de máquinas e de carros, e medicamentos durante sua passagem pelo município, de 2009 ao ano de 2012. Mais de R$ 5 milhões teria sido escamoteado pela ex-gestora.

Apontado como cabeça do esquema criminoso, o empresário do mercado financeiro paralelo Eduardo José Barros Costa, o Eduardo DP, filho da ex-prefeita de Dom Pedro, está foragido.

Para a polícia, dono de vários RGs, CPFs e títulos de eleitor, DP abria várias contas e empresas com o objetivo de lavar dinheiro. Ele e a mãe devem responder pelos crimes de associação criminosa, lavagem de dinheiro, peculato e corrupção ativa e passiva.

Além da Prefeitura de Dom Pedro, outras 41 prefeituras também participavam do esquema de agiotagem no estado.