Operação Citrus
Justiça anula busca em endereço ligado a Val Cunha e manda devolver provas e bens apreendidos
Política

Ação foi realizada pelo Gaeco em maio de 2021. A 1º Câmara Criminal do TJ-MA concordou que prefeita de Serrano do Maranhão reside no endereço de Caio Cunha, filho da gestora, alvo da Operação Citrus

A Justiça do Maranhão declarou a nulidade da busca e apreensão realizada em um endereço que também seria residência da prefeita de Serrano do Maranhão, Valdine de Castro Cunha (PL). Ação foi realizada em maio de 2021 no bojo da Operação Citrus, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas do Ministério Público do Estado, o Gaeco.

Val Cunha, como é conhecida a gestora, não era alvo da operação, mas sim o filho, Caio Vitor de Castro Cunha, em um apartamento localizado em um condomínio de luxo em São Luís.

Como é detentora de foro privilegiado, a prefeita entrou com habeas corpus no Tribunal de Justiça maranhense, único juízo competente para autorizar ações desse tipo contra gestores públicos municipais –quando a origem dos recursos não envolve dinheiro federal.

Por unanimidade, em 14 de junho último, a 1ª Câmara Criminal do TJ-MA concordou com a tese de Val Cunha, de que houve usurpação de competência pelo juiz Adriano Lima Pinheiro, titular da Comarca de Bacuri, ao autorizar a deflagração da operação.

O relator do caso foi o desembargador José de Ribamar Froz Sobrinho. Ele foi acompanhado pelo desembargador José Joaquim Figueiredo dos Anjos e pelo juiz convocado Samuel Batista de Souza.

No acórdão, também foi determinada a inutilização de todas as provas derivadas daquelas obtidas na busca realizada na residência de Val Cunha, além de restituição dos bens apreendidos aos seus respectivos proprietários.

“Assim, determino o desentranhamento dos respectivos auto de apreensão e relatórios de análise de material apreendido, com sua consequente inutilização, bem como a inutilização de cópias e espelhamentos de documentos, computadores e demais dispositivos eletrônicos, e a restituição de todos os bens apreendidos no citado local”, diz trecho do voto de Froz Sobrinho.

“Determino, por fim, a inutilização de todas as provas derivadas daquelas obtidas na busca, que deverão ser desentranhadas dos autos e, se for o caso, restituídas a quem de direito”, completa.

O juiz de primeiro grau mandou na semana passada oficiar o Ministério Público sobre a decisão, para que proceda à devolução imediata das provas e dos bens apreendidos sob a custódia do órgão.

A determinação não alcança o material encontrado nos demais endereços, apenas as provas obtidas e bens apreendidos no apartamento indicado pelo Gaeco como pertencente a Caio Cunha, mas que a prefeita de Serrano do Maranhão alegou ao TJ do Estado também residir no local.

Na operação que contou com auxílio da Seccor, a Superintendência Estadual de Prevenção e Combate à Corrupção da Polícia Civil maranhense, o alvo principal foi o ex-prefeito de Apicum-Açu Cláudio Luiz Lima Cunha, marido de Val e pai de Caio. Também do PL, ele é candidato a deputado estadual nas eleições de 2022.

Em um dos endereços alvo das buscas, no bairro no Anil, em São Luís, pertencente à rede de postos Guará Comércio de Combustíveis, os investigadores encontraram centenas de documentos relacionados a procedimentos licitatórios, folhas de pagamento e dados sobre pagamentos a fornecedores de secretarias do município.

No endereço residencial de Caio Cunha, que teve declarada nulas as buscas pela 1ª Câmara Criminal da corte estadual maranhense à pedido da prefeita de Serrano do Maranhão Val Cunha, foram encontrados, dentre outras coisas, jóias e relógios de luxo, além de frascos de vacinas contra a Covid-19 já utilizados.

Também foram alvo Rodolfo Romero Pereira Oliveira e Jéssica Islla de Castro Cunha, respectivamente, apadrinhado político e filha de Cláudio Cunha, e Joceney Franco Rocha, ex-secretário municipal de Meio Ambiente de Apicum-Açu.

Segundo as investigações, eles teriam ocultados e dissimulado a natureza, origem, movimentação e propriedade de bens imóveis, direitos e valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal. Em resumo: para o Gaeco, lavaram dinheiro. Também teriam cometido crimes como associação criminosa, advocacia administrativa, tráfico de influência, crimes ambientais, falsidade ideológica, peculato e atos de improbidade administrativa.

Operação Citrus: PF e Seccor vão investigar clã Cunha por suposto desvio de frascos da Coronavac
Política

Operação do Gaeco encontrou frascos do imunizante vazios no apartamento de Caio Cunha, filho do ex-prefeito Cláudio Cunha e da prefeita Val Cunha

A Polícia Federal e a Superintendência de Prevenção e Combate à Corrupção da Polícia Civil do Maranhão vão investigar suposto desvio de doses da vacina Coronavac pelo clã comandado pelo ex-prefeito de Apicum-Açu, Cláudio Luiz Lima Cunha (PL).

A investigação é um desdobramento da Operação Citrus, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas, o Gaeco, do Ministério Público do Maranhão, no final de maio. A ofensiva cumpriu 13 mandados de busca e apreensão em Apicum-Açu, Cururupu e São Luís.

Segundo o promotor Igor Adriano Trinta Marques, da Promotoria de Justiça da Comarca de Bacuri, durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão, os agentes encontraram três frascos vazios dentro de uma caixa similar ao imunizante contra a Covid-19 produzido pelo Instituto Butantan. Também havia seringas.

“Pleitearemos ao juízo da Comarca de Bacuri o compartilhamento dos objetos apreendidos para posterior remessa à Polícia Federal e Superintendência de Combate à Corrupção da Polícia Civil para apuração desse desdobramento da operação, podendo as autoridades realizarem as devidas perícias, assim como se ater ao lote, em tese, desviado apontando os devidos autores/responsáveis“, confirmou ao ATUAL7.

Os frascos foram encontrados no apartamento alto padrão de Caio Vitor de Castro Cunha, no luxuoso Condomínio Zefirus, no bairro do Calhau, em São Luís. Ele é filho de Cláudio Cunha, principal alvo da operação, e que estava no local durante o cumprimento do mandado judicial.

Além do patriarca e do rebento, as buscas alcançaram ainda endereços ligados à Jéssica Islla de Castro Cunha, também filha do ex-prefeito de Apicum-Açu, e Rodolfo Romero Pereira Oliveira, apadrinhado político de Cláudio Cunha, conhecido na cidade como filho adotivo do ex-gestor municipal.

O Ministério Público do Maranhão chegou a requerer a prisão temporária de todos, mas o pedido foi negado pelo juiz Adriano Lima Pinheiro, titular da Comarca de Bacuri. Endereços da Rede de Postos Guará Comércio de Combustíveis também foram alvo de mandados de busca e apreensão.

Embora não tenha sido mirada pelo Gaeco na Operação Citrus, no desdobramento da investigação pela PF e Seccor, Valdine de Castro Cunha, a Val (PL), tende a ser o principal alvo. Esposa de Cláudio Cunha, ela é prefeita de Serrano do Maranhão, que recebeu mais de 1,3 mil doses da Coronavac para imunização da população do município.

Gestores municipais aliados do clã, como o prefeito de Cururupu, Aldo Lopes (PSB), também podem ser alvo da investigação.

O desvio de vacinas para finalidades não previstas pelas autoridades sanitárias pode configurar crime de peculato, com pena que pode chegar a 12 anos de prisão e multa.

Sob Aldo Lopes, Cururupu tem R$ 2 milhões em contratos com posto de filho de Cláudio Cunha, alvos do Gaeco
Política

Investigação apura suposto uso de postos da rede Guará pelo ex-prefeito de Apicum-Açu para lavar dinheiro

A Prefeitura de Cururupu firmou em 2021 ao menos sete contratos com a Rede de Postos Guará Comércio de Combustíveis, o Posto Guará, um dos alvos da Operação Citrus, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosa) na semana passada.

Somados, os contratos chegam a R$ 2,1 milhões, mas podem ultrapassar o valor de R$ 3 milhões, caso a ata de registro de preços que resultou nas contratações seja integralmente utilizada.

O prefeito de Cururupu, Aldo Lopes (PSB), é aliado do ex-prefeito de Apicum-Açu, Cláudio Cunha (PL). O ex-gestor é pai de Caio Cunha, proprietário do Posto Guará, e de Jéssica Cunha, que aparece em documentos relacionados ao pregão presencial como procuradora do empreendimento.

A ação deflagrada pelo Gaeco, do Ministério Público do Maranhão, apura suspeitas de que o Posto Guará e outros postos da rede de combustíveis do clã eram utilizadas por Cláudio Cunha para lavar dinheiro.

Durante o cumprimento de 1 dos 13 mandados de busca e apreensão, os investigadores encontraram no endereço de Caio Cunha, em São Luís, frascos vazios da Coronavac, vacina do Instituto Butantan contra a Covid-19.

Segundo dados do sistema de acompanhamento de contratações públicas do TCE (Tribunal de Contas do Estado) do Maranhão, os contratos com a Prefeitura Cururupu foram celebrados em 17 de março, dois meses antes da deflagração da ofensiva. Um dos contratos possui recursos orçamentários originados do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica, o Fundeb.

O ATUAL7 tentou contato com o Posto Guará, mas o email informado no cadastro da empresa à Receita Federal retornou como inexistente. A reportagem não conseguiu o contato de Cláudio e Caio Cunha. Procurada, a gestão de Aldo Lopes em Cururupu não retornou solicitação de posicionamento enviado por email ao gabinete do prefeito.

Cláudio Cunha e filhos são principais alvos da Operação Citrus, do Gaeco
Política

Investigação apura esquema de lavagem de dinheiro. Caio Cunha e Jéssica Cunha são sócios da Rede de Postos Guará

O Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas, o Gaeco, do Ministério Público do Maranhão, deflagrou nesta quinta-feira (27) operação para investigar suposto esquema de lavagem de dinheiro que seria comandado pelo ex-prefeito de Apicum-Açu, Cláudio Cunha (PL).

Entre os alvos dos mandados de busca e apreensão, constam endereços do próprio ex-gestor e dos filhos deste, Caio Vitor de Castro Cunha e Jéssica Islla de Castro Cunha. Ambos são sócios da Rede de Postos Guará Comércio de Combustíveis, também alvo das buscas.

Contra Cláudio Cunha, a Justiça deferiu o cumprimento de quatro mandados de busca e apreensão, um contra Caio Cunha e dois contra Jéssica Cunha.

Outros quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos contra a rede de postos. Também foram feitas buscas em dois endereços ligados a Rodolfo Romero Pereira Oliveira, funcionário da Prefeitura de Apicum-Açu e suposto laranja no esquema. Ele também seria filho adotivo de Cláudio Cunha.

Durante a operação, batizada de Citrus, o Gaeco encontrou frascos da vacina Coronavac, imunizante do Butantan contra a Covid-19.

A Polícia Federal pode entrar no caso.

Segundo o painel de vacinação da SES (Secretaria de Estado da Saúde), o município de Serrano do Maranhão, administrado por Valdine De Castro Cunha, a Val (PL), esposa de Cláudio Cunha, recebeu 1.376 doses da Coronavac, e aplicou 1.344.

Gaeco encontra frascos de Coronavac em operação que mira Cláudio Cunha, ex-prefeito de Apicum-Açu
Cotidiano

Batizada de Citrus, ação teve como objetivo cumprir mandados prisão temporária e de busca e apreensão nos municípios de Apicum-Açu, Cururupu e em São Luís

O Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas, o Gaeco, do Ministério Público do Maranhão, encontrou frascos da vacina Coronavac, imunizante do Butantan contra a Covid-19, durante operação deflagrada nesta quinta-feira (27) que o ex-prefeito de Apicum-Açu, Cláudio Cunha.

Batizada de Citrus, a ação teve como objetivo cumprir mandados de busca e apreensão nos municípios de Apicum-Açu, Cururupu e em São Luís. A operação contou com apoio da Polícia Civil.

Na capital, um dos alvos das buscas fica na Avenida São Sebastião, localizada no Cruzeiro do Anil, onde funciona o Posto Maranhense, da Rede de Postos de Combustíveis Guará, que seria controlada por Cláudio Cunha. No galpão, os agentes encontraram diversos documentos da Prefeitura de Apicum-Açu. Também foram realizadas buscas num endereço localizado no Recanto dos Vinhais, também em São Luís, onde funcionaria a Fundação Comunitária de Apicum-Açu.

Segundo a investigação, a operação é resultado de inquérito instaurado pela Promotoria de Justiça de Bacuri em 2019, para apurar atos de improbidades administrativas e possíveis ilícitos criminais.