VLT é vidraça de Neto Evangelista em sua segunda campanha à prefeitura de São Luís

Então candidato a vice de João Castelo em 2012, deputado garantiu que projeto já estava 90% pago. Atualmente com o PDT, ele deixou de cobrar a implantação do meio de transporte

Além do desgaste do PDT, partido enraizado há 31 anos na Prefeitura de São Luís e que busca mais 4 anos de poder nas eleições deste ano, em sua segunda tentativa de chegar ao Palácio de La Ravardière, o candidato Neto Evangelista (DEM) terá de se explicar ao eleitor sobre o VLT (Veiculo Leve sob Trilhos), uma das maiores promessas eleitoreiras conhecidas na capital.

A proposta foi feita por João Castelo (falecido em 2016), e seu então vice na chapa de reeleição, Neto Evangelista, às vésperas das eleições de 2012. À época, ambos eram do PSDB, atualmente fechado com o candidato Eduardo Braide (Podemos).

Consumindo mais de 7,8 milhões dos cofres públicos, segundo a promessa de Castelo e Neto, o VLT entraria em operação em dezembro daquele ano, como solução de transporte público na capital. Inicialmente, sairia da Praia Grande, na Avenida Beira-Mar, e se estenderia até o aeroporto de São Luís, no Tirirical. Uma segunda linha teria como destino a área Itaqui-Bacanga, e outras linhas seriam criadas posteriormente.

O veículo, porém, fez apenas uma única viagem, um passeio de 800 metros —do qual participaram políticos, secretários municipais e alguns jornalistas—, até onde ia os poucos dormentes dos trilhos que chegaram a ser colocados: do Terminal da Integração da Praia Grande até as proximidades do Mercado do Peixe. Após permanecer por cerca de dois anos parado no terminal, se deteriorando e alvo de vândalos, a sucata foi desmontada e guardada em um galpão alugado da empresa Transnordestina Logística S.A, no Tirirical, ao custo do contribuinte.

Na Assembleia Legislativa, após ser derrotado nas urnas por Edivaldo Holanda Júnior (PDT), por diversas vezes, Neto Evangelista usou a tribuna para garantir que havia projeto técnico, previsão orçamentária para implantação e que o VLT já estava 90% pago.

“Esta obra é de fundamental importância, de relevância inquestionável para a mobilidade urbana de uma cidade de mais de um milhão de habitantes”, declarou Neto Evangelista à época.

Com o passar do tempo, aliou-se a Edivaldo e as cobranças foram deixadas de lado. Atualmente, com o PDT na vice de sua chapa, a vidraça VLT é ainda maior, mais sensível e bem mais fácil de ser atingida pelos adversários.

No Portal da Transparência da Prefeitura de São Luís, segundo constatou o ATUAL7 em consulta feita às 13h30min desta segunda-feira 5, todos os dados sobre os valores repassados para a Transnordestina Logística pela guarda dos vagões, bem como os relacionados à compra junto à empresa Bom Sinal Indústria e Comércio Ltda, foram ocultados. Também não há qualquer informação sobre a compra do VLT nem da concessão do galpão no Sacop (Sistema de Acompanhamento Eletrônico de Contratação Pública) do TCE (Tribunal de Contas do Estado) do Maranhão.


Comentários

4 respostas para “VLT é vidraça de Neto Evangelista em sua segunda campanha à prefeitura de São Luís”

  1. […] O reconhecimento ocorre oito anos depois de Neto Evangelista garantir, da tribuna da Assembleia Legislativa e em entrevistas à imprensa, que havia projeto técnico e previsão orçamentária para implantação do VLT. […]

  2. […] são os autores da maior promessa eleitoreira da capital, o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos). Mais de R$ 7,8 milhões foram retirados dos cofres públicos para bancar a promessa […]

  3. […] no Palácio de La Ravardière— ficar mais quatro anos no comando da prefeitura da capital, o VLT é a umas das principais vidraças de Neto Evangelista, o que pode ter levado o candidato a tentar esconder do eleitorado ludovicense como ele se associou […]

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