Bira, Braide, Neto e Rubens receberam 18 salários pela Alema
Política

Bira, Braide, Neto e Rubens receberam 18 salários pela Alema

Regalia foi suspensa após revelação pela imprensa. Resolução assinada por Braide aumentou benefícios aos deputados. Apenas Bira doou integralmente valor extra recebido

Lembrado por Duarte Júnior (Republicanos) como vidraça apenas de Neto Evangelista (DEM), o recebimento de 18 salários pela Alema (Assembleia Legislativa do Maranhão) beneficiou também outros três hoje candidatos ao Palácio de La Ravardière: Bira do Pindaré (PSB), Eduardo Braide (Pode) e Rubens Pereira Júnior (PCdoB). Além do gordo salário de R$ 20 mil, outros R$ 50 mil mensais caíam na conta bancárias dos representantes do povo, a titulo de ajuda de custo.

A regalia foi criada em 2002 e perdurou até 2012, sendo reduzida somente após revelação pela Folha de S. Paulo e pelo Fantástico, da Rede Globo. Eleitos para a Alema pela primeira vez em 2010, três foram beneficiados por pouco mais de um ano: Bira, Braide e Neto. Na vida pública parlamentar desde 2006, Rubens embolsou por mais tempo: mais de cinco anos. Dos quatro, apenas Bira doou a entidades filantrópicas o valor integralmente recebido com os salários extras, mas somente após o caso virar escândalo.

Todos foram procurados pelo ATUAL7, por meio de suas assessorias, na quarta-feira 11, para que se posicionassem a respeito do recebimento da regalia. Nenhum retornou o contato.

Sob protestos de alguns deputados que ocupavam a Casa à época, inicialmente, o benefício foi apenas parcialmente derrubado, já que houve a aprovação unânime de redução do valor, mas de 18 para 15 salários.

Apenas cerca de um ano depois houve o corte do 14º e 15º salários. Na mesma época, porém, os deputados aprovaram resolução administrativa que aumentou os valores de benefícios pagos pela Alema a eles próprios. Com a medida, os 42 parlamentares da Casa passaram a incorporar mais de R$ 41 mil, por ano —aproximadamente o mesmo valor que recebiam no mesmo período com os 14º e 15º salários. Apenas Bira foi contra.

“Primeiro, sou contra porque acho inoportuno, fica parecendo que é uma medida de compensação, após a extinção dos 14º e 15º salários. Segundo e sobre o auxílio-moradia, porque já temos as verbas indenizatórias e para os deputados que moram em São Luís não há razão de existir. Eu não recebo, porque não tem como justificar”, criticou, à época.

De acordo a resolução, os parlamentares aumentam o valor do auxílio-moradia de R$ 2,2 mil para R$ 2,85 mil —mesmo tendo base eleitoral e morando em São Luís. Também aumentaram o valor da Verba Indenizatória de Exercício Parlamentar, de R$ 15 mil para R$ 16.261,95; e da Verba Indenizatória de Ajuda de Gabinete, de R$ 17.894,67 para R$ 19.400,16.

Dos quatro prefeituráveis de São Luís que à época eram deputados estaduais, Eduardo Braide foi o que teve maior participação direta no aumento das regalias com o dinheiro público. Além de ter direito ao benefício, ele integrava a Mesa Diretora e foi um dos que assinou a resolução.



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