Cláudia Silva
PF e MPF investigam esquema de ‘alunos fantasmas’ em 137 prefeituras do MA
Cotidiano

Segundo as investigações, dados de pessoas reais e até de quem já morreu foram usados para desviar dinheiro do Fundeb

Mais da metade dos municípios do Maranhão é investigada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal sob suspeita de montagem de esquema de ‘alunos fantasmas’ para desviar dinheiro do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação).

A revelação foi feita pelo Fantástico, em reportagem exibida nesse domingo 3. Ao todo, pelo menos 137 municípios maranhenses são investigados, tendo dois sido informados na reportagem: Monção e Miranda do Norte, respectivamente, atualmente administrados por Cláudia Silva e Eduardo Belfort.

Apenas em Monção, de acordo com a reportagem, a prefeitura recebeu em do governo federal, em 2018, R$ 40,6 milhões para investir na educação municipal.

Contudo, aponta a investigação, boa parte desse dinheiro pode ter sido desviada por meio de ‘alunos fantasmas’ de creches inexistentes e do programa EJA (Educação para Jovens e Adultos).

Segundo os investigadores, o golpe nos cofres públicos é aplicado tanto por meio de dados de pessoas reais, usados clandestinamente, quanto de pessoas já mortas.

Em Miranda do Norte, por exemplo, até o nome de uma professora da rede pública municipal de ensino, mas também matriculada como aluna em escola, sem que ela soubesse, foi utilizada para o desvio dos recursos do Fundeb.

Em Monção, prefeitura acerta R$ 3,4 milhões em água mineral e refrigerantes
Política

Pregão presencial teve como vencedoras a Distribuidora Muniz e Mônaco Distribuidora de Alimentos, ambas com endereço cadastral em São Luís

No município de Monção, a gestão da prefeita Klautenis Deline Oliveira Nussrala, a Cláudia Silva (PSDB), homologou em janeiro último um pregão presencial para aquisição de água mineração e refrigerantes para atender as necessidades da Secretaria Municipal de Educação.

Segundo extrato publicado na edição do dia 26 de fevereiro do Diário Oficial do Estado (DOE), o custo global aos cofres públicos pode chegar a exatos R$ 3.427.208,00. A informação foi publicada inicialmente no blog do Werbeth Saraiva, e confirmada pelo ATUAL7 com mais detalhes.

As empresas vencedoras do pregão presencial foram a A da C Muniz Neto, a Distribuidora Muniz, com endereço cadastral na Avenida Contorno do Ipase, no Ipase, São Luís; e L A Mendonça - ME, a Mônaco Distribuidora de Alimentos, com endereço cadastral na Rua Bom Jesus, Jardim São Cristóvão, também na capital do estado.

Além da estimativa de dispêndio ser exorbitante, chama também a atenção outro detalhe na homologação.

Nos dois extratos do pregão presencial, é informado que o exercício financeiro a ter as necessidades atendidas pela Distribuidora Muniz e pela Mônaco Distribuidora é o de 2018.

Outro lado

O ATUAL7 encaminhou e-mail à Prefeitura de Monção, solicitando posicionamento de Carla Silva sobre o pregão, mas houve retorno do pedido comunicando que o endereço informado no site institucional da administração municipal, [email protected], não foi encontrado.

O espaço está aberto para manifestações.