Manuela D’Ávila
PCdoB oficializa Manuela D’Ávila como candidata à Presidência da República
Política

Ela é o primeiro nome do partido a ser lançado ao Palácio do Planalto, desde a redemocratização. Nas últimas sete eleições presidenciais, comunistas integraram coligação encabeçada pelo PT

O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) oficializou, nesta quarta-feira 1º, a deputada estadual pelo Rio Grande do Sul Manuela D'Ávila como candidata à Presidência da República. A convenção foi realizada na Câmara dos Deputados, em Brasília, e contou com a presença do governador Flávio Dino.

Durante a oficialização da sua candidatura, Manuela deixou em aberto a possibilidade de ainda desistir de concorrer para integrar, como vice, a chapa de outro candidato.

O nome dela é tido como um dos possíveis para ser a vice do pré-candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. Em recente entrevista à Folha de S.Paulo, porém, Dino, que é um dos principais quadros do PCdoB, defendeu o abandono de Lula pelos partidos de esquerda, em prol do apoio à candidatura de Ciro Gomes (PDT).

“Nós nunca fomos e nunca seremos óbice para a união do nosso campo político. (...) Sou candidata porque defendo a unidade da esquerda até o último dia”,  afirmou Manuela à plateia, formada majoritariamente por militantes da sigla.

Ela será a primeira candidata própria do Partido Comunista do Brasil ao Palácio do Planalto, desde a redemocratização do país, em 1985.

Nas últimas sete eleições presidenciais, desde 1989, o PCdoB integrou a coligação encabeçada pelo PT e apoiou como candidatos os petistas Lula e Dilma Rousseff.

Dino menospreza Manu e sugere que esquerda apoie Ciro para Presidência
Política

Governador do Maranhão defendeu ainda que PT abra mão de Lula e PSOL descarte Boulos

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), defendeu em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo que o seu partido, o PCdoB, que tem como presidenciável a deputada estadual Manuela d'Ávila, abra mão da pré-candidatura própria para apoio a Ciro Gomes (PDT) na eleição para a Presidência da República.

A mesma defesa de descarte foi feita ainda em relação ao PT, para que abandone a pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT); e ao PSOL, para que retire a pré-candidatura de Guilherme Boulos em favor do presidenciável do PDT.

Segundo o comunista, a multiplicidade de candidaturas ameaça a esquerda de perder já no primeiro turno. “Está chegando o momento de admitir uma nova agenda. Se não oferecermos uma alternativa viável, você pode perder a capacidade de atrair outros setores do centro que se guiam também pela viabilidade”, disse.

Para Dino, a união da esquerda hoje se daria em torno de Ciro, porque ele “é hoje o melhor posicionado”. Lula está inabilitado e “o PT não tem nome capaz de unir nesse momento”, apontou.

“O ponto de interrogação que está dirigido sobretudo ao PT é se nós queremos uma eleição apenas de resistência, de marcar posição, eleger deputados, ou ganhar a eleição presidencial”, disse. “Temos chance de ganhar, a eleição porque o pós-impeachment deu errado. O fracasso do Temer é o fracasso da alternativa que se gestou a nós”, ressaltou.

Sem nominar, o comunista discordou da postura de setores do PT, inclusive da presidente do partido, Gleisi Hoffmann, de insistir na candidatura de Lula. “A tática de marcar posição é derrotista e não honra a importância do Lula, porque abre mão da possibilidade de haver uma virada geral na sociedade que possibilite julgamentos racionais dele”, afirmou.

PCdoB repete traição à Roseana em 2002 e lança Manuela D’Ávila à Presidência
Política

Comunistas eram aliados e detinham cargos no governo sarneysta quando romperam para ficar com Lula, agora possível adversário em 2018

Quinze anos após trair a ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney, o Partido Comunista do Brasil, o PCdoB, repetiu o movimento e golpeou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, lançando a deputada estadual gaúcha Manuela D’Avila como pré-candidata do partido à Presidência da República.

É a primeira vez, desde a redemocratização, que o PCdoB lança um nome na disputa pelo Palácio do Planalto, mas a segunda em que ele abandona um aliado histórico no meio do caminho.

Em 2002, Roseana resplandecia absoluta rumo ao Palácio do Planalto, numa eficiente campanha de mídia como exemplo de mulher corajosa, determinada e, sobretudo, competente.

Apesar do favoritismo da filha de Sarney e de serem então donos de três importantes cargos no Palácio dos Leões, os comunistas decidiram romper a aliança que mantinham com Roseana, alegando justamente que o partido havia firmado coligação com o PT de Lula.

À época, Roseana acabou não concorrendo, em razão de haver sido abatida pela Polícia Federal no famigerado Caso Lunus, que resultou na apreensão de R$ 1,3 milhão na sede da construtora que tinha em sociedade com o marido, Jorge Murad.

Nas eleições de 2018, apesar de ser apontado também como favorito para a Presidência da República, Lula é quem pode acabar não concorrendo. Assim como Roseana Sarney, a eventual desistência se daria em razão de descobertas feitas pela Polícia Federal, no âmbito da Lava Jato, o que pode ter motivado o assanhamento e consequente nova traição do PCdoB a um aliado.

Desde o rompimento com Roseana, os comunistas passaram a chamar a família Sarney de oligarquia, de atraso e até de câncer, rasgando a própria história ao responsabilizar o clã, como atualmente faz o governador Flávio Dino, como único e exclusivo responsável pelos péssimos índices sociais do Maranhão.

Agora possíveis adversários de Lula na disputa pela Presidência, e com o petista já condenado a nove anos e meio de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, na melhor expressão da fábula o escorpião e o sapo, do que passarão os comunistas a chamar o principal líder da esquerda?