Yuri Almeida

Quase 48 horas depois de anunciar que editaria novas medidas restritivas de isolamento social como combate ao novo coronavírus, o governador Flávio Dino (PCdoB) ainda não cumpriu com a própria palavra.

O anúncio foi feito desde a última sexta-feira 17, pelo Twitter, quando o comunista voltou a furar o boletim oficial da SES (Secretaria de Estado da Saúde) para informar que o Maranhão já ultrapassou de mais de 1 mil casos confirmados de Covid-19, com mais de 40 óbitos.

“Irei editar novas medidas. Mas elas só serão adequadamente cumpridas e produzirão efeitos se houver compreensão de todos. Conto com vocês”, publicou.

Não é a primeira vez que Dino usa o Twitter para anunciar medidas de combate ao novo coronavírus, mas estranhamente e sem qualquer explicação demora a efetivá-las.

Na semana passada, por exemplo, o governo demorou dois dias para publicar o decreto que mantém a suspensão do comércio não essencial apenas na Ilha de São Luís. Para ser considerado válida, qualquer medida do Executivo precisa primeiro ser oficialmente publicada no DOE (Diário Oficial do Estado).

Aumento de casos

Conforme levantamento do ATUAL7 com base nos números oficiais da SES, o número de pessoas diagnosticadas com Covid-19 aumentou exponencialmente no Maranhão após Flávio Dino recuar nas primeiras medidas restritivas e permitir a reabertura das atividades industriais, construção civil, materiais de construção (incluindo home centers), oficinas, lavanderias e óticas.

Antes do recuo, inclusive, o governador do Maranhão já havia declarado, sem dar detalhes, que o Maranhão já registrava transmissão comunitária do novo coronavírus. E que, enquanto os dados oficiais apontavam que subia para 81 o número de casos confirmados no estado, o número real poderia ser de mais 1 mil infectados com a doença.

Além disso, apesar de Dino garantir —após levar pito do prefeito Hilton Gonçalo (Santa Rita)— que, em relação ao novo coronavírus, toma todas as decisões “baseado na ciência”, na quinta 16, carta aberta divulgada por quase 10 entidades empresariais revelou que a liberação dada pelo comunista a 213 prefeitos para a flexibilização do comércio local ocorreu após lobby dos empresários.