Operação Cabanos
Empresa ligada a alvo da Operação Cabanos ganha contratos em Barra do Corda
Cotidiano

Ex-proprietário da Prime Prestadora, Lindomar Pereira de Sá é pai do atual dono da empresa, Leilton Feitosa de Sá. Terceirizada tem quase R$ 24 milhões em contratos com a gestão Rigo Teles. Ministério Público investiga suspeitas de fraude

Sob a gestão Rigo Teles (PL), a Prefeitura de Barra do Corda tem firmado contratos com a Prime Prestadora, empresa que já teve como sócio Lindomar Pereira de Sá, um dos alvos da Operação Cabanos.

Deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate às Organizações Criminosas) do Ministério Público do Maranhão em agosto de 2020, a ação desbaratou suposta organização criminosa especializada em desviar recursos públicos por meio de fraudes licitatórias e empresas de fachada, em Cândido Mendes.

O novo proprietário da Prime é Leilton Feitosa de Sá, filho de Lindomar.

Conforme as investigações do Gaeco, o ex-dono da terceirizada teria utilizado a Cristal Serviços e Construtora no esquema em Cândido Mendes, em contratação por dispensa de licitação para construção de estrada vicinal.

A empresa, segundo dados da Receita Federal consultados pelo ATUAL7, tem endereço cadastral no mesmo local onde funcionaria a contratada pela gestão Rigo Teles em Barra do Corda: Condomínio Vila La Touche Center, no bairro do Cohajap, em São Luís. Diferem-se apenas em relação ao número das salas comerciais: a Prime fica na 112, e a Cristal, na 117.

Na internet, apenas a Prime tem o interior do estabelecimento divulgado, conforme imagem em destaque.

Em nota conjunta, a Prime e Leilton Sá afirmam que seguem estritamente a lei, e que as instalações na mesma localidade “obedecem aos critérios econômico-financeiro e de estratégia comercial”. Sobre Lindomar Sá responder processos no âmbito estadual e federal relacionados a suspeitas envolvendo dinheiro público, argumentam ser “uma questão de foro íntimo” do ex-sócio da empresa.

Ainda segundo ressaltam, a Prime Prestadora “goza de idoneidade moral e profissional, sendo detentora do Programa de Integridade (Compliance), na forma da Lei Federal nº 12.846, de 1º de agosto de 2013 (Lei Anticorrupção), tendo o citado programa sido devidamente registrado nos Órgãos de Controle Externo, dentre eles, o Tribunal de Contas da União – TCU e o Tribunal de Contas do Estado do Maranhão – TCE/MA”.

Apesar de todo conjunto estruturado de medidas institucionais para a prevenção, detecção, punição e remediação de práticas de corrupção e fraude que a empresa diz possuir, pelo menos uma das contratações celebradas pela prefeitura de Barra do Corda com a Prime é alvo de investigação do Ministério Público estadual.

Instaurado no ano passado, o inquérito apura suspeitas de fraude no processo licitatório para a prestação de serviços de mão de obra terceirizada para a pasta municipal de Educação, ao valor de R$ 14,1 milhões.

Em meio às investigações, que conta com parecer técnico da assessoria da PGJ (Procuradoria-Geral de Justiça) reforçando as suspeitas de irregularidades, um outro acordo foi celebrado pela gestão Rigo Teles, por “carona” à ata de Coelho Neto, no valor de R$ 9,5 milhões, com a Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão, para suprir a carência de pessoal da pasta.

Procurada, a prefeitura de Barra do Corda não retornou o contato. Por mais de uma vez, o prefeito Rigo Teles respondeu que se posicionaria a respeito das suspeitas levantadas pelo MP-MA, mas até o momento não se manifestou.

A Prime garante que “obedeceu aos mais rigorosos critérios legais” nos dois contratos, “tudo ocorrido em estrita observância dos princípios que regem a administração pública”, diz.

O ATUAL7 não conseguiu contato com Lindomar Pereira de Sá.

Operação Cabanos aponta envolvimento de sete empresas em fraudes em Cândido Mendes
Cotidiano

Gaeco diz que prejuízo aos cofres públicos chega a R$ 3,35 milhões

Deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate às Organizações Criminosas), em parceria com a Polícia Civil do Maranhão, nesta quarta-feira 19, a Operação Cabanos aponta o envolvimento de pelo menos sete empresas em fraudes em licitações no município de Cândido Mendes, sob gestão do prefeito José Ribamar Leite Araújo, o Mazinho Leite. Ele foi alvo de busca e apreensão e preso em flagrante, por posse ilegal de arma. Na residência do gestor também foram encontrados, aproximadamente, R$ 500 mil em espécie.

Segundo a assessoria do Ministério Público, as empresas envolvidas são: J M Sales e Cia Ltda – ME (J M Sales), Cristal Serviços e Construtora Ltda – ME (Construtora Cristal), Almeida e Lima Ltda – ME (ICB Services), Construtora Akrus Ltda – EPP (Construtora Akrus), J. A. Cruillas Neto (B C N Empreendimentos e Locações), Maria Leda de Jesus Souza – ME (Caiteuara Empreendimentos) e E. M. C de Andrade Locadora de Equipamentos Médicos e Laboratoriais (O Guarani), consideradas como empresas fantasma ou de fachada.

De acordo com as investigações, as fraudes envolvem contratos de fornecimento de materiais de limpeza e expediente, compra de materiais médico-laboratoriais, manutenção de iluminação pública, reforma de hospitais e escolas, além da coleta de lixo. Também há indícios de nepotismo.

O prejuízo estimado aos cofres públicos, aponta o Gaeco, chega a R$ 3,35 milhões.

A investigação aponta ainda a advogada Edna Maria Cunha de Andrade, assessora jurídica da Prefeitura de Cândido Mendes e proprietária da empresa O Guarani, como possível cabeça do esquema, devido grande influência na gestão municipal. Em fevereiro do ano passado, ela foi presa pelo Gaeco, sob a suspeita de ser a mandante do assassinato de Rolmerson Robson, ex-secretário municipal de Saúde de Cândido Mendes. Ela era casada com ele, à época do assassinato.

Mazinho, de Cândido Mendes, é preso em operação do Gaeco
Cotidiano

Investigação apura suspeita de fraude em licitações e contratos. Prefeito foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo

O prefeito de Cândido Mendes, José Ribamar Leite Araújo, o Mazinho Leite, foi preso, na manhã desta quarta-feira 19, em operação do Gaeco (Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas), em parceria com a Polícia Civil do Maranhão.

Segundo a assessoria do Ministério Público do Maranhão, Mazinho foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo. Na residência dele também foram encontrados, aproximadamente, R$ 500 mil em espécie.

Batizada de Operação Cabanos, a ação cumpriu mandados de busca e apreensão na sede da Prefeitura de Cândido Mendes, na residência do prefeito e em endereços de outros investigados, localizados no próprio município, além de Bom Jardim e São Luís.

As investigações foram iniciadas pelo Gaeco após a identificação de suspeitas de fraude em uma licitação realizada em 2013, para aquisição de materiais de limpeza. Descobriu-se que os materiais eram fornecidos por uma empresa de fachada, localizado em Turiaçu. No suposto endereço, funcionava uma lotérica.

As investigações apontam, ainda, para irregularidades em diversos outros contratos envolvendo a compra de materiais médico-laboratoriais, manutenção de iluminação pública, reforma de hospitais e escolas, além da coleta de lixo.

O Gaeco estima o prejuízo de R$ 3,35 milhões aos cofres públicos de Cândido Mendes.