IBGE
O fracasso da geração Pirapora
Artigo

Por Abdon Marinho*

O SÍTIO PIRAPORA, no Bairro Santo Antônio, na capital do estado ocupa um lugar especial, na memória afetiva da minha juventude. Era lá, em meados dos anos oitenta, na esteira da redemocratização do país, que partidos políticos, movimentos sociais, cidadãos comuns, estudantes e tantos outros ativistas se reuniam para discutir a traçar diretrizes para o novo momento político e para o estado que gostaríamos de fazer e viver.

A área, que anteriormente fora maior, cedera espaços as constantes invasões, ficando, por fim, uma estrutura menor, com espaços para reuniões, refeitórios, alojamento, estacionamento, etc., que a igreja católica alugava aos seguimentos descritos acima.

Os partidos e movimentos sociais traziam suas lideranças de quase todos os municípios do estado e lá se reuniam para seminários e debates políticos. Eram oportunidades preciosas para conhecermos diversas pessoas e a realidade social de cada município maranhense.

Nos finais de semana prolongados aproveitávamos ainda mais esses momentos de alegria, sobretudo, nos intervalos ou ao fim do dia, antes do recolhimento noturno.

Foi no Sítio Pirapora que, em 1994, em um congresso do Partido Socialista Brasileiro - PSB, o então senador Cafeteira aceitou disputar as eleições daquele ano numa das mais memoráveis campanhas que o estado assistiu.

Em diversos outros momentos importantes para a história política do Maranhão, antes e depois de 1994, em situações e reuniões que participei, o Sítio Pirapora teve lugar.

Depois, muitos daqueles que lá estiveram se “elitizaram”, mesmo os partidos ditos populares e passaram a fazer seus encontros em hotéis ou outros lugares luxuosos.

O leitor mais aflito e impaciente já deve estar se perguntando a razão de tanta nostalgia.

Pois bem, essas reminiscências têm como propósito informar que foi em uma reunião destas no velho Pirapora que os atuais mandatários do estado, há cerca de 35 anos, fizeram a previsão que chegariam ao poder.

Já tratei aqui, em outros momentos da reunião no Sítio Pirapora onde um grupo de jovens discutiam a situação política do estado, estratégias políticas, alianças, e como poderia ser o Maranhão no pós domínio do grupo Sarney – para os presentes a razão de toda miséria e sofrimento do nosso povo.

Eu estava lá. Poderia dizer: meninos eu vi, como disse Gonçalves Dias em Y-Juca Pirama, quando o atual governador, um jovem estudante universitário previu que um dia seria governador do Maranhão e como seria diferente a realidade política e econômica do nosso povo quando aquele dia chegasse.

A previsão seria a realização de um sonho e, como tal, aplaudimos e festejamos.

Por sendas tortuosas eis que a previsão se consumou, a diferença é que já caminhando para o fim do mandato, daqui a menos de seis meses, se for disputar o Senado da República, ou um ano e dois meses, se pretender ficar até o fim, aquilo que em 1986/87 do século passado festejamos como sendo um sonho, visto com os olhos de hoje, era uma ameaça.

Aqueles jovens “mortos” de felizes ante a possibilidade de alguém da nossa geração chegar ao poder, estávamos, na verdade, sendo ameaçados com tal vaticino.

O senhor Dino – e sua turma dos quais alguns estiveram presentes naquela reunião –, chegou ao poder em janeiro de 2015, já se vão quase sete anos, e ressalvado um avanço aqui ou ali, o que temos, infelizmente é que, naquilo que é essencial para povo e que se propôs fazer: retirar o Maranhão da rabeira do desenvolvimento social e econômico, não avançou “um palmo”, pelo contrário, os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas - IBGE, revelam que no atual governo as coisas pioraram muito para o nosso povo.

Cabe observar que os dados coletados pela Organização das Nações Unidas (ONU) e diversos outros organismos idôneos corroboram com dados do IBGE.

Apenas para se ter uma ideia, nos primeiros cinco anos do atual governo mais de 400 mil pessoas foram lançados na faixa de extrema pobreza no nosso estado.

Para os que se preocupam com o estado e seu povo é forçoso reconhecer, infelizmente, que com a pandemia tal situação agravou-se bem mais. Temo pelo que sairá depois que todas as estatísticas fecharem depois que o governo findar.

O IBGE aponta que apenas 34,6% das pessoas com idade superior a 14 anos possui algum trabalho formal; para se ter uma ideia esse percentual representa a metade do percentual do Estado de Santa Catarina (68,6%) e é bem menor que o indicador de Rondônia (54,1%), apenas para citar dois estados que possuem semelhanças com o Maranhão.

Por outro lado, na mesma faixa de idade, a taxa de desocupação é 13,9%, contra 6,2% de Santa Catarina e 8,1% de Rondônia.

Mas não é só, 31,4% dos maranhenses sofrem restrições de acesso à educação – e olha que este é o setor “menina dos olhos” do governo –, 5,4% à proteção social; 24,9% à condições de moradia; 82,1% a serviços de saneamento básico; 34,4% a comunicação; 15,5% dos lares não possui um banheiro exclusivo para o domicílio; 34,9% não possui documento de propriedade do imóvel que reside; 16,6% são os analfabetos com 34,3% possuindo apenas o fundamental incompleto.

Depois de sete anos de governo um estado que possui esse nível de indicadores comprova, infelizmente, o fracasso de um modelo de gestão.

Ao meu sentir os atuais donatários não tinham um plano para desenvolver o estado e não o construíram ao longo dos anos, preferindo a política rasteira do “deixa como estar para ver como é que fica”.

Por outro, para parecerem “bem na fita” passaram a desenvolver políticas compensatórias e a enganar o povo com maciços investimentos na mídia e na distribuição de esmolas: cestas básicas, bolsa isso, bolsa aquilo, vale isso, vale aquilo, etc.

Não questiono a importância de se assistir as pessoas em condições de vulnerabilidade com tudo que precisam, ainda mais em tempos tão difíceis. Não questiono a importância de um restaurante popular ou do vale-gás, etc.

O questiono é a falta de políticas públicas que desenvolvam o estado e retire as pessoas das condições de vulnerabilidades em que se encontram.

O estado melhorou substancialmente sua arrecadação, recebe mais do que contribui com a arrecadação de tributos federais, contraiu diversos empréstimos e, apesar disso, aumentou o número de pessoas em condições de vulnerabilidade e dependentes das esmolas do governo, quase sempre utilizadas como moeda de troca por votos.

Mas essa não era uma das principais críticas ao grupo Sarney, manter as pessoas miseráveis para se perpetuarem no poder com a distribuição de esmolas?

Se no início do governo tínhamos a esperança – ou ilusão –, de que haveria uma ruptura com os modelos arcaicos de governar, hoje, sete anos depois, estamos vendo que não apenas mantiveram com ampliaram as velhas práticas.

Não é sem razão que muitos dos aliados (ou ex-aliados) do atual governador que “enricaram” na política ao invés de responderem por desafiarem toda legislação criminal do país – e algumas leis extravagantes –, ao invés de estarem presos ou respondendo por seus delitos, estão percorrendo o estado na busca de mais um mandato eletivo. E tem até os que pleiteiam comandar o estado.

Em sete anos não tivemos um governo que buscasse aproveitar as condições favoráveis do estado para desenvolvê-lo – que são muitas e de todos conhecidas –, ou, ao menos, fincar as bases para o desenvolvimento.

O que temos é um estado muito mais pobre, com uma população de miseráveis que só aumenta e sem qualquer perspectiva de futuro e, pior, com alguns dos que pretendem governá-lo, com um prontuário no lugar de uma biografia.

Como disse outro dia o maluco que dirige o país que os poupo de dizer o nome, “nada é tão ruim que não possa piorar”.

Esse é o o retrato do fracasso da geração Pirapora. O fracasso da nossa geração. Tantos sonhos e tanto idealismo em vão.

*Abdon Marinho é advogado.

Governo Dino faz malabarismo com dados do IBGE sobre renda no MA
Economia

Renda média per capita no estado foi menor que o salário mínimo em 2019, segundo Pnad – Contínua. Gestão comunista divulgou ter sido acima da média nacional

O governo Flávio Dino, do PCdoB, fez malabarismo com dados do Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) – Contínua, divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), nessa sexta-feira 28, e enviados ao TCU (Tribunal de Contas da União), que os usará para o rateio do FPE (Fundo de Participação dos Estados).

De acordo com o levantamento, a renda média per capita (por membro da família) no Maranhão ficou abaixo do salário mínimo em 2019. Considerando o ranking nacional, sob Dino, o Maranhão ficou na lanterna, com a menor renda registrada em todo o país: R$ 635,59 —o equivalente a 63% do salário mínimo vigente no ano passado, de R$ 998.

Ao divulgar os dados, porém, a gestão comunista cravou que, de acordo com o IBGE, a renda no Maranhão subiu acima da média nacional em termos proporcionais.

“O aumento da renda no Maranhão foi maior tanto no período 2014-2019 quanto no período 2018-2019. Na média nacional, o valor subiu 36,7% entre 2014 e 2019. Já no Maranhão, o avanço foi de 37,7%. Na comparação entre 2018 e 2019, o Brasil subiu 4,78%. E o Maranhão, 5,05%”, diz publicação no site institucional do governo.

Segundo levantamento do ATUAL7, porém, a série histórica do Pnad – Contínua mostra que o Maranhão sempre registrou a renda média per capita mais baixa do país, sempre abaixo da média nacional.

Em 2014 , primeiro ano que teve os dados divulgados pelo IBGE, a renda média per capita no Maranhão foi R$ 461 por pessoa, enquanto a média nacional foi de R$ 1.052 por pessoa. Em 2015, foi de R$ 509 no Maranhão, o de menor peso em todo o país, e R$ 1.113 a média nacional. Em 2016, o menor valor registrado também foi no Maranhão, de R$ 575, enquanto o nacional atingiu R$ 1.226. Em 2017, o valor registrado no Maranhão foi R$ 597, menos da metade da média nacional, R$ 1.268. Em 2018, o menor rendimento por pessoa também foi observado no Maranhão, de R$ 605 por morador, o que representa menos da metade da média nacional, de R$ 1.373. E em 2019, foi de R$ 636 no Maranhão, enquanto que a nacional registrada foi de R$ 1.439.

A Pnad – Contínua é uma pesquisa domiciliar que, a cada trimestre, levanta informações socioeconômicas em mais de 200.000 domicílios, distribuídos em cerca de 3.500 municípios.

Os rendimentos domiciliares são o resultado da soma dos rendimentos, do trabalho e de outras fontes, recebidos por cada morador no mês de referência da entrevista, considerando todos os moradores do domicílio.

O rendimento domiciliar per capita é a divisão entre o total dos rendimentos domiciliares e o total dos moradores, para cada Unidade da Federação e para o Brasil, considerando sempre os valores expandidos pelo peso anual da pesquisa.

Sob Dino, renda média per capita no MA é menor do que salário mínimo
Economia

Dados foram divulgados pelo IBGE, nesta sexta-feira 28, referente a 2019. No ranking nacional, estado segue na lanterna da pobreza

Sob o comando de Flávio Dino (PCdoB), a renda média per capita do Maranhão ficou abaixo do salário mínimo em 2019, de acordo com dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), nesta sexta-feira 28. Os dados fazem parte da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) – Contínua.

De acordo com o levantamento, no ranking nacional, o Maranhão segue na lanterna, com a menor renda registrada: R$ 635,59 —o equivalente a 63% do salário mínimo vigente no ano passado, de R$ 998. O valor é, ainda, mais de quatro vezes inferior à renda média no Distrito Federal, de R$ 2.685,76 —rendimento 1,8 vezes maior que a média nacional, de R$ 1.438,67.

Ao todo, 12 estados tiveram rendimento médio per capita abaixo do salário mínimo. Por ordem decrescente de valor: Sergipe, Pernambuco, Ceará, Paraíba, Bahia, Acre, Amapá, Amazonas, Piauí, Pará, Alagoas e Maranhão.

Em 2014, ano oficial de início da recessão, eram nove: Bahia, Rio Grande do Norte, Paraíba, Acre, Pará, Ceará, Alagoas e o Maranhão, à época já na lanterna.

Segundo o IBGE, os rendimentos domiciliares são obtidos pela soma todos os rendimentos recebidos por cada morador, no mês de referência da pesquisa. O rendimento domiciliar per capita é a divisão dos rendimentos domiciliares pelo total dos moradores. Esses rendimentos são calculados para cada unidade da Federação e para o Brasil, considerando sempre os valores expandidos pelo peso anual da pesquisa.

Ainda de acordo com o IBGE, os dados do Pnad– Contínua são usados para balizar a distribuição dos repasses do FPE (Fundo de Participação dos Estados). Pela regra, estados com uma renda per capita inferior à renda per capita brasileira possuem um fator maior, o que resulta em maior cota do FPE para os estados mais pobres.

Agora aliado, Dino não culpa mais Sarney por MA liderar ranking de extrema pobreza
Política

Diferentemente do que aconteceu em anos anteriores, governador segue sem se manifestar publicamente sobre dados divulgados pelo IBGE. Discurso contra corrupção também deixou de ser usado

Quase duas semanas após o IBGE (Instituto Brasileiro de Geográfica e Estatística) divulgar estudo apontando que o Maranhão permanece como o estado do país com a maior quantidade de pessoas com rendimento abaixo da linha da pobreza e da extrema pobreza, o governador Flávio Dino (PCdoB) até o momento não se manifestou publicamente sobre o assunto.

De acordo com os dados do SIS (Síntese de Indicadores Sociais) referentes ao ano passado, 20% da população maranhense está vivendo em situação de extrema pobreza, com rendimento domiciliar de apenas R$ 145 por mês, e 53,0% da população abaixo da linha da pobreza, com renda mensal per capta de R$ 420.

A linha é definida pelo Banco Mundial —que é a métrica adotada pelo IBGE—, que considera em pobreza extrema aqueles que vivem com até US$ 1,90 por dia, ou seja, o equivalente a R$ 145 por mês. Por outro lado, são considerados pobres aqueles que tem o PPC (paridade do poder de compra) menor que US$ 5,50 por dia, o que equivale a R$ 420 por mês.

Procurado pelo ATUAL7 desde o último dia 7 para se posicionar sobre a proporção de pessoas vivendo em condição de pobreza e extrema pobreza no estado, o Gabinete de Flávio Dino ainda não respondeu o contato. A mesma solicitação foi feita à comunicação do Governo do Maranhão, que também não retornou.

Embora não se possa afirmar categoricamente, o silêncio pode estar relacionado ao novo momento político vivido pelo comunista.

Diferentemente do que aconteceu em anos anteriores, quando ainda era oposição e durante todo o primeiro mandato à frente do Palácio dos Leões, Dino não pode mais utilizar o batido discurso de meio século de herança maldita e nem culpar o ex-presidente José Sarney (MDB) pela miséria no estado. Por iniciativa do próprio governador, que precisa da benção do emedebista para se manter no jogo político e disputar a eleição presidencial contra Jair Bolsonaro (PSL) em 2022, ele agora é aliado do ex-desafeto.

Com a aliança, divulgada pelo próprio Flávio Dino nas redes sociais, em vez de continuar sendo eternamente culpado pela pobreza e extrema pobreza no Maranhão, Sarney se tornou “liderança política importante”, com “larga experiência” e que pode “proteger a Constituição e a democracia”.

O discurso de que a miséria no estado ocorre em razão da alta corrupção dos agentes do Poder também não cairia bem. No Palácio dos Leões desde 2015, tendo inclusive criado a STC (Secretaria de Estado da Transparência e Controle) exatamente para combater essa praga, agora é a própria gestão comunista quem se vê na mira de força-tarefa formada pela Polícia Federal, Ministério Público Federal, CGU (Controladoria-Geral da União) e Receita Federal, sob acusação de fraude e desvio de dinheiro público.

Flávio Dino, como se percebe, não está ignorando a realidade do Maranhão sob sua gestão, já que até deve ter o que dizer sobre os dados do IBGE relativos à pobreza e extrema pobreza no estado. Contudo, parece não poder responder.

Puxado pelo agronegócio, PIB do MA teve o 4º maior crescimento do Brasil em 2017, diz IBGE
Economia

No extremo oposto, porém, PIB per capita do estado foi o mais baixo do país

O Maranhão foi o 4ª estado brasileiro com maior crescimento no PIB (Produto Interno Bruto) em 2017, segundo pesquisa divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), nesta quinta-feira 14.

De acordo com os dados, a economia do Maranhão cresceu 5,3% no ano passado. A alta foi maior do que a média nacional (1,3%), principalmente por causa do desempenho do agronegócio.

Conforme comemorou o governo Flávio Dino, boa parte da produção de grãos é transportada pelo Porto do Itaqui, que também teve forte contribuição para o resultado.

No ranking nacional de variação de volume, à frente do Maranhão ficaram Mato Grosso (12,1%), Piauí (7,7%) e Rondônia (5,4%). Já no Nordeste, o estado teve a segunda maior alta do PIB naquele ano.

Ainda segundo o IBGE, no extremo oposto, o Maranhão se manteve como menor PIB per capita do Brasil em 2017, com R$ 12.788,75. Desde 2012 que o estado disputa com o Piauí —que ficou em penúltimo com R$ 14.089,78— as duas piores colocações.

O PIB é o total de valor gerado por uma economia em um determinado ano. Ou seja, quanto maior, melhor a economia. Já o PIB per capita é esse valor dividido pela população do país, estado ou cidade, por isso melhor para ver a desigualdade.

Sob Dino, Maranhão segue liderando ranking de pobreza e extrema pobreza
Economia

Levantamento do IBGE aponta que 20% dos maranhenses vivem com menos de R$ 145 por mês, e 53,0% com até R$ 420

Levantamento divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geográfica e Estatística) aponta que o Maranhão, sob o governo de Flávio Dino (PCdoB) desde janeiro de 2015, segue como o estado do país com a maior quantidade de pessoas com rendimento abaixo da linha da pobreza e da extrema pobreza.

Os dados são SIS (Síntese de Indicadores Sociais), referentes ao ano de 2018, divulgados nesta quarta-feira 6.

Segundo os números, no ano passado, o país ainda tinha 13,5 milhões de pessoas em extrema pobreza, com o Maranhão permanecendo na liderança do ranking. O estudo aponta, ainda, que a pobreza atinge sobretudo a população preta ou parda.

No estado, diz o IBGE, o rendimento domiciliar de 20% da população maranhense é de apenas R$ 145 por mês, e 53,0% da população possui renda mensal per capta de R$ 420.

A linha é definida pelo Banco Mundial —que é a métrica adotada pelo IBGE—, que considera em pobreza extrema aqueles que vivem com até US$ 1,90 por dia, ou seja, o equivalente a R$ 145 por mês. Por outro lado, são considerados pobres aqueles que tem o PPC (paridade do poder de compra) menor que US$ 5,50 por dia, o que equivale a R$ 420 por mês.

Na campanha eleitoral de 2018, durante entrevista à TV Mirante, o governador Flávio Dino foi questionado sobre a situação calamitosa vivida pelos maranhenses, completamente contrária ao prometido por ele ainda na primeira disputa pelo Palácio dos Leões, quando derrotou a família Sarney apresentando-se ao eleitorado como uma mudança na política e na forma de governar.

Como resposta, porém, Dino afirmou que jamais garantiu que tiraria o Maranhão da pobreza extrema. “Eu não prometi esse absurdo, que seria obviamente algo inviável, algo inalcançável”, disse.

Primeiro governo Dino termina com MA liderando ranking de pobreza extrema
Política

Levantamento do IBGE aponta que, apenas em 2016, mais de 312 mil famílias maranhenses voltaram à condição de miseráveis

A realidade do Maranhão passou longe dos discursos em palanques e das declarações dadas pelo governador Flávio Dino (PCdoB), durante os horários da propaganda eleitoral de 2014. O primeiro governo do comunista foi também diferente daquele prometido da sacada do Palácio dos Leões para uma multidão esperançosa em 1º de janeiro de 2015, no dia da posse.

Segundo dados da Síntese de Indicadores Sociais (SIS) referentes ao ano passado, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geográfica e Estatística (IBGE) neste mês, o Maranhão possui o maior número de famílias vivendo em situação de pobreza extrema, permanecendo na liderança do ranking nacional. Os dados referentes a 2018 serão divulgados no próximo ano.

De acordo com o levantamento mais recente, 54,1% das famílias maranhenses vivem com menos de R$ 406 por mês, valor baseado na referência internacional do Banco Mundial, que considera como situação de pobreza extrema a linha de 5,5 dólares por dia. Além disso, mais de 81% dos maranhenses não possui saneamento básico adequado; e em 29,2% dos domicílios não há abastecimento de água por rede, apesar dos anunciados programas Mais IDH e Água para Todos.

Longe de ser um fato isolado, dados do IBGE referentes aos anos anteriores da gestão do único governador comunista do país mostram que a situação do maranhense é cada vez pior.

Segundo pesquisa do SIS referente a 2016, por exemplo, quando o rendimento mensal representava o valor de R$ 387,15 por pessoa, 312 mil maranhenses voltaram à condição de miseráveis. O Maranhão, inclusive, foi o único estado a atingir naquele levantamento mais da metade da população nas condições de extrema pobreza de acordo com o índice do Banco Mundial.

Durante a campanha eleitoral de 2018, quando conseguiu se reeleger para o cargo no primeiro turno, Flávio Dino chegou a ser questionado, em entrevista à TV Mirante, sobre a situação calamitosa vivida pelos maranhenses, completamente contrária ao prometido por ele na primeira disputa pelo governo, quando apresentou-se ao eleitorado como uma mudança na política e na forma de governar.

Como resposta, Dino afirmou que jamais garantiu que tiraria o Maranhão da pobreza extrema. “Eu não prometi esse absurdo, que seria obviamente algo inviável, algo inalcançável”, disse.