PEC da Prisão em 2ª Instância
Eliziane defende avanço das propostas sobre prisão em 2ª instância no Congresso
Política

Para grupo de senadores, decisão do STF comprometeu a segurança jurídica do País e o combate à criminalidade e à corrupção

A líder do Cidadania no Senado, Eliziane Gama (MA), defende a tramitação ao mesmo tempo na Casa e na Câmara dos Deputados das propostas sobre a prisão após condenação em segunda instância.

Na quarta-feira 27, em reunião com o autor da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que trata do tema, deputado federal Alex Manente (Cidadania-SP), e integrantes do movimento Muda Senado, ela garantiu que irá trabalhar para o avanço da PEC e do projeto em análise na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado tratando do mesmo assunto. Também participou o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).

Na avaliação do grupo de senadores presentes no encontro, a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de interromper a possibilidade de prisão em segunda instância comprometeu a segurança jurídica do País e o combate à criminalidade e à corrupção. O ponto em comum entre eles é de que é preciso dar uma resposta rápida à sociedade.

“Nós entendemos que as duas Casas [Câmara e Senado] precisam trabalhar nesse sentido para afinal darmos uma resposta para a população brasileira. Apesar de a PEC ter uma segurança jurídica maior, sua tramitação é muito demorada. Nós vamos avançar nas duas linhas”, disse Eliziane Gama.

Como mostrou o ATUAL7, dos três senadores pelo Maranhão, Eliziane Gama foi a primeira a se posicionar a favor da aprovação da proposta que altera inciso da Constituição para permitir a possibilidade de execução provisória da pena, após a condenação por órgão colegiado. Posteriormente, Roberto Rocha (PSDB-MA) também se manifestou de forma favorável, permanecendo apenas Weverton Rocha (PDT-MA) contra.

Segundo o artigo 5º da Constituição, “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”, isto é, enquanto não se esgotarem as possibilidades de recurso a todas as instâncias da Justiça.

A proposta em discussão na Câmara dos Deputados, no caso, define que o réu só poderá recorrer até a segunda instância e, depois disso, o processo transitará em julgado.

A PEC define, ainda, que o processo até poderá seguir para o Supremo ou para o STJ (Superior Tribunal de Justiça), mas por meio de uma nova ação para questionar aspectos formais da sentença.

Roberto Rocha diz ser a favor da prisão após condenação em 2ª instância
Política

Antes dele, já havia apresentado posicionamento favorável a senadora Eliziane Gama. Pelo Maranhão, apenas Weverton permanece contra

O senador Roberto Rocha (PSDB-MA) divulgou no Twitter, nesta quarta-feira 13, posicionamento a favor da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que prevê prisão após a condenação em segunda instância.

“A minha posição é para que a Constituição seja alterada para condenação em 2ª instância. Não pelo ex-presidente Lula, mas pela perspectiva de melhorar a segurança jurídica e o ambiente de negócios. Não podemos passar um ar de impunidade aos que desejam investir no Brasil.”, disse.

A publicação e posicionamento do tucano ocorrem um dia após a presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, Simone Tebet (MDB-MS), divulgar que fechou um acordo com o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para garantir a tramitação das propostas de senadores que querem retomar a prisão após condenação em segunda instância, revertendo a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) da semana passada, de que um condenado só pode ser preso após o trânsito em julgado (o fim dos recursos) —o que acabou beneficiando o ex-presidente Lula (PT).

Segundo a emedebista, o tema será pautado na CCJ na próxima quarta-feira 20. Se aprovada pelo colegiado, vai ao plenário.

Antes de Roberto Rocha, pelo Maranhão, já havia se posicionado a favor da prisão após segunda instância a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA). Ela, inclusive, subscreve a PEC apresentada pelo senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) neste sentido.

Com isso, da bancada maranhense no Senado, apenas Weverton Rocha (PDT-MA) —que, também no Twitter, publicou que “a decisão do Supremo sobre a segunda instância recoloca nos trilhos os caminhos dos direitos constitucionais”, e que “Lula foi vítima de um erro histórico que finalmente foi corrigido”— permanece contrário à emenda à Constituição.

PEC da prisão em segunda instância tem apoio de apenas oito deputados do MA
Política

Proposta propõe mudança no artigo da Constituição que trata da consideração de culpa em trânsito julgado

A Câmara dos Deputados analisa, desde a última terça-feira 27, quando foi protocolada, proposta que inclui na Constituição a possibilidade de prisão de réu condenado em segunda instância. A matéria é de autoria do deputado federal Alex Manente (PPS-SP), e teve a adesão impulsionada pela entrevista do juiz federal Sergio Moro, na noite do dia anterior, ao programa Roda Viva. Para o magistrado de Curitiba, uma eventual revisão do precedente que permitiu a prisão antes de esgotados todos os recursos, em pauta no Supremo Tribunal Federal (STF), representaria “um passo atrás” no combate à corrupção.

Das 195 assinaturas validadas pela Secretaria-Geral da Mesa, que representa 24 a mais do que o número mínimo necessário para a tramitação da PEC na Casa, apenas oito são de deputados do Maranhão. São eles: Alberto Filho (MDB), Aluísio Mendes (PODE), Eliziane Gama (PPS), Hildo Rocha (MDB), Júnior Marreca (PEN), Luana Costa (PSB), Weverton Rocha (PDT) e Zé Carlos (PT).

Segundo o texto, a PEC propõe a substituição do Artigo 5º da Constituição em que diz que “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória” por “ninguém será considerado culpado até a confirmação de sentença penal condenatória em grau de recurso”.

A proposta agora ficará na fila para ser analisada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. A inclusão na pauta dependerá de um acordo entre os partidos.

Caso aprovada na CCJ, a matéria tramitará em uma comissão especial, cuja criação depende do presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). Se for aprovada na comissão especial, seguirá para o plenário. Por se tratar de uma mudança na Constituição, a PEC precisará ser aprovada por pelo menos 308 votos em dois turnos, antes de seguir para o Senado.

Intervenção no Rio

O Artigo 60 da Constituição, contudo, diz que a Carta não pode ser alterada enquanto durar decreto de intervenção federal, como é o caso atual do Rio de Janeiro, onde a segurança pública está sob o comando das Forças Armadas.

Diante disso, em março passado, Rodrigo Maia decidiu que as PECs em análise na Câmara poderão tramitar, mas não poderão ser votadas pelo plenário.