Adepol MA
Marconi Lima é reeleito presidente da Adepol-MA
Política

Chapa 100% Adepol - Trabalhos e Conquistas conquistou 264 votos, contra apenas 82 da chapa Democracia e Dignidade

Os delegados de Polícia Civil do Estado do Maranhão voltaram a escolher, nesta sexta-feira 8, o delegado Marconi Chaves Lima para a missão de dirigir a Associação dos Delegados, pelo triênio 2016/2019.

A eleição terminou no final da tarde, e o resultado foi de 264 votos para a chapa “100% Adepol - Trabalhos e Conquistas”, encabeçada por Marconi, contra apenas 82 da chapa “Democracia e Dignidade”, que teve como cabeça de chapa o delegado Wang Chao Jen.

O processo eleitoral ocorreu de forma organizada, tendo sido as urnas descentralizadas em Imperatriz, Pinheiro, Presidente Dutra, Balsas, Santa Inês e Timon, melhorando o acesso ao voto a todos os associados que estevam distantes da capital.

Maranhão

Alex Aragão diz que foi vítima de armação política e tirado da convivência dos dois filhos autistas

O Blog do Gilberto Léda publicou com exclusividade, desde as primeiras horas deste domingo 24, a carta deixada pelo ex-delegado de Coroatá, Alex Aragão – que respondia pela Delegacia de São Raimundo das Mangabeiras -, antes de se matar num apartamento em Teresina, no Piauí.

Escrito de próprio punho, o relato explicita o que Aragão considerou como os motivos para tirar a própria vida com um tiro na boca: perseguição, em virtude da sua transferência de Coroatá para São Raimundo das Mangabeiras, e a distâncias dos dois filhos autistas.

“Me despeço dessa vida porque não aguento mais a perseguição que recai sobre mim desde que surgiu o problema com advogado de Coroatá. […] Me envolveram em uma armação política”, escreveu.

A carta foi escrita em uma página de uma agenda pessoal do delegado, exatamente na data em que os investigadores acreditam que ele cometeu o suicídio, dia 8 de janeiro. Algo que foi escrito no dia 9, porém, está encoberto por fita gomada.

A mensagem é direcionada à mãe, aos irmãos e aos filhos, de quem ele dizia ter sido afastado. “Que depois de hoje isso não se repita […]. Me tiraram da convivência dos meus filhos”, completou.

Alex Aragão deixou também um recado à Associação dos Delegados de Polícia (Adepol) do Maranhão. “Quero que a associação interceda por mim pelos direitos dos meus filhos”, pediu, antes de finalizar agradecendo a Deus por ter dado a ele a oportunidade de ter sido delegado.

Veja a carta deixada por delegado que se matou em Teresina

Sebastião Uchôa cobra acompanhamento da Adepol em remoções de delegados
Política

Caso do delegado Alex Aragão foi tomado como um dos exemplos. Em depressão devido a transferência de Coroatá para São Raimundo das Mangabeiras, ele atirou contra a própria boca

O delegado Sebastião Uchôa, titular da 6º Distrito Policial, na Cohab, em São Luís, protocolou requerimento junto à Associação dos Delegados da Polícia Civil (Adepol) do Maranhão, no final da manhã desta segunda-feira 11, solicitando providências da entidade no acompanhamento de remoção de policiais civis, especialmente de delegados de polícia do Maranhão.

Sebastião Uchôa quer que Adepol-MA tome providências urgentes em relação aos critérios adotados pelo governo para transferir policiais civis, principalmente delegados
Atual7 Suspeita de perseguiçãoSebastião Uchôa quer que Adepol-MA tome providências urgentes em relação aos critérios adotados pelo governo para transferir policiais civis, principalmente delegados

No documento, feito um dia após a descoberta do corpo do delegado Alex Aragão na cidade de Teresina, no Piauí, Uchôa pede para que seja considerado o fato ocorrido com Aragão que, segundo ele, teve remoção aparentemente "não tão diferente de outros casos que, sem justificativa plausível, vem sendo removidos ao arrepio da lei". Transferido no ano passado do município de Coroatá para São Raimundo das Mangabeiras, Alex Aragão atirou contra a própria boca, segundo se compreende de relatos que vinha mantendo com amigos mais próximos, devido a problemas de forte depressão enfrentados desde a remoção, que considerava arbitrária.

Além do ocorrido com o ex-delegado de Coroatá, Uchôa também tomou como exemplo para as solicitações à Adepol-MA casos ocorridos recentemente contra ele próprio e contra o delegado Gustavo Machado.

"A situação é tão grave e preocupante que temos como exemplo não tão distante, como a remoção deste subscritor e do colega Gustavo Machado da Delegacia Especializada de Meio Ambiente, onde até a presente data não apresentaram motivação para o ato administrativo, senão o vago uso da do instituto da 'discricionariedade', para encobrirem, possivelmente, outra intenção  da administração do Sistema de Segurança Pública na presente gestão governamental", denunciou.

Carta

Em contato com o Atual7 no final da noite de ontem 10, o presidente da Adepol-MA, delegado Marconi Lima, confirmou a existência da carta deixada por Alex Aragão, mas disse que ainda não conhecia o conteúdo do documento.

"Os delegados do Piaui me confirmaram a existência da carta, mas o teor pretendo ter acesso quando os familiares me entregarem", disse.

No início da tarde de hoje, em novo contato, Marconi Lima explicou que passou o dia todo envolvido com o velório e atendendo a pedidos dos familiares, e que retornará a Teresina somente à noite, onde pretende ir à delegacia de homicídios da cidade, já que a carta se encontra de posse da polícia, que investiga o caso.

Há relatos de que, no carta, Alex Aragão teria feito duras críticas à atua gestão da Secretaria de Segurança Pública (SSP) e ao comando da Polícia Civil do Maranhão.

Investigação contra a Central Engenharia teria motivado remoção de Sebastião Uchôa
Política

Delegado foi exonerado da DEMA após abrir investigação contra prestadora de serviços da Prefeitura de São Luís e do governo Flávio Dino

São cada vez mais fortes, nos bastidores, a informação de que a remoção do delegado Sebastião Uchôa da Delegacia Especializada do Meio Ambiente (DEMA), onde vinha desenvolvendo linhas diversas de atuação, especialmente na repressão à violência contra os animais, poluição diversas e vários inquéritos complexos contra grandes empresas, inclusive públicas, pode estar ligada à investigação aberta pelo delegado contra a Central Engenharia de Construções Ltda - ME, empresa de asfaltamento que presta serviços para a Prefeitura de São Luís e o governo estadual sob suspeita de favorecimento da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais (SEMA) em questão operacionais e ambientais.

Operação resgatou 58 trabalhadores da Central Engenharia em condições análogas à escravidão
Divulgação/MPT Usinas de escravidão Operação resgatou 58 trabalhadores da Central Engenharia em condições análogas à escravidão

Após denúncia da deputada oposicionista Andrea Murad (PMDB), que resultou pouco tempo depois em operação que libertou 58 trabalhadores em condições semelhantes à escravidão em Paço do Lumiar, onde funcionava a Central Engenharia, Uchôa teria aberto investigação e encontrado indícios de que o titular da SEMA, Marcelo Coelho, teria cometido crime ambiental ao dar licença de funcionamento para a empresa operar por 120 dias sem nenhuma licença prévia de instalação, de operação e de uso do solo.

O delegado, inclusive, estaria encontrando dificuldade para intimar Coelho, por a empresa ser uma das responsáveis pelo programa estadual "Mais Asfalto".

Além desta questão, Sebastião Uchôa também teria incomodado o governo comunista ao abrir inquérito para investigar o crime ambiental cometido pela Caema (Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão) no vazamento de esgoto que culminou com uma grande mancha escura na orla da praia de São Marcos. Ocorrido em meados de agosto deste ano, a presença da mancha escura na água causou grande mobilização nas redes sociais. Internautas postaram no Facebook, Instagram, Twitter e Whatsapp fotos de diferentes ângulos da “língua negra”, como é chamada por biólogos esse tipo de situação, devido ao alto grau de resíduos sólidos lançados em afluentes de rios que desaguam no mar.

Inquérito aberto por Uchôa contra a Caema para investigar crime ambiental também deixou os Leões insatisfeitos
Reprodução Língua Negra Inquérito aberto por Uchôa contra a Caema para investigar crime ambiental também deixou os Leões insatisfeitos

Em ambos os casos, os inquéritos abertos estariam caminhando para o enquadramento dos secretários Marcelo Coelho e Davi Telles, titular da Caema, que chegou a ser intimado para prestar esclarecimentos sobre o crime ambiental que ocorreu na praia de São Marcos.

Diante da repercussão cada vez maior de que a remoção do delegado teria sido motivada por perseguição, o Governo do Maranhão foi procurado pelo Atual7, via e-mail, para se manifestar sobre o caso, mas não respondeu ao pedido de nota até a publicação desta publicação. Por conta de um desabafo feito por Sebastião Uchôa nas redes sociais, de que estaria correndo risco de vida por ter sido removido para uma área controlada por membros de facção Primeiro Comando do Maranhão (PCM), cujo um dos líderes foi transferido do Complexo Penitenciário de Pedrinhas para um presídio federal por determinação do delegado, a reportagem procurou ainda a Associação dos Delegados de Polícia Civil  (Adepol) do Maranhão, via formulário de contato no site da entidade, mas a Adepol-MA também não se manifestou.

Mais perseguição

Uchôa não é o único que estaria sofrendo perseguição por não aceitar silenciar ou abortar investigações por pressão do Palácio dos Leões. Antes de sua remoção para o 15º DP, no São Raimundo, em São Luís, o delegado André Gossain já havia caído do posto de titular da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic) após repreender publicamente o titular da Secretaria de Estado de Segurança Pública, delegado Jefferson Portela, próximo do governador Flávio Dino (PCdoB) desde os tempos em que era apenas um mero carregador de bandeiras do partido.

Além deles, há ainda informações de que o delegado Manoel Almeida teria caído da Superintendência Estadual de Prevenção e Combate à Corrupção após não aceitar imposições de Portela para abrir inquéritos "de forma irresponsável", isto é, inquéritos políticos, contra adversários do governo.

A força dos Leões também estaria apontada em direção do delegado Marcos Affonso, da Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos (DRFV), em São Luís, pelo trabalho independente que vem desenvolvendo estar afetando gente muito próxima a um secretário-braço do governador do Maranhão.

Delegados do Maranhão podem entrar em greve na próxima segunda-feira, 13
Política

Governador Flávio Dino se nega a atender reivindicações e a dialogar pessoalmente com a categoria

Delegados da Polícia Civil do Maranhão decidirão, em Assembleia Geral na sede da Associação dos Delegados de Polícia (Adepol) do Maranhão, em São Luís, na próxima segunda-feira (13), pela paralisação ou não das atividades da categoria em todo o estado, por tempo indeterminado, em protesto contra o governo Flávio Dino.

Desde o início do novo governo, em janeiro deste ano, os delegados tentam dialogar com Flávio Dino por melhores condições de trabalho - agravada principalmente pela indevida custódia de presos de justiça nas repartições policiais, sobretudo no interior do estado - , sendo recebidos em reunião somente pelo chefe da Casa Civil, Marcelo Tavares, e pelo secretário de Segurança Pública, Jefferson Portela, onde ficou acertado o prazo máximo de 90 dias para atender aos pleitos dos delegados.

Nesse meio tempo, ofendido nos brios por a Adepol ter dado entrada em um ofício que confirmava esses 90 dias para a implantação das medidas que favoreceriam a categoria, o governador do Maranhão foi ao Supremo Tribunal Federal (STF) argumentar contra a implantação da equiparação salarial dos delegados a de procuradores do Estado.

A animosidade entre os delegados e o comunista aumentou ainda mais quando se descobriu que, diferentemente de outros governadores, Dino não somente autorizou que a PGE entrasse com mais um recurso protelatório contra os delegados, como também assinou um recurso dentro de uma nova ação, a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) no STF, contra dispositivos da Lei 4.983/1989, do Estado do Maranhão, que estabelece isonomia remuneratória entre as carreiras de procurador do estado e delegado de polícia, o que foi recebido pela categoria como uma tentativa de demarcação nitidamente contrária às suas reivindicações - além de desqualificar o trabalho de todos os delegados do Maranhão, colocando-os de pouca importância para o Estado em relação ao trabalho desenvolvido pelos procuradores.

Segundo fonte ouvida pelo Atual7, como o prazo dado por Tavares e Jefferson estoura neste domingo (12), caso o governo estadual continue a se negar em responder as tentativas de acordo, ou permaneça sem qualquer indicativo de abertura de diálogo, a categoria decidirá pela greve.