CGJ MA
Delegatário de Caxias está também na mira da Corregedoria do CNJ e da Seccor
Política

Corregedor nacional de Justiça abriu apuração sobre suposto tratamento privilegiado a Aurino Rocha pela CGJ-MA. Inquéritos policiais contra tabelião investigam a suspeita de falsidade ideológica, crime contra a ordem tributária, excesso de exação e corrupção passiva

Titular do 1º Ofício da Serventia Extrajudicial de Caxias (MA), o delegatário Aurino da Rocha Luz também está na mira da Corregedoria Nacional de Justiça, órgão do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), e da Seccor (Superintendência Estadual de Prevenção e Combate à Corrupção), da Polícia Civil maranhense, por supostas irregularidades e práticas criminosas na função.

O ATUAL7 apurou que o registrador e tabelião do 1º Ofício Extrajudicial de Caxias é alvo de uma reclamação disciplinar no âmbito da Corregedoria do CNJ que apura, em conjunto, uma série de denúncias sobre suposta sonegação dolosa de valores ao Ferj (Fundo Especial de Modernização e Reaparelhamento do Judiciário) e ao Ferc (Fundo Especial das Serventias de Registro Civil de Pessoas Naturais do Maranhão).

Instaurada em abril por determinação do corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, a investigação também mira suposto tratamento privilegiado que a CGJ (Corregedoria-Geral de Justiça) do Maranhão estaria dando a Aurino Rocha.

A suspeita é de que estaria havendo, por parte da CGJ-MA, lentidão na apuração de suspeitas contra o delegatário, o que poderia gerar a ocorrência de prescrição dos supostos crimes apontados; negativa à orientação pelo afastamento preventivo do tabelião, apesar do reconhecimento da gravidade dos fatos investigados; e oferta para ocupar a função de interventor em outro cartório no estado, mesmo havendo contra ele procedimentos administrativos disciplinares em trâmite –fato que, posteriormente, após forte pressão, provocou sua destituição da intervenção.

A Corregedoria do CNJ é responsável por receber e processar reclamações e denúncias de qualquer pessoa ou entidade com interesse legítimo, relativas aos magistrados e aos serviços judiciários auxiliares, serventias, órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação do poder público ou sejam por este oficializados.

Procurada pelo ATUAL7, a CGJ-MA encaminhou nota após a publicação desta reportagem. Segundo alegou, a demora no envio da resposta se deu em razão da falha no sistema nacional de energia que afetou o fornecimento de luz em estados de todas as regiões do país, na manhã desta terça-feira (15).

Na nota, a CGJ-MA rebate a suspeita de tratamento privilegiado a Aurino Rocha pelo órgão, e reforça ter instaurado contra ele, recentemente, um procedimento administrativo disciplinar para apurar fatos semelhantes ao investigado pela Corregedoria do CNJ (confira no final da reportagem).

Na Seccor, o delegatário é alvo de pelo menos cinco inquéritos policiais, todos instaurados no mês passado por determinação do delegado de Polícia Civil Ricardo Luiz de Moura e Silva, no âmbito do 2º Dicrif (Departamento de Combate aos Crimes Funcionais). As suspeitas são de suposta prática de crimes de falsidade ideológica; contra a ordem tributária; de excesso de exação (quando o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza); e corrupção passiva.

Conformou revelou o ATUAL7, Aurino Rocha também é investigado pela CGJ do Maranhão, atualmente comandada pelo desembargador do Tribunal de Justiça do Estado, José de Ribamar Froz Sobrinho, em procedimento administrativo disciplinar instaurado em junho último para apurar suspeitas de prática de extorsão, coação e também sonegação dolosa de valores ao Ferj e ao Ferc.

A comissão processante constituída na CGJ-MA tem até o próximo dia 28 para finalizar a apuração e elaborar parecer conclusivo sobre o caso. Se necessário, porém, a instrução pode ser prorrogada por 60 dias, sob motivação comprovada dos membros.

O ATUAL7 não conseguiu o contato de Aurino Rocha.

Nos autos, ele alega que as suspeitas são inverídicas, que as denúncias apresentadas são genéricas e imprecisas e que a acusação de suposta transformação da serventia em um balcão de negócios já teria sido objeto de procedimento anterior, julgado improcedente.

O que diz a CGJ-MA

Em relação às alegações sobre “suposto tratamento privilegiado que a CGJ do Maranhão estaria dando a Aurino Rocha”, temos, da análise objetiva dos processos, não encontrar amparo fático.

De fato, os processos administrativos iniciados por reclamação em face do delegatário referido tem tido o mesmo tratamento que as outras reclamações da mesma espécie, em consonância com o disposto no Código de Normas desta Corregedoria Geral de Justiça do Estado do Maranhão e procedimentos internos adotados.

Em decisão datada de 27/06/2023 proferida no Pedido de Providências nº 0000104-11.2023.2.00.0810 foi determinada a abertura de Processo Administrativo Disciplinar em desfavor do delegatário Aurino da Rocha Luz, Delegatário Titular do 1º Ofício Extrajudicial de Caxias, com vistas a apurar o descumprimento do disposto no art. 30, II, V, VIII, IX, XI, XII, XIV da Lei 8.935/94, além de todas as imputações de sonegação de valores ao FERJ e FERC, uso da delegação em benefício próprio, cobrança indevida de emolumentos, dentre outras, a ser processado no âmbito da Coordenadoria de Processos Administrativos Disciplinares e Sindicâncias (CPADES), do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão.

O Processo Administrativo Disciplinar referido foi instaurado por meio da Portaria-CGJ nº2939, de 28 de junho de 2023 e, conforme procedimento regimental, está sendo processado no âmbito da Coordenadoria de Processos Administrativos Disciplinares e Sindicâncias (CPADES), e não desta Corregedoria.

O Pedido de Providências nº 0000104-11.2023.2.00.0810 foi instaurado de ofício por esta Corregedoria Geral da Justiça do Maranhão, em decorrência da informação, veiculada pela imprensa local, de que o Delegatário Titular do 1º Ofício Extrajudicial de Caxias, Aurino da Rocha Luz, estaria supostamente extorquindo pessoas no exercício da atividade notarial e registral e, ainda, que haveria indícios de sonegação dolosa de valores ao FERJ e FERC.

No que tange à Reclamação Disciplinar em face do delegatário em trâmite no Conselho Nacional de Justiça, de número 0002611-47.2023.2.00.0000, pode ser visualizada mediante consulta pública no PJe, não havendo, igualmente, qualquer ingerência da Corregedoria local.

Por fim, informa-se que o delegatário Aurino da Rocha Luz, atualmente, não é interventor em qualquer serventia extrajudicial do Estado do Maranhão, e que os processos seguem trâmite regular.

Corregedoria investiga delegatário de Caxias por suspeitas de extorsão, coação e sonegação de valores a fundos do Judiciário
Política

Procedimento administrativo disciplinar contra Aurino da Rocha Luz tem como base elementos de prova de um processo que tramita no CNJ

A CGJ (Corregedoria-Geral de Justiça) do Maranhão, órgão voltado ao funcionamento e à disciplina da Justiça de 1º Grau e do serviço extrajudicial no âmbito do Poder Judiciário do Estado, instaurou um procedimento administrativo disciplinar para apurar a atuação do delegatário Aurino da Rocha Luz, titular do 1º Ofício da Serventia Extrajudicial de Caxias, cidade localizada a distante 368 quilômetros de São Luís.

A investigação foi aberta no último dia 28 de junho, por determinação do desembargador do Tribunal de Justiça do Maranhão, José de Ribamar Froz Sobrinho, chefe da CGJ-MA.

O PAD é baseado em elementos de prova de um processo que tramita na Corregedoria Nacional do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) que apura suspeitas de prática de extorsão, coação e sonegação dolosa de valores ao Ferj (Fundo Especial de Modernização e Reaparelhamento do Judiciário) e ao Ferc (Fundo Especial das Serventias de Registro Civil de Pessoas Naturais do Maranhão).

A comissão processante constituída por Froz Sobrinho tem até o próximo dia 28 para finalizar a apuração e elaborar parecer conclusivo sobre o caso. Se necessário, porém, a instrução pode ser prorrogada por 60 dias, sob motivação comprovada dos membros.

O ATUAL7 não conseguiu o contato de Aurino Rocha.

Nos autos, ele alega que as suspeitas são inverídicas, e que a acusação de suposta transformação da serventia em um balcão de negócios já teria sido objeto de procedimento anterior, julgado improcedente.

Suspeitos de comandar pirâmide financeira vão depor nesta terça em sindicância
Cotidiano

Procedimento foi instaurado pelo corregedor-geral de Justiça, desembargador Marcelo Carvalho. Delegacia de Defraudações também investiga o caso

Está marcada para esta terça-feira 29, no Fórum Desembargador Sarney Costa, a oitiva do médico Abdon Murad Júnior, proprietário da Abdon Murad Júnior Participações e Empreendimentos Imobiliários e do fundo AMJ Participações, e Pedro Henrique Souza de Sampaio, dono da PH Participações e Serviços, em sindicância instaurada no âmbito da CGJ (Corregedoria-Geral de Justiça), há cerca de duas semanas.

Suspeitos de comandar esquema milionário de pirâmide financeira no Maranhão, eles vão responder sobre a suposta participação de juízes de primeira instância na pirâmide, também investigada em apuração já avançada na Polícia Civil, por meio da Delegacia de Defraudações.

A tomada dos depoimentos foi determinada pelo corregedor-geral de Justiça, desembargador Marcelo Carvalho, após publicação no blog do Neto Ferreira relatar que o proprietário da PH Participações e Serviços afirmou em inquérito policial que os juízes —além de promotores e desembargadores— teriam investido no suposto esquema criado por Abdon Marinho Júnior.

De acordo com a portaria de instauração da sindicância, os suspeitos serão ouvidos na sala da CGJ que fica no Fórum, a partir das 16 horas, pelo próprio Marcelo Carvalho ou pelo juiz auxiliar Raimundo Moraes Bogéa.

O presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão, desembargador Joaquim Figueiredo; o procurador-geral de Justiça, Luiz Gonzaga Martins Coelho; e o procurador-geral da República, Augusto Aras, foram notificados a respeito da abertura da sindicância, prevista para ser concluída até o início da segunda quinzena de dezembro deste ano.

CGJ ouve nesta segunda Ney Anderson e Tiago Bardal
Cotidiano

Delegados vão depor sobre acusação de que Jefferson Portela teria conhecimento de supostos ilícitos praticados por magistrados

A Corregedoria-Geral de Justiça (CGJ) do Maranhão vai ouvir, nesta segunda-feira 17, os delegados de Polícia Civil Ney Anderson Gaspar e Tiago Mattos Bardal, a respeito de possível conhecimento do secretário de Segurança Pública Jefferson Portela sobre supostos ilícitos praticados por juízes maranhenses de primeira instância.

Prevista para começar a partir das 16h, no Fórum Desembargador Sarney Costa, a audiência foi marcada em maio último pelo desembargador Marcelo de Carvalho, que comanda a CGJ-MA, com base nas acusações feitas em carta por Ney Anderson, e publicadas com exclusividade pelo blog do Neto Ferreira. Também obrigou Carvalho a realizar o ato a repercussão do caso no Estadão.

Como se encontra preso preventivamente na Delegacia da Cidade Operária (Decop), em São Luís, por acusação de envolvimento com organizações criminosas de assalto a bancos e em contrabando, Bardal deverá ser escoltado até o local.

Também haverá a oitiva do próprio Portela – ou já houve, já que a CGJ decidiu colocar sob sigilo o trâmite do procedimento –, em data e local a ser indicado pelo próprio. A prerrogativa é um direito garantido ao titular da SSP-MA pelo Código de Processo Penal (CPP), em razão do cargo ocupado por ele, de secretário de Estado.

O próprio desembargador Marcelo de Carvalho tomará os depoimentos de Ney Anderson, Tiago Bardal e Jefferson Portela.

Ao final das oitivas, o corregedor-geral de Justiça produzirá um relatório conclusivo sobre o caso e encaminhará o documento para a deliberação do plenário do Tribunal de Justiça do Maranhão, na seara administrativa.

CGJ abre sindicância e vai ouvir Portela sobre supostas declarações contra juízes
Cotidiano

Segundo o delegado Ney Anderson, secretário de Segurança teria chamado magistrados de primeira instância de ‘bandidos’

A Corregedoria-Geral de Justiça (CGJ) do Maranhão instaurou uma sindicância, na última sexta-feira 24, para apurar as supostas declarações do secretário estadual de Segurança Pública, Jefferson Portela, contra juízes maranhenses de primeira instância.

De acordo com o delegado Ney Anderson Gaspar, autor da acusação, Portela teria chamado os magistrados Clésio Coelho Cunha, Marco Aurélio e Osmar Gomes de “bandidos”. As informações são do blog do Neto Ferreira.

O titular da SSP-MA nega as acusações.

Por determinação do desembargador Marcelo Carvalho, que comanda a CGJ-MA, além de Portela, serão ouvidos a respeito das supostas declarações o próprio Ney Anderson e também delegado de Polícia Civil Tiago Bardal, primeiro a denunciar que o secretário de Segurança da gestão de Flávio Dino (PCdoB) teria agido com ilegalidade contra os magistrados.

O prazo para encerramento da apuração sobre o caso é de 30 dias, podendo ser prorrogado por igual período ou continuidade excepcional dos trabalhos, após decisão de Marcelo Carvalho, para garantir o pleno esclarecimento dos fatos.

Sobre a abertura das investigações, foram comunicados por ofício o chefe da Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Humberto Martins, e o presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão, desembargador Joaquim Figueiredo.

O chefe da Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ), Luis Gonzaga Coelho, foi notificado a respeito, para que designe um membro do Parquet para participar ativamente dos interrogatórios.

Todo o procedimento deverá transcorrer sob sigilo de Justiça.

Corregedores recomendam adoção de projeto maranhense em todo o Brasil
Política

Modelo maranhense foi exposto pelo juiz gestor de Metas e Estratégias da Corregedoria maranhense, Mário Márcio de Almeida

O projeto da Corregedoria da Justiça do Maranhão, que fixa critérios para medição e análise da produtividade de juízes para fins de movimentação na carreira, foi aprovado por unanimidade por corregedores de todo o Brasil e encaminhado ao Conselho Nacional de Justiça para implantação em todo o País. O sistema de metas e avaliação consta no Provimento 35/2015 instituído pela CGJ/MA. A decisão consta na Carta de Barreirinhas, documento resultante do 70º Encontro de Corregedores, realizado de 18 a 20 de novembro, no município de Barreirinhas.

Segunda a carta, o Colégio deverá “Encaminhar ao Conselho Nacional de Justiça - CNJ, para conhecimento, análise e adoção em nível nacional, o Provimento de nº 35/2015, da Corregedoria-Geral de Justiça do Estado do Maranhão, com vistas a subsidiar a normatização de critérios para aferição do merecimento de magistrados para fins de promoção, remoção e acesso”.

O modelo maranhense foi exposto pelo juiz gestor de Metas e Estratégias da Corregedoria maranhense, Mário Márcio de Almeida. Ele destacou que a proposta foi construída de forma compartilhada e enfatizou que o método é inovador e garante justiça na quantificação dos resultados, razão pela qual teve apoio da magistratura. Além da aferição para merecimento, o magistrado também esclareceu que a norma institui um modelo de produtividade com base na similaridade das unidades judiciais.

O artigo 2º da norma estabelece os critérios para mensuração do volume de trabalho do juiz, dentre os quais podem ser destacados o número de audiências marcadas e realizadas; o número de audiências de conciliação; a quantidade de decisões interlocutórias proferidas; o número de julgamentos; o tempo médio do processo na unidade; o número de júris realizados; e o não adiamento ou cancelamento de audiências de forma injustificada.

Também é proposta da nova regulamentação garantir a eficiência e maior rapidez na prestação dos serviços judiciais. Isso porque além do estabelecimento das metas, os critérios instituídos estão vinculados ao volume de trabalho realizado pelos juízes, que por sua vez dependem da boa produtividade para que possam se movimentar na carreira.

Intercâmbio

A proposta foi aclamada por unanimidade pelos corregedores que decidiram pelo encaminhamento ao Conselho Nacional de Justiça, solicitando que o mesmo leve a iniciativa para todo o Brasil como um modelo eficiente, que alia a busca pela produtividade e celeridade com a garantia de critérios objetivos de medição dos trabalhos de cada magistrado.

Entusiasmada com o modelo maranhense, a presidente eleita do Colégio de Corregedores do Brasil, desembargadora Maria Erotides Baranjak (MT), antecipou que vai adotar a proposta em seu estado. Na avaliação da corregedora a sistemática apresentada pelo Maranhão permite melhor apuração dos quantitativos e vai facilitar o processo movimentação na carreira com base no merecimento.

“Avalio o projeto da Corregedoria maranhense como algo fantástico. Vamos adotar em Mato Grosso e espero que outras corregedorias possam aproveitar o resultado desse trabalho vindo do Maranhão”, disse Maria Erotides.