Batista Matos
Controle da Secom de São Luís definirá se PCdoB ou PDT manda em Edivaldo
Política

Comunistas trabalham para o retorno de Batista Matos. Pedetistas querem que Conceição Castro permaneça no cargo

Com a vitória do prefeito Edivaldo Holanda Júnior em São Luís, começam as especulações sobre seu secretariado, sobretudo para áreas como a Comunicação (Secom), Trânsito (SMTT) e Educação (Semed). Das três, porém, a Secom segue até agora como a mais disputada, já que o comando da pasta é que definirá quem realmente terá o controle sobre Edivaldo em sua nova gestão, se o PCdoB ou o PDT.

As duas legendas brigam pela Secom desde que as urnas confirmaram a eleição do pedetista, no último dia 30, inclusive já com nomes definidos para ocupá-la. Com a disputa entre o governador Flávio Dino (PCdoB) e o deputado federal Weverton Rocha (PDT) sobre quem é o principal responsável pela vitória de Edivaldo Júnior nas urnas, o acirramento é ainda maior.

Segundo fontes das duas siglas ouvidas pelo ATUAL7, se o partido de Flávio Dino ganhar a queda de braço, reconduzirá ao cargo o candidato derrotado a vereador Batista Matos, que já esteve no comando da pasta de novembro de 2014 até fevereiro de 2016.

Já pelo partido de Weverton Rocha, a indicação será pela manutenção da jornalista Conceição Castro. Adjunta até a desincompatibilização de Matos para disputar uma cadeira na Câmara Municipal de São Luís, Castro ascendeu ao cargo por mão comunista, mas entrou rapidamente na graça e confiança dos pedetistas por força de sua experiência e profissionalismo na área.

Se Batista Matos for o acolhido por Edivaldo Júnior no alto cargo da Secom, restará confirmado que o PCdoB é quem continuará comandando e controlando cada passo dado pelo prefeito de São Luís. Por outro lado, se Conceição Castro permanecer no cargo e continuar desenvolvendo o trabalho iniciado sem qualquer interferência comunista (leia-se Márcio Jerry), Edivaldo estará mostrando que pretende continuar a ser parceiro do governador do Maranhão, mas sem que para isso continue a ser subserviente a ele.

O controle da Comunicação da Prefeitura de São Luís também definirá se o deputado Weverton Rocha pretende ceder novamente às pretensões de poder de Flávio Dino e abdicar de uma das vagas ao Senado em 2018 ou se já deixará claro para o comunista que jogará com ele de igual para igual.

Em tempo: correm por fora para o comando da Secom, longe da briga dos partidos, os jornalistas Jorge Vieira e Marcelo Minard.

Flávio Dino move quatro ações cíveis e uma criminal contra editor do Atual7
Política

Justiça vem negando pedidos de tutela antecipada. Audiência entre o governador e Yuri Almeida acontece na manhã de hoje

Quando não está trabalhando nas redes sociais em defesa da presidente Dilma Rousseff (PT) ou criticando o juiz Sérgio Moro, que cuida da Lava Jato, o governador Flávio Dino (PCdoB) ocupa seu tempo de governador do Maranhão tentando calar e intimidar a imprensa livre. De março de 2015 até fevereiro último, o número de ações cíveis e criminais movidas pelo comunista contra o editor do Atual7, Yuri Almeida, por afirmações que considera injuriosas ou ofensivas, já chega a cinco.

Em todas ele pede indenização por supostos danos morais, além de pedido de tutela antecipada, liminarmente, para que as publicações sejam retiradas do ar. Nenhuma, porém, prosperou a censura solicitada. Pelo contrário, Dino levou aulas jurídicas sobre liberdade de expressão, informação e de imprensa, ficando a decisão a ser proferida somente após audiências de conciliação e de manifestação da outra parte.

Trecho do processo em que Flávio Dino diz que o Atual7 está 'lhe tirando o sono' e jura de pés juros que não recebeu dinheiro da UTC e da OAS durante a campanha de 2014
Atual7 Mentiroso Trecho do processo em que Flávio Dino diz que o Atual7 está 'lhe tirando o sono' e jura de pés juros que não recebeu dinheiro da UTC e da OAS durante a campanha de 2014

Num dos processos, o governador do Maranhão alega que, após publicação de Yuri sobre depoimentos do ex-diretor de abastecimento da estadual, Paulo Roberto Costa, a respeito de doações de campanha, teria então passado “a ser admoestado por lideranças políticas de todo o Estado, eleitores, colegas e parentes”, e que essa situação relevaria a “intensidade do vexame experimentado” por ele.

Curioso que, na ação, Flávio Dino chega a mentir para a Justiça. Segundo ele, diferente do que foi publicado sobre o dinheiro repassado pelas empresas UTC Engenharia e OAS, ele “não recebeu qualquer doação das empresas relacionadas na matéria”.

Segundo a força-tarefa na Lata Jato, porém, A UTC e a OAS são acusadas de se beneficiarem e beneficiar políticos com o dinheiro sujo do petrolão, o maior esquema de corrupção já investigado na história do país. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as duas empreiteiras doaram dinheiro para a campanha de Flávio Dino a governador do Maranhão, nas eleições de 2014.

Cruzada

Nesta quinta-feira 7, data instituída pela Associação Brasileira de Imprensa como Dia do Jornalista, Flávio Dino será obrigado pela primeira vez a abandonar as redes sociais, a partir das 11 horas, para sentar cara a cara com Yuri Almeida, na 9ª Vara Civil da capital.

Iniciado em outubro de 2015, o processo teve pedido de antecipação de tutela negado pelo juiz Raimundo Moraes Bogéa, pouco mais de um mês depois. Dino então juntou aos autos um vídeo que, acredita ele, comprovaria ter sido ofendido porque teria dito que “a mulher do dinheiro” é a secretária estadual de Planejamento e Orçamento, Cynthia Motta, e não a sua chefa de Gabinete, Lene Rodrigues, mulher do secretário de Comunicação e Assuntos Políticos, Márcio Jerry Barroso, conforme publicado nesta página.

Para Flávio Dino, tudo não passou de uma “brincadeira”, e a publicação do Atual7 lhe causou danos por ter apontado a “brincadeira” para outra destinatária.

Asseclas

Ao fundo, o ex-secretário Batista Matos, que é do PCdoB e também processou o editor do Atual7 por repercutir denúncia do poeta Cunha Santos
Karlos Geromy/OIMP/D.A Press É do PCdoB Ao fundo, o ex-secretário Batista Matos, que é do PCdoB e também processou o editor do Atual7 por repercutir denúncia do poeta Cunha Santos

Além do próprio governador, também acionaram o editor do desta página o ex-secretário de Comunicação de São Luís, Batista Matos (PCdoB), e a chefe de Cerimonial do Palácio dos Leões, Telma Moura, esposa de Jean Alves, assessor especial e homem de confiança do presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, deputado Humberto Coutinho (PDT).

Para Yuri Almeida, as ações comprovam a fama de perseguidor do chefe do Executivo estadual. Ele acredita que a Justiça continuará a entender que a liberdade de expressão, informação e de imprensa não foi extrapolada, já que as críticas e denúncias foram todas feitas, ordinariamente, ao ocupante do cargo público, isto é, ao governador, e não ao cidadão Flávio Dino.

“Até onde sei, o governador Flávio Dino e seus asseclas não moveram qualquer ação contra outro jornalista, blogueiro, twitteiro ou veículos de comunicação, o que denota uma clara perseguição por ele 'não conseguir dormir' após as reportagens. Embora não me surpreenda com sua insânia despótica e ditatorial, vejo com preocupação o excessivo número de ações patrocinadas por ele contra mim. Até, por que, cabe à imprensa, em um país livre e democrático, cobrar respostas e soluções. A Justiça já tem lembrado isso a ele ao negar os pedidos de tutela antecipada”, declarou.

Rombo deixado por Batista Matos na Secom chega a quase R$ 9 milhões
Política

Ex-secretário de Comunicação de São Luís deixou ainda de pagar quase R$ 12 milhões para os fornecedores

A Prefeitura de São Luís tem um rombo de aproximadamente R$ 9 milhões deixados pelo ex-secretário municipal de Comunicação, Batista Matos. O valor é referente ao ano de 2015.

Com um orçamento inicial de R$ 23.430.065,00 para o ano passado, a Secom chegou a ter o valor suplementado para R$ 25.991.629,94 em meados de dezembro. Ainda assim, de acordo com dados do Portal da Transparência de São Luís, a pasta estourou os cofres e empenhou o total de R$ 34.229.437,66, valor incompatível com o planejado para o ano.

Rombo nos cofres e dívidas a pagar pela Secom precisam ser esclarecidas pela Prefeitura de São Luís
Portal da Transparência Contas em vermelho Rombo nos cofres e dívidas a pagar pela Secom precisam ser esclarecidas pela Prefeitura de São Luís

Se comparado o estouro nos cofres do município com o valor pago pela Secom aos fornecedores, o impacto negativo é ainda maior.

Segundo o Portal da Transparência, Matos chegou a liquidar R$ 32.317.930,27 em 2015. Deste valor, porém, apenas R$ 20.210.007,40 foram pagos. Como o empenho ocorre após a assinatura de um contrato, e o valor liquidado quando o serviço já foi executado, o ex-secretário de Comunicação de São Luís deixou ainda uma dívida de pouco mais de R$ 12 milhões -- mais da metade dos R$ 21.868.136,90 orçados para 2016 -- para ser paga pela sua substituta, Conceição Castro.

Responsável pela divulgação das ações e imagem do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT), a Comunicação foi quem coordenou e executou em 2015 o programa “Todos por São Luís”, idealizado pelo ex-secretário Batista Matos e que tem como madrinha a mulher de Edivaldo, a primeira-dama Camila Holanda. Porém, segundo a própria prefeitura, o programa é feito por meio de ações voluntárias, não pagas, o que caracteriza o rombo e a dívida deixada por Batista Matos como má administração ou suspeita de desvio.

Para dirimir a dúvida, há pouco mais de 15 dias, o Atual7 solicitou da Prefeitura de São Luís, via Lei de Acesso à Informação (LAI), o detalhamento dos gastos diretos e indiretos efetuados pela Secom durante todo o ano de 2015 e o mês de janeiro de 2016. Pela LAI, a prefeitura tem até o próximo dia 16 para responder a solicitação.

Comunicação da Prefeitura de São Luís tem rombo de quase R$ 8 milhões
Política

Apesar do déficit, prestadores de serviços acusam o secretário Batista Matos de três meses de atraso nos repasses

As contas da Comunicação da Prefeitura de São Luís em 2015 devem fechar no vermelho. De janeiro a outubro deste ano, a pasta comandada pelo secretário Batista Matos já abriu um rombo orçamentário de quase 8 milhões de reais na administração Edivaldo Holanda Júnior (PDT).

O levantamento foi feito pelo Atual7 em dados abertos do Portal da Transparência do município - colocado no ar após intervenção do Ministério Público do Maranhão -, que apontam a diferença entre o que Batista tinha como orçado para este ano, que é de pouco mais de 23,4 milhões de reais, e o que já está empenhado para pagamento, que é de mais de 31,2 milhões de reais.

Ainda não há confirmação, mas denúncias feitas há duas semanas pelo jornalista Cunha Santos apontam para o destino desse dinheiro - ou pelo menos boa parte dele.

De acordo com Cunha, o secretário Batista Matos encabeça um esquema de repasses de pixulecos para setores anilhados da imprensa e pessoas que nunca prestaram qualquer tipo de serviço para a Comunicação. Os repasses teriam relação com a pré-candidatura do secretário municipal de Comunicação a vereador em 2016, pelo PCdoB.

Mais grave ainda que os mensalinhos: nestes últimos três meses, apesar da agência Enter Propaganda e Marketing, pertencente ao publicitário Evilson Almeida, ter embolsado mais de 3,4 milhões de reais da Comunicação da Prefeitura de São Luís, há uma reclamação geral - de quem presta serviços e de quem não presta serviços - de atrasos de pagamento pela Central de Notícias, pertencente ao radialista Humberto Fernandes. Em um esquema de teia semelhante ao que ocorre no tráfico de drogas, onde existe o traficante, o atravessador e o viciado, os pixulecos vêm sendo operados por meio da agência Enter Propaganda, que repassa a verba para a Central de Notícias e esta para os participantes do esquema.

A mesma Central de Notícias, aliás, já opera também na Comunicação do governo Flávio Dino, embora não tenha participado de nenhuma das conturbadas licitações de 53 milhões de reais do Executivo estadual com marketing, publicidade e consultoria de imagem do comunista.

Comunicação de Edivaldo Júnior já consumiu R$ 77,7 milhões dos cofres públicos
Política

Apesar dos gastos, prefeito alega desde 2013 que abandono da capital seria por culpa da ex-governadora Roseana Sarney

A alegação do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT) de que o cofre da Prefeitura de São Luís está vazio por perseguição do governo estadual anterior, comandado pela peemedebista Roseana Sarney - e que por conta disso é que a cidade se encontra abandonada e até hoje nenhuma promessa de campanha foi cumprida -, se contradiz quando o Portal da Transparência do município, atualizado após intervenção do Ministério Público, denuncia um gasto que ultrapassa 77,7 milhões de reais com a pasta criada para cuidar da imagem do pedetista, a Comunicação.

Hoje no governo Dino, Márcio Jerry foi quem mais consumiu do dinheiro da Comunicação, onde ficou de 2013 a abril de 2014
PCdoB O homem do dinheiro Hoje no governo Dino, Márcio Jerry foi quem mais consumiu do dinheiro da Comunicação, onde ficou de 2013 a abril de 2014

Logo em seu primeiro ano de mandato, Edivaldo gastou, só com a Comunicação, mais de 13,6 milhões de reais, dinheiro que, levando-se em conta os números do Mais Asfalto e o fato de que a única ação feita pelo prefeito até então foi tapar buracos, daria para requalificar mais de 80 quilômetros de vias urbanas, em aproximadamente 220 ruas de 10 bairros da capital.

Já em 2014, em pleno ano eleitoral, o consumo de dinheiro público com a Comunicação quase dobrou, passando a ser de quase 24,7 milhões de reais, verba que, se utilizada em favor da população ludovicense, daria para reformar todo o Hospital Odorico Amaral de Matos, o Hospital da Criança, no bairro da Alemanha, e ainda sobraria mais de 11 milhões de reais em caixa, para ser investido em outro setor. Ao custo de 15 milhões de reais, a reforma da unidade se arrasta desde setembro de 2013, já consumiu toda a verba federal enviada e mais da metade da municipal, mas se encontra completamente parada, com menos de 10% dos serviços concluídos.

Quando desses dois dispêndios, 2013 e 2014, a Comunicação da Prefeitura de São Luís estava sobre o controle do jornalista Márcio Jerry e radialista Robson Paz, atualmente abrigados no governo Flávio Dino.

Já neste ano, com outubro ainda não fechado, Edivaldo Holanda Júnior já destinou mais de 22 milhões de reais para a Comunicação, elevando os gastos que só traz benefício ao próprio prefeito para mais de 77,7 milhões de reais, em menos de três anos de administração.

O prefeito Edivaldo Holanda Júnior e seus auxiliares de Comunicação, Robson Paz, que ficou no cargo até janeiro deste ano; e Batista Matos, atual comandante
Prefeitura de São Luís Gastadores O prefeito Edivaldo Holanda Júnior e seus auxiliares de Comunicação, Robson Paz, que ficou no cargo até janeiro deste ano; e Batista Matos, atual comandante

Além do fato de que o dinheiro gasto em 2015 com a Comunicação poderia ter sido investido em educação, saúde, infraestrutura, mobilidade urbana e outros setores, chama a atenção uma nota divulgada pela própria Prefeitura de São Luís, na quinta-feira 15, por conta da revelação da existência de um esquema de pixuleco na Comunicação, atualmente comandada pelo jornalista Batista Matos. Na nota, além de informar que a pasta consome verba pública apenas com "vínculo empregatício" com a Secretaria, a prefeitura afirmou que, no que se refere ao pagamento efetivado aos veículos de comunicação, todas as despesas não são feitas mensalmente, mas apenas por campanhas sazonais, isto é, programadas, que ocorrem sempre em uma determinada época do ano.

Ocorre porém que, embora Batista Matos prometa (por questões religiosas ele não pode jurar) de pés juntos que todo mundo está em dia, dezenas de profissionais da imprensa reclamam de um atraso no pagamento que já alcança o quarto mês seguido - isto falando especificamente deste ano. Logo, se Matos afirma que dinheiro está saindo, e os profissionais denunciam que não está havendo pagamento pelos servidores prestados, a verba da Comunicação pode estar sendo desviada.

Mais do que merecedor da atenção do Ministério Público, o caso é de polícia.

Entenda como funciona a distribuição do mensalinho da Prefeitura de São Luís
Política

Preço pago pelo silêncio de parte da imprensa da capital consome quase meio milhão de reais por mês dos cofres do Executivo municipal

Quase meio milhão de reais. Este é o valor do dinheiro público que escorre por mês dos cofres da Prefeitura de São Luís para garantir o silêncio total de parte da imprensa da capital, por meio de pixulecos, às denúncias contra a gestão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT). O valor - e parte de como funciona o esquema que abastece donos de veículos de comunicação, agências de publicidade, jornalistas, blogueiros e radialistas - foi denunciado nessa quinta-feira 15 por um dos profissionais da internet cooptados pelo Palácio de La Ravardière, mas obscuramente deletado minutos depois.

O dono da Enter Propaganda, Evilson Almeida, que recebe o dinheiro da Prefeitura de São Luís e repassa para o dono da Central de Notícias
Facebook O repartidor O dono da Enter Propaganda, Evilson Almeida, que recebe o dinheiro da Prefeitura de São Luís e repassa para o dono da Central de Notícias

Alheio a uma nota emitida no final da noite de ontem pelo secretário de Comunicação Batista Matos, acusado de substituir o ex-titular da pasta, Robson Paz, na cabeça de toda a movimentação financeira, o Atual7 apurou e finalmente torna público um boato que sempre correu, mas até então nunca havia sido confirmado: como funciona a relação promíscua entre a administração Edivaldo Júnior e grande parte da imprensa ludovicense.

O mensalinho

Funcionando como uma espécie de teia, semelhante ao que ocorre no tráfico de drogas, onde existe o traficante, o atravessador e o viciado, o repasse dos mensalinhos é operado por meio da agência Enter Propaganda e Marketing, pertencente ao publicitário Evilson Almeida, que garfou parte da verba publicitária da prefeitura; e pelo radialista Humberto Fernandes, da Central de Notícias.

Para o dinheiro chegar às mãos dos profissionais com aparência legal, a prefeitura faz o repasse para a conta da Enter, que por sua vez o repassa para o dono da Central de Notícias, que faz o papel de atravessador. Com o dinheiro já em mãos, seguindo com critérios de remuneração para cada pessoa, Fernandes então distribui o pixuleco entre os nomes contidos na lista santa.

Ao lado do prefeito Edivaldo, Humberto Fernandes, da Central da Notícias, que recebe o dinheiro da Enter e distribui o cala boca - e dedos
Facebook O distribuidor Ao lado do prefeito Edivaldo, Humberto Fernandes, da Central da Notícias, que recebe o dinheiro da Enter e distribui o cala boca - e dedos

Os valores - quer para jornalistas, blogueiros ou radialistas - variam entre 300 reais a até 18 mil reais por mês, por profissional da imprensa participante. Os de valor mais baixo, recebem em mãos, e o restante via transferência bancária.

Fora o repasse financeiro, a Humberto Fernandes cabe ainda fazer o repasse das peças publicitárias de campanhas da Prefeitura de São Luís aos contatos da mídia anilhada na internet, única forma encontrada - mas que só serve para os chamados baixo clero da imprensa - para bancar o silêncio dos integrantes do esquema de forma aparentemente legal, como já revelado acima.

Além da proibição à qualquer denúncia ou crítica contra a administração Edivaldo Júnior, na rádio e internet, é acertado ainda a censura aos ouvintes e leitores que atentem contra a imagem do prefeito da capital. Já de modo geral, o determinado é que, para receber o dinheiro, os profissionais devem manipular e tentar persuadir a opinião pública com notícias favoráveis e defesa severa do pedetista, bem como silenciar e não abrir espaço para a oposição.

Embora exista a reclamação geral de atrasos que duram de três a até nove meses - motivo que levou à insatisfação e consequente denúncia de um jornalista e blogueiro -, a Prefeitura de São Luís repassa mensalmente o valor que cabe à Enter Propaganda, fato que levanta a suspeita de que o dinheiro do próprio esquema possa estar sendo desviado para outros fins, como ocorreu em 2014.

Vale lembrar, claro, que pelo menos na internet, nem todos que veiculam os banners do Executivo municipal possuem participação na máfia.

Solicitação de inserção de campanha da Prefeitura de São Luís feita por Humberto Fernandes desde maio de 2014 mostra que ele já operava no esquema antes da chegada de Batista Matos na Seconzinha
Atual7 Fernando Baiano de Edivaldo Solicitação de inserção de campanha da Prefeitura de São Luís feita por Humberto Fernandes desde maio de 2014 mostra que ele já operava no esquema antes da chegada de Batista Matos na Seconzinha
Política

Repasse para agência já foi feito, mas pagamento está atrasado há dois dias. Alguns comunicadores já foram avisados do corte

Zeca Pinheiro, o homem do calote que queria voltar ao comando da Seconzinha
Divulgação Chatô às avessas Zeca Pinheiro, o homem do calote que queria voltar ao comando da Seconzinha

A Sofia Comunicação, agência de publicidade que bamburra nos cofres da Câmara Municipal de São Luís e prefeituras do interior do Maranhão, deu início a um calote em blogueiros que cobrem as ações do Legislativo municipal.

Agendado para cair todo dia 20 de cada mês, a manutenção da blogosfera aliada da Câmara só viu o pagamento, em parte, nesta sexta-feira (22), no caso os poucos que receberam. O restante, soube apenas do aviso: houve cortes, devido a "perseguição à Zeca Pinheiro".

A "perseguição" em caso foi uma publicação em massa dos comunicadores da CMSL que levou a derrocada de um esquema perpetrado pelo dono da Sofia em conluio com o empresário Sarney Filho, dono do Sistema Mirante, para tomar o cargo do secretário de Comunicação da Prefeitura de São Luís, Batista Matos.

O estratagema tinha ainda a participação do empresário Evilson Almeida, que há muito já come na gestão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior, do PTC, mas tentava engordar ainda mais a conta de sua agência, a Enter.

Liderados por Fernando, Evilson e Zeca sentaram andaram sentando, por diversas vezes, com o deputado estadual Edivaldo Holanda, o Holandão, também do PTC, antes do pai do prefeito subir à tribuna da Assembleia Legislativa, na última quarta-feira (20), para pedir a cabeça de Batista Matos.

Descoberta, a artimanha de Holandão com o trio acabou deixando o secretário de Comunicação da Prefeitura de São Luís mais forte, porém os blogueiros da Câmara mais lisos.

Apesar de vários blogueiros confirmarem o calote, em contato com o Atual7, o dono da Sofia Comunicação nega, e jura de pés juntos que, até o final da tarde de hoje, todos receberão, integralmente, pelo mês de trabalho.

 

Liderança de Gama leva Holandão a detonar Márcio Jerry, Robson Paz e Batista Matos
Política

Segundo pai de Edivaldo Holanda Júnior, Comunicação da Prefeitura de São Luís "nunca prestou"

O governo Flávio Dino voltou a entrar em crise, nessa quarta-feira (20), após a nova declaração de seu homem-bomba na Assembleia Legislativa do Maranhão, o deputado estadual Edivaldo Holanda, o Holandão, pai do prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior, ambos do PTC.

Enquanto governo se autodetona para garantir mandato de Edivaldo Júnior, Eliziane Gama segue firme na liderança de todas as pesquisas
Agência Assembleia É desespero Enquanto governo se autodetona para garantir mandato de Edivaldo Júnior, Eliziane Gama segue firme na liderança de todas as pesquisas

Atordoado com a liderança esmagadora da deputada federal Eliziane Gama, do PPS, em todos os cenários apontados na pesquisa de opinião Escutec/O Estado, quando abordada a perspectiva eleitoral em relação ao pleito de 2016 em São Luís, Holandão partiu pra cima do secretário de Comunicação do governo Dino, Robson Paz, e o da capital, Batista Matos, além do secretário de Articulação Política e Assuntos Federativos, Márcio Jerry Barroso.

Também em todos os cenários, o filho de Holandão está em segundo ou terceiro lugar. Embora tenha justificado que há tempo para recuperação, o parlamentar atribuiu a falhas na Comunicação o mau desempenho de Edivaldo Júnior.

“Um ano e meio para recuperação da imagem. Acho que a comunicação nunca prestou. A comunicação da Prefeitura nunca foi boa, continua sem ser boa. Governo não aparece sem comunicação”, disparou.

Atualmente no comando da Secom do Estado, Robson Paz esteve a frente da Seconzinha durante quase um ano, quando foi substituído por Batista Matos, ao aceitar o convite do governador Flávio Dino. Antes de Paz, porém, a Comunicação da Prefeitura de São Luís estava sob a chefia de Márcio Jerry.

Há suspeitas, inclusive, de que tanto Batista quanto Robson sirvam apenas para esquentar cadeira, e que a reação de Edivaldo Holanda Júnior há alguns dias, quando desmentiu publicamente o pai, tenha partido da mente e das mãos de Jerry, o que pode voltar a acontecer agora.

Prefeita eleita

De acordo com a pesquisa Escutec, se não cometer erros ou não for trapaceada por aliados de conivência nos próximos meses, a deputada federal Eliziane Gama deve mesmo ser a nova prefeita de São Luís, a partir de 2016.

Divulgado com exclusividade por O Estado, o levantamento ouviu 807 eleitores entre os dias 12 e 15 de maio, possui um intervalo de confiança de 95%, com margem de erro de 3% para mais ou para menos, e coloca Eliziane Gama na liderança com 33,5% das intenções de votos, quando o eleitor é estimulado a responder a perguntar sobre sua preferência de voto a prefeito da capital. A ex­-governadora Roseana Sarney (PMDB), apesar do risco de ser presa a qualquer momento por suspeita de propinagem, aparece na segunda colocação, com 15% da preferência do eleitorado.

Já num segundo cenário, Eliziane Gama aparece com 42,8% das intenções de votos. O prefeito Edivaldo Júnior finalmente aparece na segunda colocação, com 13,3%. Uma taca!

No terceiro cenário, Gama também aparece com larga vantagem sobre o atual prefeito de São Luís: 35,3% disse que votariam nela caso as eleições fossem hoje; 14,9% deu preferência ao petecista, que ainda assim ficou empatado tecnicamente com o neo-tucano Luis Fernando Silva, que aparece com 14,3%.

Líder absoluta em todas as pesquisas, a eleição garantida da parlamentar para a Prefeitura de São Luís forçou até mesmo o governador Flávio Dino a recentemente dobrar os joelhos.