Eleições 2014
Rasteiras de Flávio Dino em aliados de 2014 complicam alianças para 2018
Política

Poucos meses após sentar no Palácio, governador tomou as pastas de Roberto Rocha, Eliziane Gama e Weverton Rocha. Também foram alvos da trairagem Zé Reinaldo, Waldir Maranhão e Márcio Jardim

Se há no Maranhão um político que se encaixa perfeitamente na personificação da trairagem, ele tem nome e sobrenome: Flávio Dino, do PCdoB.

Eleito em 2014 numa ampla costura partidária, bastou apenas alguns meses para que o chefe do Executivo estadual passasse a rasteira nos principais responsáveis pela sua chegada ao Palácio dos Leões, despudoradamente cooptando alguns dos indicados destes e assumindo o controle total das pastas entregues aos aliados, ainda durante a montagem da chapa do pleito passado.

De 2015 até agora, Dino já traiu e tomou as secretarias estaduais de Cultura, entregue a Eliziane Gama (PPS), que lhe garantiu parcela considerável de votos ao abdicar da disputa pelo governo para concorrer à Câmara dos Deputados; do Meio Ambiente, dada a Roberto Rocha (atualmente no PSDB, mas à época no PSB), principal responsável pelo leque de partidos que lhe garantiu musculatura e tempo de televisão e rádio para apresentar à população a já esquecida “mudança”; e Educação, de Weverton Rocha (PDT), que além do tempo eleitoral doado, aguardava o cumprimento de um acordo fechado ainda em 2012 e tem a maior militância política da capital e uma das fortes do Maranhão.

Quem também já sentiu e ainda sente o peso da traição do comunista é o ex-governador e atual deputado federal José Reinaldo Tavares (ainda no PSB, mas já a caminho acertado para o DEM).

Depois de, inicialmente, ver a então poderosa Casa Civil, onde seu sobrinho Marcelo Tavares é titular, ser escandalosamente esvaziada, o parlamentar perdeu o comando da Agência Estadual de Mobilidade Urbana (MOB) e da Companhia Maranhense de Gás (Gasmar). Além disso, mesmo diante do peso de seu próprio nome em todo o Maranhão, de ser o principal patrono da vida política do governador, e de ter o apoio do triunvirato da política maranhense, Zé Reinaldo tem sido frequentemente desmoralizado e até desprezado por Dino em relação a sua pré-candidatura ao Senado Federal.

Ainda no mapa da traição, Flávio Dino deu nova rasteira no PDT de Rocha, quando exonerou de forma obscura a subsecretária Rosângela Curado, a quem, ainda que tenha apoiado forçadamente, tentou derrubar a todo custo da disputa pela prefeitura de Imperatriz em 2016, e nunca saiu em defesa pública, mesmo diante das fortes acusações que pesam contra a pedetista na Operação Pegadores.

Embora se possa alegar que o PDT ganhou de presente o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) do Maranhão, aos mais próximos, a indicada do deputado Weverton Rocha, a advogada Larissa Abdalla Britto, tem frequentemente reclamado que é vergonhosa e petulante a forma como o antigo diretor do local, Antônio Leitão Nunes, ex-sócio de Flávio Dino, vigia cada passo que ela dá no órgão.

Na timeline da trairagem, mais recentemente, o alvo foi o petista Márcio Jardim.

Derrubado da pasta de Esporte e Juventude, ele provou nesta semana o dissabor de, assim como vem acontecendo com Zé Reinaldo, ver seu nome e história política completamente ignorados pelo atual mandatário do Palácio dos Leões.

Até mesmo o famigerado Waldir Maranhão foi traído por Dino.

Humilhado nacionalmente após seguir os conselhos do governador no célebre caso da anulação do impeachment de Dilma Rousseff (PT), Maranhão batia no peito e alargava o sorriso quase coberto pelo grosso bigode quando declarava que a palavra dada pelo comunista seria cumprida, e que a ignomínia seria recompensada com uma vaga ao Senado ano que vem. O tempo passou, ele perdeu o comando do PP, é só mais um no Avante e agora terá de lutar por uma quase impossível reeleição.

Se traiu os aliados quando sabia que mais na frente, isto é, agora em 2018, necessitaria novamente de auxílio, de apoio, qual a garantia de que Flávio Dino, se reeleito ano que vem, vai cumprir algum dos vários acordos que ele vem fazendo e prometendo de pés juntos que vai cumprir? E quem ainda acredita?

PCdoB recebeu R$ 13 milhões da JBS para apoiar chapa Dilma-Temer em 2014
Política

Delação é do lobista Ricardo Saud. Ele disse à PGR que somente o ex-ministro Orlando Silva levou diretamente R$ 3 milhões

O diretor de “relações institucionais” da JBS, nome fantasia de lobistas na capital do país, Ricardo Saud, em seu primeiro depoimento a procuradores da Lava Jato que investigam o grupo empresarial, delatou que o Partido Comunista do Brasil, o PCdoB, recebeu ao todo R$ 13 milhões para a apoiar a chapa Dilma-Temer à Presidência da República, em 2014.

No Maranhão, o partido tem entre suas fileiras de frente o governador Flávio Dino, e é comandado pelo secretário estadual de Comunicação e Assuntos Políticos, Márcio Jerry Barroso, que aparecem ao centro na foto em destaque. Apesar da delação já haver sido tornado pública e dos dois serem palmatórias do mundo quando o envolvimento em corrupção é de outros partidos, nenhum se manifestou até agora nas redes sociais, onde geralmente fazem isso.

A compra do PCdoB, segundo Saud, foi estratégia criada pelo tesoureiro da campanha de Dilma, Edinho Silva, e o repasse era autorizado pelo então ministro da Fazenda, Guido Mantega, e por Joesley Batista, dono da JBS — aquele que gravou e quase provoca a renúncia do presidente Michel Temer (PMDB).

Dos R$ 13 milhões recebidos pelos comunistas, conta o lobista, somente o ex-ministro Orlando Silva ficou sozinho com R$ 3 milhões, por ordem de João Vaccari, ex-tesoureiro do PT. Também acostumado a usar as redes sociais para acusar políticos e outros partidos de corrupção, o comunista manifestou-se pela última vez sobre as delações da JBS fazendo referência ao áudio-bomba do diálogo de Temer com Joesley Batista. Ele também aparece na foto em destaque, ao lado da mulher de Márcio Jerry, Lene Rodrigues.

“O Orlando Silva chegava com o pessoal do PCdoB, ficava um pouco para trás e dizia ‘O meu é por fora, hein, não tem nada a ver com esse povo dos 10 milhões, não’”, revelou Ricardo Saud à Procuradoria-Geral da República (PGR).

Além do PCdoB, outros oito partidos também foram comprados pela JBS, ao custo total de R$ 174, 2 milhões, para apoiar a chama Dilma-Temer: PMDB, PP, PR, PSD, PROS, PDT, PRB e PV — sendo que apenas o PV não fazia parte oficialmente da coligação.

As propinas, segundo Ricardo Saud, foram repassadas por meio de doações oficiais e em dinheiro em espécie.

Flávio Dino repete 2014 e já discute sobre vaga de vice
Política

Antecipação deixa para trás os principais adversários do comunista na disputa, Roberto Rocha e Maura Jorge

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), deu um longo passo a frente de seus principais adversários na disputa eleitoral de 2018.

Enquanto o senador Roberto Rocha ainda permanece em crise existencial e ideológica, se disputa o Palácio dos Leões pelo PSB ou pelo PSDB; e a ex-deputada Maura Jorge sequer tenta o apoio de pelo menos um partido para somar forças ao nanico PTN, o comunista já discute a vaga de vice em sua chapa majoritária.

A estratégia é a mesma de 2014, quando ele destronou a oligarquia Sarney. À época, o adversário principal era o então secretário de Estado da Infraestrutura, Luis Fernando Silva — atualmente no PSDB e aliado dos mais leais ao governador.

Sem grupo, Luis Fernando tentava se firmar como candidato oficial do clã, enquanto Flávio Dino já causava frisson nos bastidores da política ao deixar vazar que a vice havia sido oferecida ao mesmo PSDB, em articulação direta com o senador Aécio Neves, e não ao PDT ou PT, que se diziam detentores naturais da vice dinista.

A antecipação da discussão sobre a vaga, inclusive, serviu ainda para testar o impacto da aliança com o ex-prefeito de São Luís, João Castelo (PSDB), a quem Dino tinha como desafeto.

Desnorteados, os adversários — incluindo Luis Fernando e, posteriormente, Edinho Lobão — focaram na incoerência de Dino, na tal “política de gogó” e na suposta impossibilidade da aliança entre comunistas e tucanos por um tal ódio mortal que Aécio Neves nutre pelo PCdoB. O resultado foi que, enquanto a oposição se debatia, Dino deu um baile e formou chapa não somente com o PSDB, mas também trouxe para a coligação o PSB e Rede, legendas de todos os outros principais candidatos à Presidência da República, e ainda sem deixar escapar o PT.

Agora, faltando pouco mais de um ano para ser novamente testado nas urnas, o governador do Maranhão, embora em situação mais difícil, repete o feito de 2014 e antecipa a mesma discussão que pode levá-lo outra vez ao voto da maioria esmagadora da população maranhense, provavelmente até mesmo repetindo uma frente suprapartidária.

Flávio Dino move quatro ações cíveis e uma criminal contra editor do Atual7
Política

Justiça vem negando pedidos de tutela antecipada. Audiência entre o governador e Yuri Almeida acontece na manhã de hoje

Quando não está trabalhando nas redes sociais em defesa da presidente Dilma Rousseff (PT) ou criticando o juiz Sérgio Moro, que cuida da Lava Jato, o governador Flávio Dino (PCdoB) ocupa seu tempo de governador do Maranhão tentando calar e intimidar a imprensa livre. De março de 2015 até fevereiro último, o número de ações cíveis e criminais movidas pelo comunista contra o editor do Atual7, Yuri Almeida, por afirmações que considera injuriosas ou ofensivas, já chega a cinco.

Em todas ele pede indenização por supostos danos morais, além de pedido de tutela antecipada, liminarmente, para que as publicações sejam retiradas do ar. Nenhuma, porém, prosperou a censura solicitada. Pelo contrário, Dino levou aulas jurídicas sobre liberdade de expressão, informação e de imprensa, ficando a decisão a ser proferida somente após audiências de conciliação e de manifestação da outra parte.

Trecho do processo em que Flávio Dino diz que o Atual7 está 'lhe tirando o sono' e jura de pés juros que não recebeu dinheiro da UTC e da OAS durante a campanha de 2014
Atual7 Mentiroso Trecho do processo em que Flávio Dino diz que o Atual7 está 'lhe tirando o sono' e jura de pés juros que não recebeu dinheiro da UTC e da OAS durante a campanha de 2014

Num dos processos, o governador do Maranhão alega que, após publicação de Yuri sobre depoimentos do ex-diretor de abastecimento da estadual, Paulo Roberto Costa, a respeito de doações de campanha, teria então passado “a ser admoestado por lideranças políticas de todo o Estado, eleitores, colegas e parentes”, e que essa situação relevaria a “intensidade do vexame experimentado” por ele.

Curioso que, na ação, Flávio Dino chega a mentir para a Justiça. Segundo ele, diferente do que foi publicado sobre o dinheiro repassado pelas empresas UTC Engenharia e OAS, ele “não recebeu qualquer doação das empresas relacionadas na matéria”.

Segundo a força-tarefa na Lata Jato, porém, A UTC e a OAS são acusadas de se beneficiarem e beneficiar políticos com o dinheiro sujo do petrolão, o maior esquema de corrupção já investigado na história do país. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as duas empreiteiras doaram dinheiro para a campanha de Flávio Dino a governador do Maranhão, nas eleições de 2014.

Cruzada

Nesta quinta-feira 7, data instituída pela Associação Brasileira de Imprensa como Dia do Jornalista, Flávio Dino será obrigado pela primeira vez a abandonar as redes sociais, a partir das 11 horas, para sentar cara a cara com Yuri Almeida, na 9ª Vara Civil da capital.

Iniciado em outubro de 2015, o processo teve pedido de antecipação de tutela negado pelo juiz Raimundo Moraes Bogéa, pouco mais de um mês depois. Dino então juntou aos autos um vídeo que, acredita ele, comprovaria ter sido ofendido porque teria dito que “a mulher do dinheiro” é a secretária estadual de Planejamento e Orçamento, Cynthia Motta, e não a sua chefa de Gabinete, Lene Rodrigues, mulher do secretário de Comunicação e Assuntos Políticos, Márcio Jerry Barroso, conforme publicado nesta página.

Para Flávio Dino, tudo não passou de uma “brincadeira”, e a publicação do Atual7 lhe causou danos por ter apontado a “brincadeira” para outra destinatária.

Asseclas

Ao fundo, o ex-secretário Batista Matos, que é do PCdoB e também processou o editor do Atual7 por repercutir denúncia do poeta Cunha Santos
Karlos Geromy/OIMP/D.A Press É do PCdoB Ao fundo, o ex-secretário Batista Matos, que é do PCdoB e também processou o editor do Atual7 por repercutir denúncia do poeta Cunha Santos

Além do próprio governador, também acionaram o editor do desta página o ex-secretário de Comunicação de São Luís, Batista Matos (PCdoB), e a chefe de Cerimonial do Palácio dos Leões, Telma Moura, esposa de Jean Alves, assessor especial e homem de confiança do presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, deputado Humberto Coutinho (PDT).

Para Yuri Almeida, as ações comprovam a fama de perseguidor do chefe do Executivo estadual. Ele acredita que a Justiça continuará a entender que a liberdade de expressão, informação e de imprensa não foi extrapolada, já que as críticas e denúncias foram todas feitas, ordinariamente, ao ocupante do cargo público, isto é, ao governador, e não ao cidadão Flávio Dino.

“Até onde sei, o governador Flávio Dino e seus asseclas não moveram qualquer ação contra outro jornalista, blogueiro, twitteiro ou veículos de comunicação, o que denota uma clara perseguição por ele 'não conseguir dormir' após as reportagens. Embora não me surpreenda com sua insânia despótica e ditatorial, vejo com preocupação o excessivo número de ações patrocinadas por ele contra mim. Até, por que, cabe à imprensa, em um país livre e democrático, cobrar respostas e soluções. A Justiça já tem lembrado isso a ele ao negar os pedidos de tutela antecipada”, declarou.

Ribamar Alves ameaça entregar como usou dinheiro emprestado com Pacovan
Política

Prefeito afastado de Santa Inês teria bancado campanhas eleitorais em 2014 com dinheiro de agiotagem. Pelo menos 23 cheques foram encontrados no cofre do agiota

Circula nos bastidores do Palácio dos Leões que o prefeito afastado de Santa Inês, Ribamar Alves (PSB), ameaça delatar à imprensa como usou o dinheiro que tomou emprestado junto ao agiota Josival Cavalcante da Silva, mais conhecido como Pacovan, durante a campanha eleitoral de 2014.

Aliado político do governador Flávio Dino (PCdoB) e do senador Roberto Rocha (PSB), Alves está preso no Complexo Penitenciário de Pedrinhas desde o final de janeiro último, acusado por uma jovem de estupro. De lá pra cá, todas as tentativas de sua banca de advogados em tentar colocá-lo em liberdade falharam e, por último, uma manobra na Câmara de Vereadores para dar a ele o direito de comandar o município direto da cadeia acabou sendo barrada pela Justiça.

Com isso, abandonado pelos aliados e até pelos membros do próprio partido, o prefeito afastado de Santa Inês teria passado a mandar recados, durante o último fim de semana, aos políticos que foram beneficiados na campanha eleitoral de 2014 com o dinheiro da agiotagem.

Relatório da Seic sobre documentos encontrados no cofre do agiota Pacovan mostra que 23 cheques da Prefeitura de Santa Inês estavam entre eles
Atual7 Dinheiro sujo Relatório da Seic sobre documentos encontrados no cofre do agiota Pacovan mostra que 23 cheques da Prefeitura de Santa Inês estavam entre eles

Não há confirmação ainda, mas há rumores de que, dentre os beneficiados, estejam aliados e políticos de dentro do próprio Palácio dos Leões.

O valor repassado por Pacovan para Ribamar Alves ainda é um mistério, mas trechos do documento da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), obtido com exclusividade pelo Atual7, mostra que pelo menos 23 folhas de cheques da Prefeitura de Santa Inês estavam em posse do agiota.

Os cheques foram encontrados durante operação conjunta da Polícia Civil e do Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), durante as operações “Maharaja” e “Morta-Viva”, desencadeadas no dia 4 de maio de 2015, e que investiga crimes de agiotagem no Maranhão.

Dino silencia

Como oposição ao prefeito afastado, pela moralização e transparência dos cofres públicos de Santa Inês, o novo prefeito da cidade, Ednaldo Alves Lima, o Dino (PT), deve obrigatoriamente agora divulgar: o motivo de Ribamar Alves nunca ter sido chamado para depor sobres os cheques encontrados com Pacovan ou, se já foi chamado, o que declarou à polícia.

No caso de continuar inerte ao caso, Dino pode ter complicações no seu projeto de reeleição a prefeitura pelo PCdoB, partido que pretende se filiar para a disputa de 2016, já que estaria encobrindo o suposto dano ao erário municipal por meio de agiotagem — até porque, desde a época em que os cheques foram encontrados, o ainda petista não esboçou qualquer manifestação sobre o assunto.

“Esse é o Flávio Dino que votou no Aécio e a ele jurou amor eterno”, lembra Murad
Política

Comentário foi feito em rede social. Ex-secretário de Saúde disse ainda que não votou 'nessa Dilma de hoje'

O ex-secretário de Saúde do Maranhão, Ricardo Murad, utilizou seu perfil pessoal no Facebook para fazer uma análise da abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT), na Câmara Federal, por crime de responsabilidade praticado nas chamadas "pedaladas fiscais", e a postura adotada pelo governador Flávio Dino (PCdoB) diante do fato.

Classificando o comunista como "aproveitador", Murad lembra que Dino, "minutos após saber do resultado das eleições", embora tenha feito campanha aberta para o senador Aécio Neves (PSDB), a quem hoje chama de "golpista", "com a cara mais cínica", vestiu a camisa do PT e declarou apoio a Dilma e ao PT. O ex-secretário diz ainda que o governador do Maranhão está agindo como um "aproveitador", que "sonha em ser presidente da República" e que "decidiu ser o paladino da 'democracia contra o golpe' mesmo que isso signifique massacrar o povo do Maranhão e do Brasil".

"Esse é o Flávio Dino que votou no Aécio e a ele jurou amor eterno, e agora está aliançado com Dilma num projeto para afundar o Brasil. Eu não votei nessa Dilma de hoje. Votei em outra que desapareceu logo após a campanha para se transformar numa pessoa completamente diferente daquela que tantas esperanças plantou. Sou como a esmagadora maioria dos brasileiros, mais de 70%, que hoje estão decepcionados, frustrados e querendo novos caminhos", diz Ricardo Murad em um dos trechos do comentário.

Abaixo, a íntegra do postagem feita pelo ex-secretário de Saúde do Maranhão:

Crise econômica, crise política, impeachment e o oportunismo de Flávio Dino

Para infelicidade do povo maranhense, o governador Flávio Dino dá provas a cada dia que sua única meta é o poder. Independente do custo e fazendo o que for necessário para alcançá-lo. Não existem barreiras éticas ou morais suficientes que contenham os anseios totalitários do governador. E quem diz isso não sou eu, são os fatos.

Como não teve apoio do PT nas eleições do ano passado, Flávio Dino apoiou o senador Aécio Neves para presidente como forma de obter o apoio do PSDB. Jurou por várias vezes trazer para seu governo a experiência exitosa dos tucanos em Minas Gerais. Por não confiar em Flávio, Dilma e Lula preferiram apoiar Roseana. Minutos após saber do resultado das eleições que o elegeram governador, Flávio Dino sequer esperou o “defunto esfriar” e imediatamente, com a cara mais cínica, vestiu a camisa do PT e disse que iria apoiar Dilma e o PT. Tudo isso como se nada tivesse acontecido. Mesmo assim, a desconfiança de Lula e Dilma impediram que o cinismo triunfasse. E por longos e longos meses Flávio Dino pegou um “chá de cadeira”.

Com a crise, Flávio vestiu a armadura de defensor de Dilma e começou a gritar: “Olhem para mim, eu estou aqui”. Como em momentos de crise não se nega apoio, mesmo que venha de uma pessoa não confiável, Flávio conseguiu o seu “lugar ao sol”. E Aécio, aquele bom administrador que ajudaria a inspirar o governo de Flávio e lhe deu apoio nas eleições de 2014, virou golpista.

Flávio Dino não tem o dom da política, basta ver a insatisfação de suas bases com menos de um ano de governo. Flávio Dino não tem carisma, basta constatar sua fama de prepotente e arrogante. Flávio Dino não tem popularidade, basta que lembremos as vaias recentes em Lago da Pedra. E Flávio Dino também não tem seguidores! Basta verificar que seu governo é baseado na dominação e na subjugação das pessoas pelo aparelhamento estatal comandado por ele. Quem não o conhece e o vê empunhando a Constituição do Brasil, em defesa da presidente Dilma, afirmando que é golpe o impeachment, pode até se enganar por algum tempo. Mas, um olhar aprofundado na história do próprio Flávio Dino destrói qualquer imagem de “bom moço”. Quem é Flávio Dino para falar de golpe? Logo ele que processou e tentou tomar todos os mandatos de pessoas que o derrotaram nas eleições de prefeito e governador que participou? Sempre que era derrotado, recorria aos tribunais.

Na verdade estamos diante de um aproveitador, o homem sem alma e sem moral, um cínico que apenas busca para si todos os instrumentos de poder para viabilizar o seu projeto de hegemonia política. E chega a ser patético o seu devaneio. Sim, meus amigos e amigas, Flávio Dino sonha em ser presidente da República. Pouco importa se o país está em farrapos, se a economia entra em colapso, se a presidente traiu o seu povo, se enganou seus eleitores com promessas matematicamente feitas pelos marqueteiros apenas para ganhar a eleição e logo em seguida abandonadas. Para Flávio Dino a única coisa que importa é o poder. Para ele não interessa a opinião dos maranhenses em relação à presidente Dilma. Não quer sequer ter o trabalho de saber o que pensa a sua gente. Decidiu ser o paladino da “democracia contra o golpe” mesmo que isso signifique massacrar o povo do Maranhão e do Brasil!

Esse é o Flávio Dino que votou no Aécio e a ele jurou amor eterno, e agora está aliançado com Dilma num projeto para afundar o Brasil. Eu não votei nessa Dilma de hoje. Votei em outra que desapareceu logo após a campanha para se transformar numa pessoa completamente diferente daquela que tantas esperanças plantou. Sou como a esmagadora maioria dos brasileiros, mais de 70%, que hoje estão decepcionados, frustrados e querendo novos caminhos.

Por isso, diferentemente de Flávio Dino, eu opto por permanecer ao lado do povo, lutando com ele e longe daqueles que quando assumem o governo viram as costas para quem os elegeu como é o caso de Dilma e Flávio.

Dono da UTC aponta que doação para Flávio Dino foi para obter “vantagem”
Política

Ricardo Pessoa declarou que as doações da empresa são "feitas para que se obtenha uma vantagem, seja ele devida ou indevida, seja para que partido for"

Em depoimento ao juiz Sérgio Moro, na segunda-feira 9, realizado na 13ª Vara Federal Criminal da Justiça Federal em Curitiba, o dono da UTC e delator da Lava Jato, Ricardo Pessoa - apontado pela Polícia Federal como coordenador do “clube” de empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção na Petrobrás -, afirmou que as doações da empresa durante as campanhas eleitorais não tinham relação com a propina paga no esquema de corrupção na estatal, mas não negou que serviam para "abrir portas".

— Na época de campanha, as contribuições de campanha não tinham nada a ver com propina. Eram contribuições de campanha mesmo, e o restante não, era como se pagava a comissão da propina da Petrobras – afirmou o empreiteiro, que já havia admitido que as doações eleitorais da empresa para políticos são "feitas para que se obtenha uma vantagem, seja ele devida ou indevida, seja para que partido for".

A declaração, mantida sob sigilo, complica mais ainda o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), um dos 19 políticos beneficiados pela empresa nas eleições de 2014. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o comunista recebeu no ano passado 300 mil reais da UTC Engenharia. Foram dois depósitos: um de R$ 200 mil, no dia 15 de setembro; e outro de R$ 100 mil, uma semana depois. Pelo depoimento de Ricardo Pessoa à Moro, dá-se a entender que o dinheiro repassado teve como objetivo a obtenção de vantagens no governo do Maranhão.

Esta não é a primeira vez que o dono da empreiteira coloca Dino no olho da Lava Jato.

Em depoimentos anteriores, Pessoa já havia afirmado que “costumava atrasar os pagamentos de propina porque sabia que, na época das eleições, iria ser demandado novamente a fazer novos pagamentos”, e que o valor de 54 milhões de reais doados na campanha de 2014 era bem maior que o registrado em anos anteriores, devido a “estratégia da UTC em ampliar sua área de relacionamento, visando o aumento do volume de negócios da empresa”.

— O aumento das doações políticas (...) propicia a abertura de portas para que você tenha legitimidade para propor e discutir oportunidades de negócios — disse Pessoa, na ocasião.

A veracidade da tese do presidente da UTC, que voltou a trabalhar em sua empresa usando tornozeleira eletrônica desde quando assinou um acordo de colaboração - e deve prestar novo depoimento próximo dia 20 de novembro -, ainda deverá ser confirmada pela força-tarefa da Lava Jato que atua em Brasília, responsável por apurar eventual vínculo entre as doações com atos de corrupção na Petrobras, conforme acredita a PF.

Além da UTC Engenharia, o governador do Maranhão também foi beneficiado pela empresa Construtora OAS, outra investigada e denunciada na Lava Jato. O montante, neste caso, é quase o dobro do recebido pelo comunista da UTC.

Dados do sistema de prestação de contas Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apontam que, diretamente ao comitê financeiro do candidato, foram repassados 1.157 milhão de reais, divididos em depósitos que vão de 7,5 mil reais a 580 mil reais, entre os dias 10 de julho e 21 de agosto do ano passado.

TSE reabre ação que pede cassação de Dilma Rousseff e Michel Temer
Política

Ação movida pelo PSDB argumenta irregularidades na campanha da petista e do peemedebista

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) confirmou, nesta terça-feira 6, por cinco votos a dois, a reabertura de uma das ações propostas pelo PSDB que pede a cassação dos mandatos da presidente Dilma Rousseff (PT) e do vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB).

É a primeira vez que a corte abre uma Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (Aime) contra um presidente.

Desde agosto, quando o julgamento foi paralisado por um pedido de vista, a Corte já possuía maioria formada para abrir a apuração. A partir de agora, a Justiça Eleitoral pode colher provas que entender necessárias sobre o caso. A partir de agora, os ministros discutem se o processo vai andar em conjunto com outros dois pedidos de perda do mandato e mais um de multa para Dilma e Temer, também apresentados pelo PSDB. Outra questão é qual ministro ficará com a relatoria.

Votaram nesta noite os ministros Luciana Lóssio e Dias Toffoli. Ficaram a favor da abertura da ação os ministros Gilmar Mendes, João Otávio de Noronha - que deixou a composição da Corte na semana passada - Toffoli, Henrique Neves e Luiz Fux. Apenas as ministras Maria Thereza de Assis Moura e Luciana Lóssio foram contra a continuidade das investigações.

O PSDB quer que o TSE apure denúncias de abuso de poder econômico e político e suspeitas de que recursos desviados da Petrobras tenham ajudado a financiar a reeleição.

Em sua defesa, o PT ressalta que não houve irregularidade e que as contas foram aprovadas pelo próprio TSE em dezembro de 2014.

PF diz que doações declaradas à Justiça Eleitoral podem ser pagamento de propina
Política

Governador do Maranhão recebeu R$ 300 mil em doações da UTC/Constran, uma das empreiteiras envolvidas no propinoduto da Petrobras

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), permanece sob suspeita de ter sido financiado com recursos originários de maracutaias com o dinheiro público. Reportagem da Folha de S. Paulo dessa quarta-feira (8) revela que, em relatórios enviados ao STF (Supremo Tribunal Federal) sobre as investigações de políticos suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras, a Polícia Federal sustenta que, em alguns casos, "existem elementos iniciais suficientes que indicam a tipicidade da doação eleitoral como forma de corrupção".

Polícia Federal ou depoimento de Ricardo Pessoa, dono da UTC, pode esclarecer se governador do Maranhão recebeu ou não financiamento de campanha com recursos originários de corrupção
Marcos Bezerra/AE Chefão da corrupção Polícia Federal ou depoimento de Ricardo Pessoa, dono da UTC, pode esclarecer se governador do Maranhão recebeu ou não financiamento de campanha com recursos originários de corrupção

A afirmação de que doações declaradas à Justiça eleitoral podem ser pagamento de propina está presente nos inquéritos que apuram as possíveis ligações com os desvios na estatal e vai de encontro a eterna nota emitida pelo PCdoB no Maranhão que, agora em resposta às suspeitas levantadas na Câmara Federal pelo deputado Hildo Rocha (PMDB), voltou a declarar que "todas as doações recebidas pela coligação [do governador Flávio Dino] foram registradas junto à Justiça Eleitoral, que, após análise, aprovou a prestação de contas".

Na última terça-feira (7), Rocha denunciou que o governador do Maranhão pode ser um dos candidatos do PCdoB financiados pelo propinoduto da Petrobras, por meio de doações da UTC/Constran, uma das empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato e que doou R$ 300 mil para a campanha do comunista, no ano passado. O peemedebista suspeita também que a ligação de Dino com o esquema criminoso pode estar sendo ocultada pela Procuradoria Geral da República (PGR), por meio do irmão do governador, o subprocurador Nicolau Dino.

Hildo Rocha afirmou, durante o pronunciamento, que deputados federais revelaram, no Congresso, que o nome de Flávio Dino estaria diretamente ligado às investigações. “Alguns deputados já me disseram sim isso. O nome de Flávio Dino está guardado a sete chaves pelo próprio Ministério Público. Vou reiterar o pedido que fiz ao procurador Rodrigo Janot, solicitando novas informações a respeito desse caso, e mais uma vez vou mostrar que o Partido Comunista do Brasil recebeu dinheiro das empresas envolvidas com o ‘propinoduto da Petrobras’, assim como o governador Flávio Dino”, declarou.

Desde o início das investigações, que envolvem políticos e grandes empreiteiras, o Ministério Público Federal e a PF suspeitam que as doações oficiais, registradas na Justiça Eleitoral, mascaravam desvios de recursos da Petrobras. A argumentação foi utilizada, inclusive, para a PF solicitar a prorrogação dos prazos de investigação dos inquéritos.

Um dos desafios da Operação Lava Jato seria provar que essas doações legais eram propina.

No caso de Flávio Dino, se o comunista estiver sendo investigado pela PF como apontou Hildo Rocha, e se confirmando a suspeita de que o governador foi um dos beneficiados em sua campanha eleitoral com dinheiro de corrupção, de acordo com o artigo 30 da Lei n.º 9.504/97, a chamada Lei das Eleições, fica caracterizado a prática de "captação e gasto ilícito de recursos" para fins eleitorais, o que pode eventualmente resultar na cassação do diploma de Dino.

Roseana e Lobão

Nos documentos enviados ao STF, além de levar em consideração depoimentos de delatores e testemunhas, com cruzamentos de informações sobre reuniões, registros em agenda, telefones e dados sobre as doações, a Polícia Federal solicita ainda uma nova acareação entre o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e o doleiro Alberto Youssef, os principais delatores.

A PF quer confrontar as versões sobre a entrega de R$ 2 milhões para a campanha da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), em 2010, que teria sido solicitada pelo senador Edson Lobão (PMDB-MA), na época Ministro de Minas e Energia. Paulo Roberto aponta que autorizou o repasse, mas Youssef nega ter feito a entrega do valor.

A contradição nos depoimentos, inclusive, levou a defesa de Roseana e Lobão a pedir ao STF o arquivamento das investigações contra a dupla.

Líder do governo confessa que fez doação ilegal para a campanha de Andrea Murad
Política

Pelo crime eleitoral, Rogério Cafeteira pode ter o mandato cassado pela Justiça Eleitoral por doação ilegal e promoção à caixa 2

Ungido a líder do governo na Assembleia Legislativa do Maranhão pelo próprio comunista Flávio Dino, o deputado neo-ex-sarneyzista Rogério Cafeteira (PSC) pode ter o mandato cassado por crime eleitoral.

Durante a sessão legislativa desta terça-feira (14), novamente demonstrado total despreparo para o embate, Cafeteira acabou confessando que doou o total de R$ 300 mil por debaixo dos panos para a campanha da ex-aliada, deputada Andrea Murad. A parlamentar nega.

A confissão de doação ilegal ocorreu no meio de uma discussão de suposto uso de helicópteros contratados pela Secretaria de Saúde do Estado, então comandada pelo ex-secretário Ricardo Murad, na campanha eleitoral da parlamentar.

Acusando o líder do governo de não conseguir defender o governador, a peemedebista questionou se Rogério Cafeteira, pela confissão de prática de crime eleitoral, teria promovido caixa 2 ou se atuava no ramo da agiotagem.

- Vossa Excelência se contradiz todo, se enrola. Diz que minha campanha é milionária, que a minha campanha é muito rica, que a minha campanha foi a mais cara da história e desceu da tribuna dizendo que me emprestou R$ 300 mil. Caixa 2 ou Vossa Excelência é agiota? - detonou.

Em resposta ao discurso da oposicionista, Cafeteira voltou a confessar a prática de crime eleitoral e ainda deu detalhes do ocorrido.

- A entrega do dinheiro, deputada, foi feita diretamente para uma pessoa ligada a senhora, que a senhora sabe quem é, e vou lhe dizer mais, foi feita agência do Banco Itaú Personnalité da Avenida dos Holandeses.

A confissão de crime eleitoral praticada pelo líder do governo, feita em plenário da Assembleia Legislativa, foi acompanhada pessoalmente pelo chefe da Casa Civil, Marcelo Tavares, e secretário de Articulação Política e Assuntos Federativos, Márcio Jerry, que aguardam o encerramento da sessão para a participação em uma solenidade de comemoração dos 40 anos do fim da Guerra do Vietnã.

Possível agressão

Durante a discussão, Cafeteira chegou a se aproximar da deputada Andrea Murad de forma agressiva, causando espanto e reação imediata do deputado Eduardo Braide (PMN), que o puxou para o lado com ajuda de outros parlamentares.

Ao subir a tribuna novamente, o líder do governador na Assembleia ainda ameaçou: "Veja bem, a deputada Andrea se colocar como vítima e na condição de mulher a gente ainda tem que ter uma preocupação maior de respondê-la. Porque se responde como ela merece que seja respondido, algumas pessoas acham que você é duro demais por ela ser mulher".

Polícia Federal abre inquérito contra Ricardo e Andrea Murad
Política

Ex-secretário de Saúde e deputada estadual são investigados por compra de votos

A Polícia Federal instaurou inquérito para apurar a suposta compra de votos operada pelo ex-secretário estadual de Saúde, Ricardo Murad, em benefício da eleição de sua filha, Andrea Murad (PMDB), para a Assembleia Legislativa do Maranhão.

Segundo a investigação da PF, às custas do ex-secretário de Saúde, uma jovem brasiliense - identificada apenas como "Isabele" - hospedou-se em um Flat no antigo Solare Hotel, localizado na Litorânea, em São Luís, com a quantia de R$ 120 mil, dividido em notas de R$ 50 e R$ 100 presas por uma fita do Banco do Brasil.

A quantia, segundo as investigações, teria sido distribuída na capital à lideranças comunitárias previamente indicadas por Ricardo Murad, em troca de votos para a candidatura de sua filha. Toda a negociata teria acontecido nas dependências do próprio Solare.

Além dessa quantia, "Isabele" teria ainda recebido ainda outro valor, de uma pessoa ainda não identificada pela Polícia Federal, que também teria servido para a captação ilícita de votos.