O empresário José Francinete Bento Luna, favorito para a Prefeitura de Alto Alegre do Pindaré nas eleições de 2024, é réu na Justiça Estadual em uma ação de improbidade que investiga supostos desvios de cerca de R$ 2 milhões em verbas destinadas à construção de escolas públicas e unidades de saúde no município de Bom Jardim.
O caso envolve a gestão da então prefeita Lidiane Leite da Silva, que ficou conhecida em todo o país como “prefeita ostentação”, por publicar nas redes sociais selfies em festas e academia de ginástica, enquanto administrava a prefeitura de Bom Jardim por mensagens pelo WhatsApp. O prefeito de fato, segundo o Ministério Público, seria Humberto Dantas dos Santos, também réu na ação e, à época, marido da gestora municipal.
Didi, como é conhecido o candidato, é filiado ao PP, partido do centrão que tem como presidente estadual o deputado federal licenciado André Fufuca, atual ministro do Esporte do governo Lula (PT). O empresário conta também com o apoio do prefeito Fufuca Dantas (MDB), pai do ministro lulista, para a sucessão ao comando dos cofres do município. O próprio petista, em vídeo gravado em setembro para a campanha eleitoral, declara apoio para o candidato réu: “Agora é hora de votar em quem vai nos ajudar a colocar a sua cidade no rumo certo. Alto Alegre do Pindaré, vote Didi”, declarou Lula.
Segundo resultado da pesquisa de intenção de votos número MA-03775/2024, do instituto Prever, divulgada no mês passado, no cenário estimulado, Didi marcou 54,7%. O segundo colocado, Professor Zózimo (Republicanos), apareceu com 19,7%, seguido por Cássio Barro Branco (PL), com 10,3%. O levantamento foi realizado entre os dias 2 e 4 de setembro de 2024, entrevistou 300 eleitores e tem margem de erro de 5,6%.
Os episódios narrados pelo Ministério Público contra Didi do PP, nome que o candidato registrou nas urnas, citam suspeitas de fraude em procedimentos licitatórios e contratos da gestão de Lidiane Leite com a empreiteira Dmais Construções e Empreendimentos, que pertenceria ao agora candidato a prefeito de Alto Alegre do Pindaré, para a construção de escolas e unidades básicas de saúde, em 2014.
“Estes atos ilícitos praticados pelos réus afrontaram diretamente as normas administrativas, causaram dano ao erário e enriquecimento ilícito dos réus. Assim, os seus autores devem ser responsabilizados consoante disposto na lei de improbidade administrativa”, diz trecho da ação assinada pelo promotor de Justiça Fábio Santos de Oliveira.
O ATUAL7 procurou o candidato, porém ele não respondeu aos questionamentos sobre as acusações.
Na ação, Ministério Público cobra ressarcimento integral dos danos causados aos cofres públicos, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos, pagamento de multa e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário.
Didi do PP não tem nenhuma condenação transitada em julgado, mas, se for eleito prefeito, como segue enfrentando na Justiça acusação de ilícito com o dinheiro público, poderá perder o eventual mandato.