Josivaldo JP
Bancada do MA vota a favor de texto que desconfigura Lei de Improbidade
Política

Projeto relatado por Weverton Rocha no Senado também derruba direitos das pessoas com deficiência. Mudança aprovada pelos deputados maranhenses abre brecha para nepotismo

A bancada do Maranhão na Câmara dos Deputados votou fechada a favor da proposta que desconfigura a Lei de Improbidade Administrativa, passando a exigir que se comprove a intenção de lesar a administração pública para que se configure irregularidade.

Por 395 votos a favor e 22 contrários, os deputados acataram sete das oito alterações feitas pelo Senado, em texto relatado pelo senador maranhense Weverton Rocha (PDT). Pelo Maranhão, todos os 12 deputados que votaram na sessão de terça-feira (5) aprovaram a mudança na lei, em vigor há quase três décadas com o objetivo de penalizar na área cível agentes públicos envolvidos em desvios, mas que agora podem se beneficiar com as alterações nas regras de punição.

O próprio Weverton é alvo em duas ações por improbidade, inclusive sob acusação de enriquecimento ilícito. Com a nova lei, o pedetista pode ser beneficiado com prescrição dos processos.

Participaram da sessão na Câmara e votaram favoráveis ao retrocesso no combate à corrupção os deputados maranhenses: Bira do Pindaré (PSB), Edilázio Júnior (PSB), Gastão Vieira (PROS), Gil Cutrim (Republicanos), Hildo Rocha (MDB), Josivaldo JP (Podemos), Juscelino Filho (DEM), Marreca Filho (Patriota), Pastor Gil (PL), Pedro Lucas Fernandes (PTB), Rubens Pereira Júnior (PCdoB) e Zé Carlos (PT).

Além de desconfigurar a Lei de Improbidade ao ponto de dificultar a condenação de políticos, empresas e empresários que tenham lesado os cofres públicos, o texto também derruba direitos das pessoas com deficiência.

Na mudança da legislação que combate atos que atentam contra princípios da administração pública, foi retirado o trecho que exigia do agente público, servidor ou não, o cumprimento de requisitos de acessibilidade previstos na Lei 13.146/2015, a chamada Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, sob pena do agente público incorrer em ato de improbidade.

A Câmara decidiu rejeitar apenas uma emenda feita pelo Senado que tratava sobre nepotismo, abrindo brecha para políticos contratarem os próprios parentes em cargos da gestão pública. Foram 253 votos contrários e 162 favoráveis.

Com a mudança, para ser enquadrado como improbidade, terá de ser comprovado “dolo com finalidade ilícita” na nomeação. Da bancada maranhense, somente Bira e Josivaldo votaram pela rejeição.

O texto, que segue para sanção do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), também dá exclusividade ao Ministério Público para propor ações de improbidade administrativa.

Na semana passada, a pedido do PSB, do governador Flávio Dino, o ministro Gil Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), suspendeu em uma canetada parte da Lei de Improbidade.

Pelo MA, apenas Bira e Josivaldo JP votam contra mudanças na lei de improbidade
Política

Segundo projeto aprovado, o agente público só poderá ser responsabilizado quando houver comprovação da intenção de lesar o patrimônio público

Dos 18 deputados da bancada maranhense na Câmara, apenas Bira do Pindaré (PSB) e Josivaldo JP (Podemos) foram contrários à aprovação do projeto que altera a Lei de Improbidade Administrativa e que passa a exigir que se comprove a intenção de lesar a administração pública para que a acusação formalizada pelo Ministério Público seja recebida.

O texto-base elaborado pelo relator, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), foi aprovado na última quarta-feira (16) por 408 votos favoráveis a 67 contrários, e segue para avaliação do Senado.

Durante a sessão, deputados do governo e oposição se mostraram favoráveis à proposta. Pelo Maranhão, votaram à favor os deputados federais Aluísio Mendes (PSC), André Fufuca (PP), Cléber Verde (Republicanos), Dr. Gonçalo (Republicanos), Gastão Vieira (PROS), Gil Cutrim (Republicanos), Hildo Rocha (MDB), Júnior Lourenço (PL), Juscelino Filho (DEM), Marreca Filho (Patriota), Pastor Gil (PL), Pedro Lucas Fernandes (PTB) e Zé Carlos (PT).

Edilázio Júnior (PSB), João Marcelo Souza (MDB) e Josimar Maranhãozinho (PL) estiveram ausentes.

A Lei de Improbidade Administrativa foi promulgada em 1992, em um contexto de pressão popular por aprimorar a legislação contra a corrupção, com o objetivo de penalizar na área cível agentes públicos envolvidos em desvios.

Com posse de Braide, Josivaldo JP assume mandato na Câmara
Política

Conservador, ele tem o presidente Jair Bolsonaro como referência da política

O suplente Josivaldo dos Santos Melo, conhecido como Josivaldo JP (Pode), assumiu como titular o mandato de deputado federal, na última sexta-feira 1º, em solenidade virtual da Câmara. A posse ocorreu no gabinete regional do senador Roberto Rocha (PSDB) em Imperatriz.

Ele passa a ocupar a vaga deixada por Eduardo Braide (Podemos), eleito e já empossado prefeito de São Luís.

Evangélico e empresário do ramo atacadista, Josivaldo JP recebeu 23.113 votos na eleição de 2018. Conservador, ele tem o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como referência da política.